O dia havia amanhecido com um semblante triste, totalmente nublado e frio. Com certeza choveria. Sophia havia dormido na casa de Ayla, - na verdade estava dormindo ali desde que a mãe da amiga havia ido viajar. Ambas as garotas estavam tomando café da manhã para poderem irem para a escolas, que não era muito longe dali. Quando ambos terminaram seguiram para o banheiro do quarto de Ayla para escovarem os dentes e terminarem de se arrumarem para finalmente irem para o último dia da semana de aula.
As garotas andavam pelas ruas conversando sobre coisas aleatórias, mesmo o caminho não sendo muito longo a breve caminhada as fazia sempre terem longas conversas. Ayla sempre achava interessante como Sophia amava falar sobre livros e dançar, era nitidamente óbvio a paixão da outra com esses dois tópicos, Ayla sempre fora mais quieta e não sabia muito bem do que realmente gostava, mas sabia que toda vez que tinha oportunidade estava rabiscando esboços numa folha de papel. A mente da morena estava tão imersa na noite passada que só notou que sua amiga havia parado de andar quando a mesma a segurou pelo braço.
— Você o conhece? — Sophia perguntou para a amiga, mas a outra fazer cara de confusa.
Sophia então apontou na direção de uma alta e esguia, usava um casaco preto e estava observando as mesmas por um beco escuro. Ayla estreitou os olhos tentando observar o rosto daquela pessoa que estava olhando para as duas. Ayla notou que o rosto daquele ser estava com um tipo de máscara de coloração azulada ou preta, não tinha certeza devido a escuridão. Porém Sophia agarrou a mão de Ayla e puxou a mesma para longe dali, seguindo direto para o portão da escola.
— O que houve? Você conhece? — Ayla perguntou quando ambas estavam perto da escola, mas Sophia apenas desviou o caminho.
Ayla apenas se deixou levar esperando uma explicação de sua amiga, era possível que ela conhecesse aquela pessoa no beco escuro? As garotas só pararam quando chegaram num parque onde havia uma casa na árvore grande o suficiente para caber até sete adultos nela. Sophia empurrava Ayla para subir enquanto olhava par os lados vendo se alguém estava seguindo-as. Quando ambas estavam na casa, a loira – Sophia – começou a fechar as janelas do local, ali tinha um pequeno banco de madeira pesada que ela colocou sobre a pequena passagem para impedir que alguém entrasse.
— Você pode me dizer o que está acontecendo? — Ayla perguntou já brava.
— Eu iria te contar isso há algum tempo, mas eu não tinha coragem... Aquele garoto no beco eu conheço muito bem, faz alguns meses que ele vem aparecendo no meu quarto. Quando sua mãe viajou eu pensei que iria ser uma oportunidade de me livrar dele, nos primeiros dias até que funcionou mas com o passar do tempo ele foi me esperando chegar da escola, muitas vezes quando eu chegava em casa ele estava na minha janela sentado esperando eu entrar no quarto. Ele nunca me fez mal, na verdade ele é bem amigável, mas eu não sei qual a intenção de ele ser assim comigo. — Sophia falou tudo de uma vez.
— Calma, você disse que ele apareceu de repente na sua janela, certo? — a loira assentiu com a cabeça fazendo Ayla continuar. — Ele tentou te assustar no início?
— Sim... Como você sabe? Não me diga que ele te visita também...
— Não! Quero dizer... Ele não. Faz alguns dias que tem um garoto de moletom branco que está fazendo as mesmas coisas comigo. Será algum tipo de brincadeira?
— Não posso te responder sobre isso Ayla, mas não faça uma besteira. Não sabemos quem eles são e nem o que querem.
Sophia falou afagando os cabelos longos e pretos de Ayla fazendo a garota sorrir. Será que estavam brincando com as duas? Qual grande era a coincidência de as duas estarem com esse mesmo "problema"? Talvez fossem apenas garotos tentando assustar e escolheram as duas por serem amigas e sempre andarem juntas? Ayla espantou tais pensamentos e pegou o celular verificando que não tinha mais sentido irem para a escola, então decidiu irem para a casa. Ficando ali não iria adiantar muita coisa, estava ventando muito e logo a chuva iria cair e uma casa de madeira em cima de uma árvore não era lá um lugar muito seguro de se proteger de tal situação. Ambas desceram os grossos pedaços de madeira que faziam uma espécie de escada para subir e descer da casa. Certificando-se que estavam seguram, as meninas começaram a voltar para a casa de Ayla já que a mãe de Sophia ainda estaria em casa e iria brigar consigo por ter matado aula. Inventaram assuntos somente para não ficarem caladas no caminho de volta, não estavam gostando da tensão depois daquela conversa sobre os garotos estranhos. As meninas tentavam esquecer tal situação estranha enquanto riam, porém, ao longo, pares de olhos observavam cada movimento que as duas faziam, calculando cada segundo que demoravam até chegar em casa.
Quando as duas garotas chegaram em casa começou a chover, os pingos grossos da chuva batiam contra o telhado da casa e do chão. Ralph estava deitado no sofá enquanto Sophia mandava mensagem, com uma mentira, avisando a um dos amigos o motivo que havia faltado aula junto da melhor amiga. Ayla estava na cozinha procurando algo para fazer uma boa merenda para as duas, a geladeira estava recheada de frutas e outras comidas, pensou bastante e decidiu fazer uma salada de frutas leve para comerem. O ambiente estava ótimo e fresco, estaria tranquilo senão fosse o grito de Sophia, Ayla largou tudo no balcão da cozinha, pegou uma faca e correu para a sala dando de cara com sua melhor amiga sentada e rindo. A cena poderia ter sido considerada um alarme falso se não fosse aquela pessoa sentada em seu sofá de cabeça baixa, reconheceu aquele casaco preto.
— O que aconteceu? Quem é ele? — Ayla perguntou apontando a faca para o desconhecido.
— Cuidado para não se machucar. — Uma voz grossa falou rente ao seu ouvida fazendo a garota gelar.
— Não seja tão idiota, Jeff. — O desconhecido sentado balbuciou.
Ayla sentiu uma movimentação atrás de si e logo um braço longo se ergueu rente ao seu, a garota suspirou aliviada ao ver aquele moletom branco. A mão alheia pegou a faca de sua mão e jogou num canto da sala, Ayla fora virada e seu rosto ficou rente ao peito daquele garoto alto e esguio. Aos poucos fora levantando o olhar parando nos lábios cortados e vermelhos do garoto.
— Ayla!
Sophia exclamou chamando a atenção da amiga. Ayla se afastou do rapaz e fora se sentar ao lado da amiga, ainda receosa de ambos os garotos.
— Ayla, esse aqui é o Eyeless Jack.
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Apaixonada Pelo Jeff The Killer (Sendo TOTALMENTE adaptada)
HorrorAyla era uma simples garota, se metia em algumas confusões mas nunca chegava ao extremo de sua raiva. Mas tudo mudou, quando aquele psicopata entrou em sua vida, de início fora assustador mas algo dentro de si lhe acalmou. E foi ali quando tudo com...