O4. Chapitre quatre

4.9K 351 137
                                    

A casa se encontrava vazia, não havia sinal de movimento ou de alguém naquele local. No quarto principal, a porta estava aberta e de lá fora retirada malas grandes e pretas. Sua mãe não notaria o sumiço. Ayla estava em seu quarto retirando roupas de seu guarda-roupa, poderia não precisar, mas queria levar as roupas, que consistia em preto - na maioria das peças. A morena estava sob o olhar de Jeff, já que Sophia e Jack haviam ido na casa da loira pegar suas coisas. O garoto de olhos negros observava a morena jogando roupas nas malas, não entendia o motivo da garota ser apegada à coisas que poderia comprar futuramente.

- Por que tantas roupas? Você nem sequer vai precisar disso tudo.

- Minha mãe tem que pensar que eu realmente fui embora, qual vai ser o sentido se ela chegar a qualquer dia e ver minhas coisas aqui? Ela ia chamar a polícia e iam me achar a qualquer momento.

- Já não basta o cachorro?

- Eu levaria Ralph de qualquer jeito, ele é o único que eu amo nessa vida. Sem ele eu não iria nem estar viva.

A garota se assustou quando sentiu um corpo colar-se em suas costas, a respiração fria em sua nuca fez seus pelos se arrepiarem. Tentou não transparecer sua surpresa, mas falhou miseravelmente quando sentiu as mãos geladas e pesadas do garoto em sua cintura a virando de frente para si.

- Não seja tão negativa. Você é forte e não precisa de nada, e nem ninguém, para te ajudar em algo. Sabe quantas pessoas já desafiaram Eyeless, desapareceram e até hoje estão sendo procuradas? Acredite, nem eu sei onde ele escondeu os corpos ou o que fez com eles.

- Por que está me contando isso? Está tentando me colocar medo?

- Gosto dessa sua atitude, e não estou tentando te colocar medo. Estou te mostrando como você é forte e pode fazer o que quiser.

Ayla ouviu a porta da casa bater e se afastou do corpo gelado do rapaz, Sophia entrou no quarto apressando a amiga. Já estavam naquilo há algumas horas e precisavam sair sem que ninguém dessem falta delas. Ayla fechou a última mala e chamou por Ralph, este que veio correndo até o quarto balançando o rabo até sua dona. A morena tirou a coleira do animal, retirando o pingente que continha o nome e localização dele, jogou sobre sua cama e colocou de volta a coleira, já com a guia, no animal.

- Vamos em que transporte? Ônibus?

- Ayla, quando você está fugindo é claro que não se usa um transporte público. - Sophia disse para sua amiga.

- Me desculpe senhora sabe tudo, mas eu nunca fiz esse tipo de coisa.

Sophia apenas revirou os olhos e ajudou a amiga com as malas.

- Vem, eu te ajudo. - Jeff estendeu a mão para pegar a mala que Ayla carregava.

- Eu posso muito bem levar minha própria mala.

Ayla chamou Ralph e desceu as escadas levando a mala e o animal do seu lado. Jeff veio atrás da garota com um sorriso malicioso nos lábios, era óbvio o quanto aquela garota fazia o rapaz se sentir totalmente atraído tanto pela beleza quanto pelas atitudes. Quando todos já estavam no andar de baixo, Eyeless balançou uma chave nos dedos chamando a atenção da morena.

- Calma, preciso fazer uma coisa. - Ayla foi até a cozinha e pegou um pote que ficava sobre a geladeira, abriu a tampa e retirou de lá todo o dinheiro que sua mãe deixava para casos de emergência.

Ayla voltou e, então, todos puderam sair da casa. Por ainda estar chovendo tiveram sorte que a rua estava vazia. Eyeless destravou o carro fazendo as duas garotas jogarem as malas no porta-malas e correrem para irem aos bancos traseiros. Ralph ficou sentado entre as duas amigas, quieto e totalmente obediente. Ayla tinha sorte que o animal não era tão apegado assim em sua mãe ou na casa. Na verdade, o animal era totalmente devoto a si, sempre ao seu lado e lhe protegendo.

- Para onde vamos? - Ayla perguntou vendo o carro sair da estrada e entrando pela montanha.

- Vamos para onde todos estão.

Ayla não entendeu, mas também não perguntou mais nada, se sua amiga estava ali poderia confiar. Ao longe avistou uma casa enorme e com aparência velha, na realidade parecia bem maior do que aparentava, não sabia quem morava ali ou o que esperava os quatro ali, mas sua mente já estava distante sobre qualquer cuidado que tivesse com sua vida.

O carro parou em frente a enorme porta de madeira, Sophia abriu a porta e saiu do carro logo seguida por Ralph e Ayla. A morena ficou observando a casa e poderia jurar que viu alguém na janela do andar acima, mas deu de ombros e não ligou. Nessa altura seu subconsciente já deveria estar preparado para saber que teria outras pessoas ali e que não seriam as únicas a serem levadas para lá.

- Bem-vindas, essa será a nova casa de vocês. - Eyeless falou colocando as malas das garotas no gramado e fechando o porta-malas.

Sophia sorriu e fora até Eyeless, abraçando sutilmente seu braço. Ayla sabia que entre os dois havia mais coisa do que apenas aquilo que a amiga havia contado, mas também não negaria que estava feliz, mesmo com receio, de que a amiga tinha alguém. Estava observando a cena quando, mais uma vez, aquela respiração gelada em seu pescoço. Virou o rosto, ficando centímetros de distância daquele rosto branco e logo se afastou.

- Se continuar olhando vão achar que você está com inveja.

- Por que eu estaria com inveja? Estou mais do que satisfeita em ver minha amiga feliz, mesmo que seja com ele.

- Os amores mais insanos são os melhores, quem sabe com o tempo você aprenda.

Ayla iria perguntar o motivo daquela frase, mas sua atenção fora para a porta sendo aberta e uma figura enorme, e esguia, com inúmeros tentáculos nas costas. Observando melhor a criatura, Ayla logo reconheceu aquele ser que tanto perturbou sua infância. Slender Man.

Aquele rosto branco, sem olhos ou boca, o terno preto bem alinhado em seu corpo magro e alto. Os braços longos e as pernas também, quando tinha sete anos aquilo faria a garota tremer por completo e chorar por medo, mas vendo aquela criatura na sua frente não sentia nada, era como se já fosse acostumada com sua presença.

- Já chegaram. Estávamos apenas aguardando vocês para o jantar.

Ayla não sabia como ele falava, mas sua voz era grave e grossa, porém calma. Não entendeu bem o sentido de "jantar", mas não estava preocupada com o sentido, bom ou ruim, a garota só queria deitar.

[...]

A casa era maior ainda por dentro, inúmeros lustres e decorações bonitas faziam o ambiente ter um ar sombrio e elegante ao mesmo tempo. Podia sentir olhos observando cada passo seu, Ralph já havia entrado em disparada pela casa. Sophia parecia já saber cada cômodo da casa pois nem mesmo pensou duas vezes antes de subir as escadas dizendo que iria deixar as malas nos quartos junto de Eyeless. Ayla continuou seguindo Slender até uma sala onde havia uma porta de vidro que dava para o jardim atrás da casa, a criatura alta apontou para uma cadeira ali e esperou Ayla sentar, Jeff estava de pé ao lado do ser de tentáculos.

- Bom, Ayla, espero que saiba que a partir de agora você é uma de nós. Não escolhemos qualquer um pelo mundo, observamos por muito tempo até finalmente chegar a hora de trazermos para nossa casa. Alguns de nós são novos demais e outros imortais, como você viu eu mesmo sou imortal.

- A única coisa que não entendo é o motivo de terem me chamado para fazer parte disto.

- Bom, existem inúmeros motivos para alguém estar aqui. Assassinatos, raiva, a vontade de matar, torturas, abandonos... Como eu disse, alguns são bastante novos, ainda nem mesmo estando na casa dos dez anos. Nós treinamos nossa família para serem fortes, cada qual tem sua função e no final alguns até mesmo ganham algum tipo de arma. Mas somente os mais velhos vão à luta para proteger nossa família e recrutar aqueles que estão em situações horríveis.

- Você está aqui para abrir os olhos para o seu verdadeiro 'eu', Ayla. - Jeff interveio.

- Como assim?

- Você, Ayla... - Slender falou levando um de seus tentáculos até a mão da garota. - Você é uma assassina.

Apaixonada Pelo Jeff The Killer (Sendo TOTALMENTE adaptada)Onde histórias criam vida. Descubra agora