17- Marcas

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MiAnnie sumiu, tem alguns dias que não aparece no meu quarto, ou responde minhas mensagens.
As cortinas sempre fechadas. Tenho uma certa ideia, mais não sei se devo.
Não aguento a angustia resolvo ir ver.
Fico parado enfrente sua casa, já é madrugada e todos dormem.
Como aquela loca entra em casa?
Tem um beiral envolta, se eu subir encima da varanda, posso ir me esgueirando até a janela do quarto.
Ou talvez eu caia e alguem chame a polícia.
Vou ver se encontro uma janela aberta. Rodeio a casa achando uma janela, ela ta meio aberta acho que de um porão.
Eles tem porão? Que foda!
Entro ali, retirando o que disse sobre ser foda. Tenha muita teia de aranha, e coisas velhas.
Subo as escadas fazendo um pouco de ruído. Abro a porta, adentrando em fim a casa dos Makheup.
Subo as escadas que levam ao segundo andar, tento imaginar onde fica meu quarto, pra abrir a porta certa.
Sem nenhum senso de direção, abro a porta do quarto de Tate, que por sorte dormia feito uma pedra.
Então entro em um quarto escuro.
Agora é o certo.
Fecho a porta e ascendo a luz, foda-se se alguem vê.
Olho seu quarto, antes prochante, mas agora até eu viveria aqui.
Olho os posters vendo varias bandas que eu curtia. Sua cama arrumada, sem sinal dela. O quarto estava muito organizado, ainda nem sei o quê to procurando.
Será que ela tem diário?
Curioso começo a procurar. Passo a mão em cima do armário, acho algumas garrafas de bebida, vejo suas roupas, arrumadas quando vejo um short pequeno, tento afastar a imagem dela vestindo ele.
Em sua mesinha não tem nada, então olho em baixo da cama.
Tinha uma caderno grosso, tinha o fotos coladas, notas com corações. Tinha uma foto da irmã de Annie, Ruth. Ela era um pouco mais velha que eu, quando soube que ela morreu. Ela era linda, tao linda quanto Annie.
O olhar vazio e triste. Annie infelizmente tem isso incomum com a irmã.
Continuo olhando o caderno chegando nas últimas folhas, onde tinha uma folha solta. Um desenho perfeito de uma menina de olhos azuis, cabelos escuros, fitando a si mesma no espelho com os olhos cheios de lagrimas. Ela também avia cortes nos pulso, uma faca em mãos e sangue na pia.
Meu estomago afunda, esperando que fosse apenas um desenho.
Viro a folha vendo algo escrito.

"Eu me machuquei, para não machucar os outros."

"Fugir, fugir sempre.
Mas depois em uma língua própria
Buscar e matar o vazio de onde fugia."

Sento no chão olhando o papel, Annie, minha doce Annie se machucava?
E agora, nem sem onde ela está. Guardo as coisas. Voltando pra casa.

Onde você está, Annie? não se mata, eu prometo que quando voltar não te deixo sozinha.
Pedia isso baixinho adormecendo.

Ela não desiste?Onde histórias criam vida. Descubra agora