Capítulo 20

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                                 Desculpem se tiver erros. 


Minha mãe correu ao meu encontro para me abraçar e eu recuei. 

-Maria Aurora, tenta me entender, por favor. - Ela diz

-Eu entendo mãe, eu entendo até demais, mas o que custava dizer? O que custava me explicar o que estava acontecendo, será que é tão difícil assim? Eu sou sua filha, eu tinha o direito de saber. - Rebato 

-Maria Aurora, as coisas nem sempre é da forma que a gente quer minha filha, eu te poupei de muito sofrimento, você não tem noção do que suportei naquele hospital, mas eu tava lá Aurora, eu estava de cabeça erguida.

-Não me importa mais nada, eu não quero saber como você tava...

-Aurora. - Justin me repreende.

Eu o olho e continuo.

-Eu não quero saber como você tava, eu só queria estar do seu lado pra tudo.- Faço uma pausa para enxugar as lágrimas. -Você queria que eu descobrisse tudo assim? Dessa forma? - Eu pergunto

-Não Aurora, eu queria que fosse diferente. - Diz tentando controlar as lágrimas.

-Olha só o que sua falta de consciência nos fez passar. - Eu atropelava as palavras e as jogava sem pensar.

-Suas palavras machucam Aurora. - Ela se vira. -Você é igual ao seu pai, as palavras dele também machucavam e muito. Toda, toda a sua personalidade foi dele. Você não tem meu sentimento de compaixão pelas pessoas.

Eu gargalho.

-Eu que não tenho compaixão? - A olho friamente. -Não jogue pra cima de mim seu fracasso como esposa e mãe, você sempre foi assim comigo, desde pequena, sempre me escondia as coisas e me tratava como uma idiota qualquer, desde o início eu lembro muito bem, suas chantagens pra cima do meu pai, todo o seu joguinho de sedução, ou você acha que eu não sei que meu pai era casado quando vocês se conheceram. 

Minha mãe vem em minha direção. 

-Se você quiser me encontrar, estou no hospital São Miguel, fica a alguns quilômetros daqui. 

-Eu vou lá, pode deixar. 

Ela virou de costas e foi em direção a porta, chegando nela me encarou por longos segundos.

-Não trate mais sua mãe assim Aurora, você viu como a deixou? - Justin me olhava sério, enquanto brigava comigo.

-Cansei de ser tratada como uma qualquer por ela Justin, cansei. - Digo

-Ela só queria te poupar de sofrimento, de choros, de más lembranças. 

-Não queria me poupar de nada. - Eu grito. -Ela queria mais uma vez mostrar que é forte sozinha sem ser, ela só queria esconder de mim a verdade mais uma vez. - Termino 

Justin pensa por alguns minutos.

-Você quer ir embora? - Pergunta

-Por favor. 

(...)

Eu passava a mão pela cama, ainda estava de vestido longo, ainda estava maquiada e detonada por dentro. Justin se aproximou de mim e começou a acariciar minhas costas. 

-Você precisa relaxar. - Ele dizia aos sussurros em meus ouvidos. 

-Me ajuda a relaxar. - Digo de volta.

Justin lentamente tira a alça do meu vestido, fazendo o mesmo percorrer meu corpo, caindo ao chão e me deixando apenas de calcinha e sutiã. Eu virei de frente pra ele e comecei a lentamente também tirar suas roupas, ele me olhava com desejo no olhos e eu apenas retribuía. 

Suas mão acariciava todo o meu corpo enquanto me tocava, nos deitamos juntos, ele permanecia por cima de mim. Segurou com força meus cabelos e minha cintura, senti ele dentro de mim e me entreguei por inteira mais uma vez. Deixei ele comandar tudo e fizer comigo o que tivesse vontade.

Fui tomada pelo prazer e por várias vezes gemi.

Após uma hora ele se deitou ao meu lado e beijou minha testa, me abraçou e ali mesmo dormimos. 

(...)

Abrir os olhos e eram onze e meia da manhã de uma sexta, já tinha perdido aula na faculdade, preferi então me deitar mais um pouco e descansar de ontem. Justin estava do meu lado, dormia feito um anjo, acho que essa era a palavra certa pra ele, ele era um anjo.

Um anjo enviado por meu pai pra mim, que saberia como me ajudar e me livrar das garras da minha mãe. Minha mãe sempre mentia pra mim e isso me incomodava muito. Tudo quando ela colocava a mão se destruía, e assim foi no antigo casamento do meu pai. Ele tinha um filho antes de me ter com a minha mãe e até hoje morro de vontade de conhecê-lo. A saudade do meu pai invadiu meu coração e lá, deitada mesmo, perto do homem da minha vida, deixei as lágrimas invadirem meu rosto.

-Bom dia sol. - Justin impediu meus próximos pensamentos que envolvessem minha mãe e meu pai.

-Bom dia meu amor. - Eu disse.

-Está se sentindo melhor?

-Estou, é como se eu tivesse descarregado um fardo ontem, me sinto mais leve.

-Entendo, todos nós temos nossos fardos na vida. Não se preocupe por isso, faça só sua parte. 

Eu respiro fundo e acaricio seu rosto.

-Estou com fome. - Me levanto da cama. -Vai querer comer o que?

-Hoje to afim de panquecas, você vai fazer? - Ele pergunta surpreso.

-Vou, hoje tudo é por minha conta. Aceita?

-Aceito. - Ele diz me dando um selinho.

O telefone tocou. 

Fui imediatamente em direção ao aparelho e li no visor quem ligava. 

-É do hospital São Miguel. 

-Atende Aurora. - Ele diz.

Eu atendi apressada.

-Alô. - Digo

-Aqui é do hospital São Miguel, precisamos de um responsável por Adélia Hernandez.

-Eu me disponibilizo, me chamo Maria Aurora. Aconteceu algo? - Pergunto nervosa

-Precisamos da senhora aqui, venha por gentileza.

A ligação caiu e eu virei pro Justin.

-Eles precisam de um responsável pra minha mãe. To indo pra lá. - Eu olho pro Justin. -Você não vem? 

-Agora eu não posso ir, tenho muita coisa pra resolver, vou logo após que você. - Se aproxima e me abraça. -Qualquer coisa me liga. 

Fui correndo pro carro e tentei esquecer a estranha situação do Justin não querer ter ido comigo, poderia ser coisa da minha cabeça, a princípio, mas aquilo me deixava com um pé atrás. Me libertei dos meus pensamentos e fui a trezentos por hora a caminho do hospital.


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