Allen Star

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O 18º aniversário é quando enfim conseguimos a liberdade de ir e vir, nosso primeiro carro, a primeira festa, a primeira bebedeira, clássico não? As coisas mudam de um instante para o outro, é incrível como eu, Melani Cooper, a dona certinha, terei a capacidade de sair com um garoto completamente desconhecido. Na verdade, não é tão desconhecido, o nome é Matt Johnson, um garoto muito bonito que aparenta ser rebelde e é dono de olhos azuis penetrantes, o conheci pelo Facebook que é uma rede social muito popular entre os seres racionais, se levar em conta o que aprendi por aí, não deveria andar com estranhos, pois ele pode ser um assassino, mas... nããão, é só uma festa, vai estar cheio de gente, nada vai dar errado.


Saí de casa por volta das 22:50, pedi para que Matt me encontrasse em uma praça que tem perto da minha casa, não quero que ele fique sabendo onde eu moro, ainda, eu sei que é perigoso eu ficar saindo por aí nessas horas, mas eu não me importo. Fomos para uma boate simples, nada de mais, tirando que tinha uns boys super-lindos, confesso, trocaria o Matt agora se fosse por aquele barman, o cara aparenta ter uns 18 anos, é quase da minha idade, comparando os dois, o barman deve ser uns cinco centímetros mais alto além de ter incríveis olhos verdes alaranjados, só pode ser lente de contato, mas como já estou acompanhada vou deixar quieto, melhor ter um na mão do que dois voando.


Nós dançamos muito, de diferentes formas, mas as que mais marcaram foram aquelas em que remexemos bastante e dançamos coladinhos, para quem via de fora parecia que estávamos nos pegando no meio da festa, não estávamos mais nos importando com nada e nem com ninguém. O relógio já passava das 2:00 da manhã, não percebemos o tempo passando, pedi para que Matt me levasse para casa, mas isso não aconteceu, sem que eu entendesse o motivo ele havia agarrado o meu braço e me arrastado pela multidão para uma porta que estava na lateral do ambiente, ele a chutou e me levou para o lado de fora, o vento morno passou pelo meu rosto, meus pelos se levantaram de frio e de medo, a lua está brilhando no céu, o silêncio é cortado vez ou outra por morcegos e corujas, Matt continuou me empurrando para um beco escuro, desde que ele agarrou o meu braço eu tento travar os pés para tomar uma decisão, mas não consigo, ele começou a me beijar, mas eu não conseguia sentir nada, não havia sentimento, eu o empurrava com todas as minhas forças mas nada acontecia, ele começou a me xingar me chamando de p*ta enquanto apertava minha bunda, me chamando de gostosa enquanto insistia em tentar retirar a minha blusa. Eu enfim tive uma ideia, que logo surgiu já foi posta em ação, tirei o meu rosto de perto do seu e fui em direção a um de seus braços, dei a mordida mais forte que consegui, consegui sentir um pouco de sangue na minha boca, logo ele saiu de cima de mim e dei-lhe um tapa no rosto, forte o suficiente para que os meus dedos ficassem marcados, logo em seguida tentei fugir, tudo isso foi muito rápido, e ele também, mal virou o rosto já se recuperou enquanto eu tentava correr, Matt novamente me agarrou e jogou o meu corpo contra a parede depois de me chamar de v*dia, bati o meu rosto, mãos e tronco naquele cimento irregular, frio e sujo, a pancada foi forte o suficiente para ferir minha boca, ele me virou para ele e senti um filete de sangue fugir do meu lábio inferior, outros arranhões pela face trouxeram um pouco de sangue a superfície, o que ardia, ele me deu um soco na cabeça, e ela voltou de encontro a parede, senti algo parecido com uma lágrima escorrer por minha bochecha, passar pelo queixo e pingar na blusa, era mais sangue, esse imbecil estava me fazendo sangrar, por quê? Comecei a gritar em ritmo constante por socorro enquanto esperneava tentando me soltar,  ele tentava me calar, ninguém pareceu me ajudar, ele conseguiu por a mão sobre a minha boca fazendo com que apenas murmúrios saíssem dali, fui lançada na parede mais uma vez, porém com mais força, novamente a cabeça bateu contra o material sólido fazendo com que minha visão ficasse turva, eu estava tão atordoada que por um breve momento perdi a noção das coisas. O clima já não estava ameno, senti uma brisa repentina e fria que provocou um arrepio por minha espinha, eu pisquei e na minha frente já não estava mais Matt, tinha alguém de costas, ele estava me protegendo do meu agressor, não conseguia ver o seu rosto por causa do escuro e por ele estar contra a pouco luz da lua que entrava ali, sua voz me soou familiar quando ele disse para que Matt se afastasse de mim, por instinto ele deu uns três passos para trás, mas não foi embora, ficou ali me observando com um olhar ainda repleto de fúria, não entendo o motivo de tanto ódio, o rapaz que estava de costas se virou um pouco e olhou para mim, sua face eu ainda não conseguia distinguir mas seus olhos, seus olhos me hipnotizaram com a mistura do verde e do laranja, ele me perguntou se eu estava bem, achei uma pergunta besta, era óbvio que eu estava tudo, menos bem, acenei com a cabeça negando conseguir ver a sombra de um terno sorriso pela sombra do capuz, ele se virou novamente para o meu agressor, disse algo que inexplicavelmente eu não consegui entender, logo em seguida avançou para cima dele sem aviso e lhe desferiu um soco que foi forte o suficiente para deixá-lo inconsciente, eu estava quase no mesmo ponto, meus olhos estava pesando, o rapaz que eu ainda não sei o nome me pegou no colo e começou a andar, logo eu não aguentei e desfaleci em seus braços.

Tentei abrir os olhos mas não consegui, juntei forças de não sei onde e enfim abri os olhos, logo em seguida a boca para perguntar:

- Quem é você?

- Meu nome é Alexsandro, mas pode me chamar de Alex. - Ele disse, sua voz era suave e firme, e para mim, enlouquecedoramente sexy. - Agora descanse.

Apaguei me deixando envolver na confortável escuridão.

Allen StarOnde histórias criam vida. Descubra agora