Capítulo 4 - Lar, segundo lar

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1995

Depois de passar quase um ano em Hogwarts, voltar para casa era um tanto estranho. Apesar de eu saber que morava ali, às vezes era difícil ver um lugar onde eu passava tão pouco tempo como lar. No entanto eu estava ansiosa para voltar pra lá. Papai e eu aparatamos novamente. Dessa vez na garagem da casa da mamãe. Me adiantei e bati na porta. Demorou alguns minutos até ela abrir a porta dos fundos usando um roupão e tendo o cabelo todo desarrumado.

- Desculpe pelo horário, Anne - papai se adiantou em explicar. - Mas é que nós aparatamos então não podíamos vir muito depois das 8 horas...

- 8 horas! - mamãe o interrompeu. - Já passou das 8?

- São 08h05min, mamãe.

- Deus do céu! Estou muito atrasada! - mamãe entrou correndo. - Porque o Wesley não me acordou? - a ouvimos bater uma porta. Provavelmente a do banheiro.

- Parece que ela vai sair - disse papai entrando na cozinha puxando meu malão. - Quer que eu fique com você?

- Não precisa pai. Pode ir se quiser. Tenho umas tarefas chatas pra fazer. Guardar todas as coisas que estão no malão... lavar algumas roupas...

Papai sorriu.

- Desculpem o mau jeito - mamãe voltou para a cozinha já vestida com um casaco preto, uma saia também na cor preta e uma camisa verde clara - tenho que ir pra faculdade. Tenho uma reunião às 9 horas. Te pego aqui meio dia para almoçarmos filha - mamãe se aproximou e me abraçou. - Estou com muita saudade, mas não posso ficar.

- Tudo bem mãe - correspondi o abraço.

- Obrigada por ter ido buscá-la na estação e trazê-la até aqui, Remus.

- Você sabe que não é trabalho nenhum, Anne.

Eles trocaram um sorriso.

- Bom, agora tenho que ir. Esteja pronta antes do meio dia, tudo bem, Lana?

- Sim, mamãe - ela me deu um beijo na testa.

- Você quer carona, Remus?

- Não Anne, obrigado. Vou aparatar de novo.

- Tudo bem, até breve então.

- Até breve.

Mamãe entrou no carro e a vimos se afastar pela rua.

- Lana, eu também não posso demorar. Quer que eu faça alguma coisa antes de ir?

- Será que você pode deixar o malão no meu quarto?

Papai tocou o malão com a varinha e ele desapareceu, reaparecendo sobre minha cama cujos pés podíamos ver da cozinha ao final do corredor.

Eu sorri.

- Mais alguma coisa filha?

- Não pai. Só isso.

Papai me abraçou. Eu correspondi o abraço.

- Volto para te buscar na próxima semana.

- Vou esperar ansiosa!

Papai sorriu e me soltou do abraço. Eu me afastei dele.

- Te amo filha - disse.

- Também te amo pai - respondi.

No instante seguinte eu estava sozinha em casa. Papai havia desaparatado.

*
Minha mãe tinha conseguido a tarde de folga e depois de almoçarmos, compramos sorvetes e fomos andar pela Trafalgar Square. Nos sentamos e ficamos observando as pessoas que andavam pela praça.

- Então seu segundo ano foi cheio de emoção, hein?!

- Com certeza, mãe. Foi ótimo! Acho que agora finalmente estou me enturmando.

- Que bom! - mamãe sorriu.

- Ah, esqueci de te falar. Papai deixou a chave da casa comigo. Ele conseguiu outro lugar pra morar.

- Que bom! Onde é?

- Bom, eu não tenho como dizer, o local está protegido, sabe. Conhece o feitiço fidelius?

- Acho que me lembro desse. Mas porque tanta proteção?

- Você não sabe? - parei de falar. Não sabia como contar aquilo.

- O que eu não sei Lana?

- Er, mãe... - eu continuei sussurrando - Voldemort retornou.

- O que?! - a voz da mamãe saiu mais alta e mais aguda do que o normal e seu sorvete caiu no chão. Ficamos olhando o sorvete de creme se derretendo perto dos pés dela.

- Papai disse para ficar tranquila. A Ordem da Fênix está sendo restaurada e vai cuidar de tudo - eu disse colocando minha mão sobre as dela.

- Sim, meu anjo. Sei que eles vão cuidar de tudo - ela segurou minha mão.

- Mãe, o que deu errado da primeira vez? - perguntei.

- Peter Petegrew nos traiu. Seu pai não te contou sobre ele?

- Ah, sim. Claro. Ele me contou a confusão do ano passado. O rato do Rony que era o Peter na forma de animago e o Sirius que teve que continuar fugindo mesmo sendo inocente.

- Isso mesmo - mamãe concordou com um aceno de cabeça.

- Sirius estava lá, - eu sussurrei de novo. - Conheci ele hoje de manhã.

- O que achou dele?

- Parece ser bem legal! Também conheci uma bruxa. O nome dela é Ninpha... - me lembrei que ela não gostava do nome. - Tonks, o nome dela é Tonks - falei duas vezes para memorizar. - Ela é linda mãe! E tem o cabelo rosa! Bem, ela pode mudar a cor do cabelo à vontade.

Mamãe sorriu.

Aos poucos parecia estar se recuperando do susto de saber sobre o retorno de Voldemort.

- Mãe, quem contou para você sobre o papai ser lobisomem? O Sirius, o James ou o Peter?

- Nenhum deles. Quem me contou foi a Lily.

- A mãe do Harry?

- Sim. Só que na época éramos colegas de escola. Ela e James ainda não eram casados. Lily percebeu que eu estava apaixonada pelo seu pai e o quanto sofria por ele ignorar minhas investidas. Eu achava que era ignorada por ser mais nova que ele. Quando ela descobriu que seu pai também gostava de mim, mas evitava qualquer relacionamento por causa da licantropia, ela resolveu nos ajudar. Acho que se não fosse por ela nunca teríamos ficado juntos.

- Uau. Acho que nem o papai sabe disso. Ele acha que foi um dos amigos dele quem contou pra você.

Mamãe sorriu - filha, vamos indo?

- Vamos - eu sorri de volta.

Eu já havia terminado meu sorvete. Jogamos os potinhos em uma lixeira e seguimos andando lentamente aproveitando o resto da tarde.

***
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Livro 3 - O Retorno da FênixOnde histórias criam vida. Descubra agora