Apenas mais uma noite...

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   Interessante como só precisamos de um ambiente diferente daquele que frequentamos diariamente, para nos fazer pensar um pouco sobre algumas coisas.
Estava Eu ali, sentado sobe o balcão de frente a churrasqueira da casa de praia de meus país, ouvia no rádio uma moda de viola, o céu noturno estava nublado, me impedindo de olhar as estrelas. No gramado a coelha de estimação corria e pulava euforicamente, na sala minha irmã e irmão dormiam estirados no sofá com a televisão ligada, atrás vi minha Mãe nadando na piscina enquanto meu Pai, sentado em um pequeno banco, demonstrava estar pensativo ouvindo o som que continuava a tocar àquelas clássicas modas. Mesmo com essas músicas tocando eu podia ouvir os poucos carros que passavam na rua deserta, os estralos das brasas na churrasqueira, o barulho do freezer, os Squash da água na piscina. Podia ouvir até o canto da cigarra ao fundo.
Ali estava eu pensando...
Pensava sobre o motivo de Eu estar ali. Pensava sobre a importância de se estar com a familia. Pensava sobre os colegas e amigos que mal pude me despedir antes de partir. Pensava sobre minha vida!
  Já são quase 21 horas, uma música chamou minha atenção, "Garçom amigo, apague a luz da minha mesa. Eu não quero que ela note em minha face a tristeza". Um homem que se lamentava por não ter conseguido a companhia de uma bela moça que estava com Um lindo vestido vermelho. Interessante, uma música sobre um homem que se arrepende de ter cometido um erro com uma garota, parece até clichê. Minhas costas já estavam doendo, minhas pernas dormentes, mas eu não queria sair daquele lugar, me senti tão bem ali observando o pequeno mundo ao meu redor. Queria ver mais, ouvir mais, sentir mais, mas antes de procurar coisas novas para refletir senti meu estomago se contorcer e sabia que precisava comer. Corri até a churrasqueira e peguei uma espiga de milho que meu Pai estava preparando, que a propósito estava muito boa. Depois de me alimentar voltei ao meu ponto de reflexão. Novamente ali estava eu sobre um banco de madeira enfrente o balcão. Senti meus olhos ficarem pesados, mas não queria dormir, não naquele momento. Pra me ajudar meu Pai foi até o som e colocou aquele bom e velho Raul Seixas, metamorfose ambulante definitivamente é uma das melhores músicas já compostas. Nos faz pensar em por que ser um boneco padronizado do sistema social, mas também mostra que somos pessoas encostantes, imprevisíveis, incompreensíveis. Por mim tudo bem, nunca curti ser igual todo mundo mesmo! Raul Seixas foi um cara e tanto, podem dizer o que for dele, mas seus ideais eram surpreendentes. Por que será que pessoas com pensamentos semelhantes com o dele são tão difíceis de se encontrar? Seria muito louco um mundo de pensadores que não tem medo de demostrar o que pensam.
  21:27 horas, subi até a varanda e me deparei com a imagem mais linda da noite! Era a Lua, com um brilho amarelado e forte parcialmente a mostra, sua outra metade estava coberta por uma pequena nuvem que lentamente se afastava. Esplêndido, era como se alguém tivesse pintado ela ali. Fiquei apaixonado com aquela imagem, e durante alguns minutos não consegui me mexer extasiado com a magnitude exposta no céu noturno. Logo em seguida pude ver uma estrela, uma única estrela. Ali tão solitária, pelo menos ao meu ver, mas a verdade é que ela não está só. Esta rodeada de muitas outras estrelas. Quantas vezes não nos vemos assim, solitários, abandonados, mas a verdade é que estamos rodeados de pessoas que se importam conosco. Só precisamos afastar as nuvens que encobrem essas pessoas no nosso céu.
À a vida, tão maravilhosa, mesmo quando achamos que nada pode nos surpreender ela vem e nos surpreende, não é atoa que certa vez um grande pensador disse:
Só sei que nada sei!
Realmente, nada sei. Mas de bom grado estou disposto a descobrir e apreender.
Já é tarde, mais uma vez fiquei preso em meus loucos pensamentos e não percebi o tempo passar.
É bom ser quem queremos ser!

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