Capítulo 17 - Hogwarts Hostil

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1995

Acordei cedo naquele dia no Largo Grimmauld 12. Papai iria me levar de volta para a casa da mamãe para a passagem de ano e eu não queria atrapalhar os afazeres dele. No entanto era cedo demais. Comprovei aquilo pelo silêncio na casa. Já ia voltar para o quarto que eu estava dividindo com a Tonks quando ouvi alguém chamar meu nome pelo corredor que levava até a cozinha.

- Sirius - sorri ao vê-lo. - Bom dia.

- Bom dia - ele respondeu sorrindo.

- Achei que fosse a única já acordada.

Ele estava sentado em uma cadeira de frente para uma xícara fumegante e com um exemplar do Profeta Diário nas mãos.

- Tenho me exercitado pouco ultimamente, consequentemente durmo pouco - ele sorriu com o próprio sarcasmo.

Eu sorri de volta.

- Quer que eu prepare alguma coisa para você? Chá? Leite com chocolate? - ele se levantou enquanto falava.

- Aceito o leite com chocolate - sorri enquanto ele pegava uma xícara no armário. Sentei em uma cadeira de frente para a dele, do lado oposto da mesa e de costas para o corredor.

Me distraí tanto com as fotos se movimentando no jornal que não percebi quando ele voltou a se sentar de frente para mim trazendo a bebida. Ele também colocou um pote com torradas e outro com geleia perto de mim.

- Obrigada - agradeci enquanto bebia.

Ele sorriu e dobrou o jornal colocando-o um pouco de lado.

- Ansiosa para voltar à Hogwarts?

- Sim, um pouco.

- Um pouco?

- Quando estou lá sinto saudades do papai...

- Mas seu pai vai estar bem aqui quando seus estudos terminarem. Hogwarts serão só 7 anos - ele se aproximou de mim e sussurrou: - e você precisa aproveitar cada dia que estiver lá, se é que me entende - ele piscou um olho e voltou a se recostar na cadeira.

- A escola não tem sido tão legal assim - peguei uma torrada e passei um pouco de geleia com a colherzinha que estava encaixada ao lado do pote.

- É a tal da Umbridge? Ouvi os meninos reclamando bastante sobre ela.

- Ela tem sido um pesadelo - eu queria contar tudo a Sirius, mas será que ele falaria para o papai?

- Tem alguma coisa aí que você não quer me contar - o comentário me pegou de surpresa. - Conheço esse olhar. Já vi seu pai assim muitas vezes.

Fiquei ainda mais indecisa. Agora se eu não contasse o que estava acontecendo, era bem capaz dele alertar papai de que havia algo errado comigo.

- Pode me contar, Lana. Se o que te preocupa é eu contar para o Remus, prometo guardar segredo.

Sirius parecia estar lendo meus pensamentos, mas sendo ele o melhor amigo do papai, essa era uma conclusão lógica.

- Promete?

- Te dou minha palavra.

Resolvi me desabafar com ele. Contei desde meu encontro com as meninas no trem no meu primeiro ano, as ofensas que se seguiram, a briga que tivemos e o ataque quando sujaram minha lição. Enquanto eu ia falando notei que Sirius havia fechado o punho sobre o Profeta Diário e algumas folhas estavam sendo amassadas fazendo o homem na foto da manchete se espremer cada vez mais na outra extremidade da figura.

- Sirius - eu o chamei quando terminei de falar, mas ele ainda amassava o papel. - Tudo bem?

Ele seguiu meus olhos até o seu punho e afrouxou o aperto alisando as folhas.

- Não consigo me sentir bem sabendo que você está passando por isso. Eu mesmo já participei desse tipo de coisa.

- Você foi perseguido enquanto estava em Hogwarts?

- Não - ele suspirou. - Eu estava do outro lado.

Fiquei surpresa com a revelação. Não imaginava ele e papai coagindo outros estudantes.

- Seu pai, do nosso grupo, era quem sempre tentava nos fazer parar com as brincadeiras - a minha expressão deve ter feito com que ele sentisse a necessidade de explicar. - Não me orgulho do que fiz naquela época. Me dói saber que a filha de um dos meus melhores amigos esteja passando por isso.

Houve um momento de silêncio.

- Você já falou com algum adulto? - perguntou ele. - Além de mim?

- Quando eu briguei com as meninas, a professora Minerva me deu uma detenção. Naquele dia eu contei tudo para ela.

- Mudou alguma coisa?

- Não muito. Quando eu estava cumprindo minha detenção elas apareceram para me perturbar e se não fosse meu amigo Jimmy perceber as más intenções delas e avisar a professora, não sei o que poderia ter acontecido.

Sirius bebeu um pouco do seu chá - você disse que elas têm se aproximado quando você está sozinha para fazer as maldades?

- Sim. Ultimamente não tenho mais coragem de andar sozinha.

- Covardes!

Eu me assustei com a palavra dita mais alto.

- Não você, claro - ele sorriu. - Só está sem alternativa. Mas essas duas são completamente medrosas e por aí traçaremos o nosso plano.

- Que plano? - bebi mais um pouco do leite.

- Eu não vou permitir que sua vida em Hogwarts continue assim. Vou pensar em alguma.

Me animei com a notícia.

- Se elas não conseguem te respeitar, então terão medo de você!

Sirius ergueu sua xícara e compreendendo o gesto eu levantei a minha para o brinde. Não tinha ideia de como ele iria fazer Anastácia e a Penélope terem medo de mim, mas eu fiquei mais confiante por ter alguém pelo menos tentando me ajudar a mudar aquela situação.

***
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Eu conto no próximo capítulo!
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Livro 3 - O Retorno da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora