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prometam para mim que não irão bugar e que irão ler com calma, ouvindo "goner" do twenty one pilots e "cake" da Melanie quando terminar Goner

puta merda eu ja escrevi o epílogo. eu to TREMENDO. mas não ainda o último cap. gente o "degelo" não é um erro de português não, é a palavra degelo mesmo.

se alguém tem agonia com faca... desculpa?

q&a foi útil, só avisando.

eu não revisei *como se fosse surpresa*

•    •    •

Eu ouço quando a porta bate, mas o som não me faz pular. Eu estava esperando por ele.

As paredes estavam suando, gotículas de água escorrendo no dia quente, como se chorassem o que eu não derramaria por ele.

Não por isso.

Continuo a fatiar a cenoura com movimentos rápidos, o legume caindo para o outro lado da lâmina na tábua.

Era uma faca grande e o seu fio era maravilhoso.

Maravilhoso.

Ele então deixa as chaves na entrada e caminha até o balcão, passando os braços pela minha cintura e deixando um beijo em meu pescoço.

Eu não me arrepio.

Eu não sinto nada.

E continuo a fatiar.

Ele então anda até o sofá e deita com a barriga para cima, colocando os braços atrás da cabeça, olhando para o teto claro de gesso. Não há nada lá em cima.

Ele tira os seus sapatos e eles rolam para de baixo do móvel. Então me olha:

"O que você está fazendo?"

Ergo o que sobrou do legume. "Estou fatiando isso que é chamado de cenoura." Solto o talo no granito, o fazendo rolar e agarrando a outra parte da salada. Há um sorriso em meu rosto. Um maldito sorriso. "Agora fatiando isso que é chamado de penino." A faca não para, jamais desacelerando os meus movimentos. Fatias finas.

Fatias que...

Ele.

Eu amei.

Ele.

Ele.

POR QUE?!

"Amo-"

"Não." A ergo, fazendo a luz refletir na lâmina depois de separar o que já estava cortado.

Cortado.

Fatiado.

Fatiado.

Da direita para a esquerda.

Ele.

Ele.

"Me deixe terminar primeiro" A banana agora está na tábua. Ele adorava as rodelas em meio a salada "antes de passar para o próximo ingrediente." Um sorriso. Um maldito sorriso em meu rosto.

E nenhum no seu.

"Você realmente está bem? Ainda irá na doutora Martinez de tarde?"

"Por que eu não estaria?" Fatiando. Fatiando. Fatiando. Eu estou tremendo. Ele acha que pode chamar aquele tal de Calum para a nossa própria casa?

Fatiando.

Fatiando.

Fatiando.

"Fa- CUIDADO COM O SEU DEDO!" Ele pula do sofá, dando passadas rápidas até mim e puxando o meu braço.

pandemonium • muke [c]Onde histórias criam vida. Descubra agora