Acordo assustado, em um salto puxo a Glock 17 ao meu lado e me preparo para atirar no minimo movimento que eu veja, fico assim por exatos dois minutos e percebo que nada se mexeu. Não sei devo chamar de sonho o que acabei de ter, era mais uma memoria ou um pesadelo, como você prefira chamar, enfim, tiro o cartucho de munição e vejo somente 5 balas, preciso de uma outra arma urgentemente. Repouso a arma sobre a mesa do meu lado, deito novamente na cama, e tento me lembrar com um garoto como eu, consegui parar nessa situação. Se não me engano, fazem três anos isso.
Pelo que eu me lembre o dia tinha começado bem merda, literalmente, pisei numa tulha de merda assim que sai da porta da minha casa, então tive de voltar e trocar o sapato, já que estava atrasado, não podia limpar o meu sapato favorito, era um Nike preto com entalhes prateados, e ainda tenho que limpa-lo assim que chegar. Fui correndo até o ponto e por sorte peguei o busu a tempo... Sorte o caralho, o busu não tinha lugar pra sentar, e ainda por cima alguém peidou dentro daquela lata de sardinha, eu esqueci a porra do meu fone então tenho que ouvir esse cara pregando. Não que eu seja contra religião alguma, mas às 07:40 da manhã, ninguém tem saco né..?
Dou graças assim que meu ponto chega e eu saio daquele antro de odores duvidosos, vou correndo para a sala, e paro na porta, espero que a professora de português se vire para o quadro, já que a porta fica no fundo da sala, vai ser fácil passar, e vou correndo até a cadeira mais próxima vazia, abaixo minha cabeça e fico lá quieto esperando que tudo ocorra bem.
-Sr. Ray, é um prazer ter o senhor em minha aula, apesar de eu já ter feito a chamada a muito tempo.
Detalhe, meu nome Theo Ray, lê-se "Tíô Rêi", nem me pergunte daonde minha mãe tirou essa maluquice, mas a maioria das pessoas, incluindo os professores, sempre acabam me chamando de Ray.
-Desculpa professora, meu busu pegou engarrafamento, desconta dessa vez vai?
-Acorde mais cedo na proxima.
"Mas nem fudendo "
- Afinal, você tem que estar preparado para imprevistos, não pode viver sua vida sem se organizar antes.
"Posso sim"
-Desculpa, isso não irá se repetir.
-Acho bom.
Ela se vira para o quadro e continua a explicar, não tô muito no clima pra ver a aula, então chamo o Ricky, um dos meus aliados contra esses seres, e peço o fone dele emprestado.
-Nem gera gordo, tô usando pra não ouvir essa lenga lenga.
-Que saco corneto!
Ele se vira pra frente segurando o riso, ele é o tipico rato de academia, cabelo arrepiado pra cima loiro escuro, olhos verdes escuros, braços malhados, abdomen definido..... e pernas finas.
-Toma o meu.
Me viro aonde veio a voz feminina, e pego o fone agradecendo a Julia, ela sorri e volta a atenção a aula, Julia é uma tipica nerd, na verdade, ela não fala muito comigo, ela e 90% da escola, até me impressiona que ela me empreste o fone, mas não reclamo, coloco ele no celular e aumento o volume de um rock bem leve, pelo que sei, Three Days Grace, relaxo assim que a guitarra entra, e me perco na letra da música.
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Elementalia
Fantasy"Eu não queria que as coisas fossem desse jeito, mas se é pra ser assim, então eu vou fazer tudo da maneira certa"...