Remember.

Cinema. P.1

(POV Lauren)

Eu já não aguentava mais ficar deitada nessa cama, sério, fiquei mais do que o suficiente aqui e graças à Deus chegou meu dia de sair. Já estava me vestindo, pois o médico tinha me dado permissão, quando ouço três batidas na porta do meu quarto no hospital. Suspirei me olhando no espelho pequeno dali, ainda tinha um pequeno corte no meu rosto, próximo ao olho esquerdo. Por sorte, não feriu meu olho e nem prejudicou minha visão, mas é provável que deixe cicatriz.

- Pode entrar! - Digo, não necessariamente muito alto, mas o suficiente para a pessoa do lado de fora escutar.

- Filha? - Escuto a voz de meu pai, dou um sorriso fraco e vou até ele para dar um abraço. - Eu ia perguntar se está bem, mas parece que não é necessário. - Ele ri e eu o acompanhou, me afastando um pouco.

- Eu estou ótima, e não vejo a hora de sair daqui. As meninas me chamaram pra ir no cinema no fim de semana, acha que eu poderia? - Pergunto um pouco confusa, não sabendo o que eu poderia ou não fazer, principalmente agora que acabei de sair do hospital.

Ele pensa por um tempo, antes de abrir um pequeno sorriso despreocupado. - Acho que um cinema não te fará mal, e aliás, você precisa sorrir, não é? Dizem que sorrir é um dos melhores remédios e eu tenho certeza que é o que elas farão com você. - Realmente, com essa turma - principalmente Dinah e Louis - junta não tem como não rir. - Dinah já tinha me falado sobre isso, mas que bom que você me perguntou, assim sei que posso confiar na minha filha. Você tem permissão de ir, mas tome cuidado, ok?

- Eu prometo, pai! - Dou uma risada baixa e o abraço novamente, recebendo um beijo na testa. Ele está mudando.

(...)

Meu pai já havia assinado e visto tudo o que era necessário para que eu recebesse alta, finalmente. Depois disso me despedi de algumas enfermeiras que cuidaram de mim por esse tempo, em especial, Amélia, uma senhora de sessenta e poucos anos que me tratou como filha - ou neta. Não demorou muito, já que meu pai logo me chamou pois teríamos que sair antes que os jornalistas chegassem.

Em casa, minha mãe me recebeu com um abraço tão apertado que eu achei que teria que voltar para o hospital. Ri com meu pensamento e retribuí o carinho.

- Mãe, desse jeito a senhora mesma acaba me matando. - Comecei a rir, mas percebi que fui a única.

- Não diga isso nem de brincadeira, minha filha! Por Deus! Eu não me perdoaria... - Percebi uma expressão meio espandada. Rolei os olhos, porém ainda animada, e sorri.

- Calma, mãe, foi só uma brincadeirinha e...

- E você sabe que a Lauren sempre foi péssima com brincadeiras! - Ouvi meu irmão me cortar. Sorri novamente, mais largo ainda, quando me deparei com Chris caminhando em minha direção e logo me dando um abraço. Minha mãe agora não tirava o sorriso do rosto.

- Chris, nem venha, pois você sempre adorou minhas brincadeiras que eu sei! - Disse mantendo a brincadeira, ele apenas riu e me apertou um pouco mais.

- Que bom que está de volta, maninha.

- É bom estar de volta. Agora, cadê a Taylor?

- Não pôde faltar o colégio, ela tinha uma prova importante.

- Ah, entendo... E... Vocês tem notícias da Camila?

- Mike, me ajude aqui? - Minha mãe disse, apontando para a cozinha, restando apenas Chris e eu.

Ele não tinha desfeito o sorriso do rosto, e aquilo me contagiava me fazendo sorrir também.

- Ela está bem, se recuperando, claro, mas já até foi para o colégio. Ah, e a Dinah mandou avisar que viria te ver aqui hoje.

- Pelo visto, é hoje mesmo que serei mandada de volta para o hospital.

Nós dois rimos, porém logo fomos chamados para comer. Após o almoço, Chris teve que sair pois tinha algo para fazer na empresa, assim como meu pai. Subi para o meu quarto e tomei um bom banho no meu chuveiro tão amado - ou nem tanto, o que alguns meses num hospital não fazem, não é?

Me permiti dormir um pouco, finalmente poderia dormir sem nada me espetando, numa posição confortável - lê-se esparramada na cama -.

Minutos depois, ou o que eu pensei serem minutos, escuto alguém gritar enquanto entra em meu quarto. Nem preciso me esforçar pra saber quem é.

- Acorda, branquela, acorda porque você não está mais no hospital e suas mordomias acabaram! - Berrava Dinah enquanto entrava batendo palma. Resmuguei e me revirei na cama até me sentar. - Agora tira essa cara de bosta porque eu não sou obrigada.

- É bom ver você também, Dinah. - Digo um tanto irônica, não que não fosse bom ver ela, mas ela poderia esperado um pouco, não é? Ou ser mais delicada.

- Vamos falar do cinema, você vai, não vai?

- Ah, isso... Sim, eu falei com meu pai e ele deixou que eu fosse. Provavelmente porque a maior parte do tempo estaremos todos sentados. - Ri baixo.

- E... Você sabe que ela vai, não sabe? - Ela disse num tom mais cauteloso dessa vez.

Suspirei antes de responder, assentindo brevemente. - Sim, eu sei. Estou me preparando psicologicamente pra isso.

...

O final de semana chegou mais rápido que eu imaginava, e eu não sei se já estive tão nervosa assim antes. Deuses, essa é a primeira vez que eu verei Camila depois do acidente. Será que ela vai se lembrar? E se ela se lembrar e me odiar por causa do acidente? Não! Não pode ser... Balanço a cabeça afim de afastar tais pensamentos.

- Laur, vamos? - Ouço Normani chamar, que me da tempo apenas de assentir antes que ela se retire dali. Pego minha pequena bolsa e coloco o remédio que teria que tomar ali, logo a acompanho.

Cheguei no shopping com a certeza de que se eu fosse um sorvete já seria pura água. Não pelo calor em si, mas sim por tanto nervosismo que eu estava passando. Logo vi que Zayn havia chegado, junto com Liam acompanhados de uma morena cujo nome eu ainda não sabia, mas estava tensa demais para ir perguntar. Louis e Harry chegariam com Camila, e eles estavam demorando demais.

Já não aguentava mais esperar, não compraríamos os ingressos antes que chegassem, por isso todos concordaram em se sentar na praça de alimentação enquanto isso, alguns até pediram algum salgado e/ou refrigerante. Dinah recebeu uma ligação, era Harry.

- Eles já estão vindo. Demoraram porque parece que custaram pra limpar algo que Harry derrubou lá, sei lá... - a loira alta deu de ombros e todos riram, provavelmente maliciando aquilo.

Eles estavam vindo. Ela estava vindo. Deus, só peço que eu não faça papel de idiota quando ela chegar.