Desisti logo - Continuação

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20 de fevereiro de 2012

[...]

Cheguei até uma esquina aonde tinha uma avenida, aqui já tinha movimento de carros e de outros veículos, na outra esquina havia uma farmácia. Nem pensei duas vezes corri até ela entrando mais calma, sem demonstrar medo nem nada. Olhei pros lados, um homem velho e gordo de cor estava no caixa, ele acenou pra mim e deu boa noite, eu respondi em um sussuro, olhei pra trás e os dois homens estavam na outra esquina olhando de um lado pro outro tentando me localizar, andei até uma das prateleiras e me abaixo fingindo estar pegando algum medicamento ou qualquer coisa que estivesse na prateleira de baixo, fiquei assim alguns segundos... Esse suspense todo de a qualquer segundo eles estrarem aqui ou sei lá me deixava ainda mais irritada, eu me levantei olhando pra porta de vidro que ficava de frente pra prateleira e eles não estavam mais lá do outro lado... Sorri me sentindo aliviada, quando um deles aparece na frente da farmácia, ele olha pro lado e eu me abaixo antes mesmo dele me enxergar, meu coração dá um salto tão grande que me sinto com medo por alguns segundos depois passa...
Começo a andar agaichada até o fim do corredor, chego até o final e me levanto olhando pra trás, nada deles...
Sorrio e pego meu celular, eu ia ligar para alguém, mas pra quem eu ligo? A primeira pessoa que eu deveria ligar era a Pilar, mas eu não tenho o número dela, na verdade tenho mais não sei se é dela, pode ser do Daniel ou o dela... Mas eu preciso ligar pra avisar que estou perdida. Respiro fundo e penso em ligar pra minha mãe, não ia dar certo, se ela souber que eu estou perdida numa cidade dessas vai querer que eu volte na mesma hora e o meu pai vai me colocar naquela droga de internato. Bufei e fui no meu histórico de chamadas, tinha dois números lá, um provavelmente seria do Daniel e o outro da Pilar, mas os dois tinham o mesmo DDD, quer dizer que a Tia Pilar também era de Londres. Cliquei logo no primeiro que se eu tivesse sorte seria o da Tia Pilar. O celular chamou por alguns segundos e eu olhei pra trás vendo se a barra estava limpa e aqueles homens não estavam por aqui.

- Alô?

A voz do Daniel ecoou pelo telefone e eu disse um droga mentalmente.

- Daniel.

- Valery! Valery é você? Onde você ta? Você ficou horas sumida. Eu te liguei várias vezes todo mundo ta te procurando.

Eu bufei e revirei meus olhos me virando e xeretando na prateleira de remédios lendo disfarçadamente.

- É óbvio que sou eu, não ta me ouvindo não?... Para de dar chilique, eu não fui sequestrada nem nada do gênero... ainda.

Falo olhando pra porta e respirando fundo, volto a mexer nos remédios, procurando sei lá oque.

- Como assim ainda? Tem alguém atrás de você? Valery... você tem que me falar agora onde você está.

- Passa pra Tia Pilar.

- Ela não pode agora, ela tava até agora na festa, mas recebeu um telefonema do seu Pai.

- Oque? Meu pai? Vocês contaram pra ele?!

- Eu... Valery só me fala logo onde você ta. Por favor.

Ele fica em silêncio por alguns segundos e eu durante esse tempo já começo a ter um ataque de raiva.

- Droga Daniel! Porque diabos vocês tinham que falar com os meus pais?! Você tem ideia do que vai acontecer quando eu voltar pro hotel?! Eles vão me despachar de volta e eu vou pra uma porra de um internato! Foi você que falou? Porque se foi pode ter certeza que eu vou te odiar até o fim da sua vida. Que droga!

- Não fui eu ta bom! Ninguém falou nada não.

- Não interessa alguém falou sim! Não grita comigo seu otário.

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