Em breve

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11:40- O dia anterior acabou comigo indo sozinha para casa no ônibus amarelo da escola. Ana não queria falar comigo e eu muito menos queria enfrentar o Theo e um Fábio deprimido depois da aula.

À noite, evitei qualquer contanto com minha prima, comendo as refeições no quarto e empacotando todas as coisas que viemos trazer hoje para nosso apartamento novo.

Ah, e acabei tendo minha primeira aula de inglês no curso para estrangeiros da universidade que tem aqui em frente. Fiz o teste de nivelamento um pouco antes e foi com surpresa que me colocaram no Basico 3. Acho que o fato de vermos o verbo "to be" na escola todo ano me ajudou a não ter que ficar no nível de fato inicial.

Não posso dizer, no entanto, que a aula foi fácil. A professora falava o tempo todo em inglês e teve que usar muita mímica para que eu entendesse a matéria. O lado positivo é que já aprendi bastante coisa nova hoje, mesmo morta de sono.

E agora estamos aqui arrumando tudo em nosso novo quarto. Mamãe está montando junto com Alice nosso beliche enquanto eu arrumo minhas roupas no closet e Dani tentava me ajudar, embora agora esteja correndo pela casa com uma toalha enrolada no pescoço e uma das minhas roupas íntimas na cabeça dizendo que é o capitão Calcinha.

Sério. Essa criança tinha que ser estudada.

16:45- Mamãe inaugurou a cozinha do apartamento fazendo seu típico frango xadrez para a gente. Depois voltamos às arrumações com a companhia de Norah, mas ela não foi a única a aparecer por aqui.

Eu estava bem no meu quarto quando o telefone de mamãe tocou. Era o interfone da frente e ela logo abriu o portão para que a pessoa entrasse. Sim, aqui é um pouco diferente. Nosso condomínio é fechado e se você não tiver o cartão que libera a entrada no portão tem que interfonar para nossa casa, sendo que mamãe gostou da possibilidade de poder controlar a entrada e saída de todos pelo seu telefone. Maldita tecnologia!

Ao olhar pela janela vi o carro de tia Vivian parando em frente ao nosso bloco, mas foi Ana quem saiu dele.

Eu ainda estava revoltada com ela, por isso voltei aos meus afazeres enquanto a ouvia tocar a campainha e falar com mamãe e Alice na sala.

Alguns minutos depois ouvi minha mãe dizer que eu estava no quarto e logo alguém bateu na porta mesmo ela estando aberta.

"Oi." Ana disse cautelosa parando na soleira.

"Oi." respondi seca, sem olhar para ela, enquanto decorava a parte de cima do beliche com pisca-piscas.

O pequeno diálogo pareceu a ter encorajado e então minha prima entrou no quarto.

"Desculpa por ontem, Bárbara. É sério. Eu não queria ter falado aquilo."

Bufei ainda sem olhar para ela.

"Agora é um pouco tarde para isso..."

"Sério, Babi. Me desculpa, por favor. Eu estava fora de mim. Acabei deixando minha obsessão pelo Kevin estragar tudo."

"Ainda bem que você sabe." reagi me virando para ela.

"Vou tentar melhorar, eu prometo. E também juro que não vou mais brigar contigo por algo tão bobo. Você é da minha família e eu praticamente te considero uma irmã. Doeu bastante ver o quarto de hóspedes vazio e saber que você não vai estar mais nele para a gente ficar falando besteiras até de madrugada. Tu pode não acreditar, mas eu já estou sentindo sua falta..."

O diário (internacional) de Babi 2 -New AmericanaOnde histórias criam vida. Descubra agora