Capítulo 8 - Indo e Vindo

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1995

Acordei cedo em uma manhã de temperatura amena. Na cama ao lado, Dora Tonks dormia profundamente. Ela havia sido escalada para a próxima patrulha e por isso ganhara o direito de dormir até um pouco mais tarde.

Eu me troquei e saí do quarto sem fazer barulho para não acordá-la. Desci direto para a cozinha onde encontrei o Sr. e a Sra. Weasley, Sirius e papai tomando café.

- Bom dia papai - eu disse abraçando-o por trás da cadeira e dando um beijo em seu rosto.

- Bom dia filha - ele me abraçou e retribuiu o gesto com um beijo na minha bochecha. - Sente-se - ele indicou um lugar ao lado dele.

- Bom dia - eu disse aos outros depois de me acomodar.

- O que você quer de café, querida? - perguntou a Sra. Weasley já em pé.

- Só um leite quente - respondi.

- Tem certeza? - certamente ela queria que eu comesse alguma coisa também.

- Claro que ela não vai recusar umas torradas - papai empurrou um prato com três torradas para perto de mim.

A Sra. Weasley me entregou a xícara com o leite.

- Obrigada - agradeci sorrindo. - Pai...

Ele olhou para mim e sorriu - um dia você ainda vai me pegar de bolsos vazios. - Comentou papai colocando as mãos no bolso já sabendo o que eu queria. Ele tirou um pedaço generoso se uma barra de chocolate e jogou dentro da minha xícara colorindo o leite de marrom claro que foi escurecendo aos poucos.

- Isso nunca vai acontecer - sorri.

Ele sorriu de volta.

Depois de terminar o chocolate quente com torradas, me despedi de todos na cozinha e saí com papai. Já havia se passado uma semana desde a minha chegada e já era hora de voltar para a casa da mamãe. O bom é que agora ela estava de férias do emprego na faculdade e poderíamos passar mais tempo juntas.

- Lana, tem problema se eu te deixar na estação do metrô e você seguir sozinha até em casa?

- Compromisso da Ordem?

- Sim filha.

- Por mim tudo bem, pai. A única parte ruim é que passaremos menos tempo juntos.

Papai passou o braço direito por cima dos meus ombros e me puxou para mais perto dele - teremos muitos e muitos anos pela frente para estarmos juntos.

- Com certeza, papai - eu o abracei pela cintura.

Andamos assim por um trecho em silêncio até que parei em frente à uma pequena floricultura e comprei um ramalhete de margaridas para mamãe. Eu e papai trocamos um sorriso quando saí da loja.

- Agora melhor nos apressarmos.

Já estávamos perto da entrada do metrô e papai e eu paramos para nos despedir.

- Busco você em casa na semana que vem - disse ele.

- Cedinho como da última vez? - perguntei já pensando em quão cedo teria que levantar.

- Posso te buscar à noite...

- Hum, aí perco o dia que poderia estar com você... - ponderei por alguns instantes. - Pode chegar cedo mesmo - disse por fim.

Papai sorriu e depois que nos abraçamos em despedida eu desci as escadas de acesso ao metrô. Após descobrir que meu ausente pai Wesley não era meu pai verdadeiro e sim aquele que eu conhecia como meu padrinho Remus, ficamos ainda mais próximos. Ele sempre tinha sido o pai que Wesley não foi capaz de ser e aquela situação era um sonho se tornando realidade.

Não me lembro de ter usado o transporte público tão cedo sozinha. Assim que me sentei em um dos vagões, usei meu celular para avisar à mamãe que já estava no metrô e pedi que me esperasse na estação perto de casa. Depois que guardei o aparelho fiquei observando as pessoas que dividiam aquele espaço comigo.

Ao fundo um casal vestido de preto conversava em voz baixa. Os cabelos coloridos da garota me lembraram de Tonks de quem eu nem havia me despedido porque ainda dormia quando saí. Um pouco à frente dos dois, um homem jovem aproveitava os últimos minutos de sono e na outra extremidade do vagão, uma senhora tricotava o que parecia ser um cachecol.

De frente para mim no lado oposto, estava o passageiro mais estranho. Um homem tão peludo e tão grande que me fez pensar como papai provavelmente ficava nas noites de lua cheia. Acho que acabei me perdendo em meus pensamentos e fiquei olhando diretamente para o homem, pois ele sorriu para mim revelando seus dentes amarelados. Eu sorri de volta e senti minhas bochechas arderem, provavelmente enquanto ficavam vermelhas, por ter cometido a indelicadeza de encará-lo.

Por sorte, mais duas estações e eu cheguei ao meu destino.

Quando desci do metrô, pensei que o tal homem estivesse me seguindo, pois ele desceu no mesmo lugar, mas foi só impressão, porque depois que avistei minha mãe, não o avistei novamente.

***
E então, gostaram desse capítulo? Estão sentindo cheiro de perigo no ar? Com Voldemort à solta é assim o tempo todo. Até uma curta viagem de metrô deixa a gente com medo.

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Livro 3 - O Retorno da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora