Em breve

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  Depois eu é que sou a rainha do drama. Você tinha que ter visto a Ana hoje de manhã rastejando atrás de tia Vivian para que a mãe vá a escola e a tire da turma de ESOL.

Claro que minha tia prometeu, mas não acho que ela consiga resolver alguma coisa. Não com o diretor Hall parecendo tão determinado a elevar a nota da escola.

De qualquer forma, não sei o resultado dessa história toda porque já estou preocupada demais com meus próprios problemas.

Depois dos micos de ontem resolvi ficar calada e só me pronunciar quando for extremamente necessário. Theo me disse ao contrário, para tentar falar bastante, pois só assim aprendo. E cometer milhões de gafes nesse processo? Não, Theo. Obrigada.

Ao menos eu ainda tinha esperanças que o dia fosse melhor do que o anterior. Só que a aula de educação física se mostrou quase o mesmo martírio que as outras. E já começou quando, depois da sala, fui ao vestiário me trocar para colocar o uniforme da Odyssey High de práticas esportivas, no caso, a camisa antiga herdada do Vini (eu nunca vou parar de usar as roupas das pessoas dessa família?! É sério isso, mãe?!).

Fiquei esperando Theo, que faz essa aula comigo, do lado de fora do lugar e voltei com ele para junto da professora de P.E. Tenho de admitir que ele tem tentado me acalmar em relação a toda pressão que é estudar em um lugar em que eu não sei a língua. Me disse que por ter muitos alunos as turmas são variadas e que poucas pessoas devem saber da história da "viciada em drogas" que eu "virei". Disse ainda que existem vários horários de almoço, por isso nem todo mundo se encontra na hora do "intervalo" como acontece nos colégios no Brasil.

Eu realmente estava ficando mais calma com todas essas justificativas quando vi que havia um grupinho de meninas no centro do campo.

Theo e eu seguimos pela pista de corrida até o grupo de alunos, mas não consegui tirar os olhos das garotas. Eram Zoey, Megan e mais umas dez outras fazendo acrobacias em roupas de ginástica.

Não prestei atenção a uma única palavra da professora de P.E. por causa disso. Não que eu fosse entender algo, claro.

"Vamos começar o aquecimento?" Theo perguntou me tirando do transe. Se ele reparou na irmã e na ex no centro do campo, não demonstrou.

Segundo ele a professora nos mandou andar pela pista dando a volta completa nela. O exercício hoje não seria nada puxado e com o tempo é que ela iria aumentado gradualmente tudo até que nós aguentássemos correr todos aqueles metros.

Théo e eu fizemos o aquecimento como ela mandou e nos pusemos a andar.

No meio do trajeto vi que ele acenou para o centro do campo, onde as tais garotas estavam ensaiando uma coreografia. Achei que seu aceno fosse para a irmã, Megan, e quando me virei para me certificar perdi a respiração diante da garota linda que estava vindo em nossa direção.

Ela era loira, com rosto de fada e corpo espetacular onde tudo parecia proporcional. Mesmo sem maquiagem juro a você que era o ser mais lindo que já pisou nesse planeta.

Ela se aproximou de nós dando uma corridinha e cumprimentou Theo. Sei que ele nos apresentou, pois apontou para mim e disse algo como "girlfriend Bárbara." Depois, apontando para ela, me disse em português que se tratava da irmã mais velha do Kevin. Seu nome era Mackenzie Philips, mas os mais íntimos a chamavam de Mac, como ela mesmo disse... eu acho.

A garota pareceu gostar de mim, deu vários sorrisos sinceros e engatou numa conversa rápida com o Théo enquanto caminhávamos. Depois se despediu de nós dois e voltou para as garotas no centro do campo.

O diário (internacional) de Babi 2 -New AmericanaOnde histórias criam vida. Descubra agora