My Siren.

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Eu gostava de dizer que ela era minha sereia.
Sua maior qualidade? Ser tão ela mesma. Única seria a palavra perfeita para descrevê-la.

Era diferente. Não revelava seus sentimentos ou pensamentos para qualquer um.
Reservada, não se expunha por motivo algum. Fugir de multidões parecia natural para ela.
Havia nela uma aura de vingança sutil, talvez até um pouco de malícia, mas nada exagerado.

Aberta ao inesperado, ela curtia novidades.
Das muitas palavras existentes, algumas ela mesma inventava.
Perguntei: noite ou dia?
Ela respondeu preferir o crepúsculo. Seu emoji favorito? Uma lua com rostinho.

Tão peculiar, tão fascinante. Se intitulava estranha, mas qual é a graça nas pessoas normais?
Conversávamos sobre tudo: animais e sentimentos, alimentos e misticismo.

Era jovem, de beleza clara. Observadora como uma águia, dominava a arte de analisar.
Em apenas três dias, já havia me desvendado.

Passei uma madrugada ao seu lado, e jamais esquecerei aquele olhar.
A maneira como demonstrava interesse genuíno no que eu tinha a dizer me encantava.

Confiante e curiosa, escondia-se sob uma capa de timidez e discrição.
Uma caixinha de surpresas que pretendo abrir, pouco a pouco.

Uma garota interessante, capaz de me desarmar com facilidade.
Sua forma de pensar se alinhava à minha, ainda que com algumas controvérsias.
Fazia questão de demonstrar ciúmes quase obsessivos, mas tinha dificuldade em expressar carinho, talvez por timidez ou medo de ser mal interpretada.

Pequena garota, grande mulher. Sua personalidade era única, e foi isso que me prendeu.
Eu, que vivia viajando em pensamentos, encontrava nas palavras dela um ponto de equilíbrio.

Minha pequena sereia.
Comparada à loucura dela, a minha era insignificante.

Que o tempo passe, que os ventos soprem, mas essa garota jamais será esquecida.

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