Capítulo 10

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Alice Pov's

    Estava "jogada" entre as almofadas do sofá na casa da Gabs enquanto contava sobre meu sonho.

Gabs: Nossa, deve ter sido...

Eu: Horrível.

Gabs: Certo! - dizia se levantando- você não tem que se preocupar com isso, você já sofreu de mais sábia?- esperou que eu confirmasse- a separação dos teus pais, o Sam, e até a escola. Você não tem mais que sofrer Lice.

    Meus pais...

   Eram o casal mais fofo e romântico do mundo até que em um infeliz dia minha mãe chegou mais cedo do trabalho e viu meu pai se pegando com a secretaria dele.
    Ela pediu separação instantâneamente mas ele recusou.
    Os dois começaram a brigar o tempo todo e eu nunca podia falar nada sem que sobrasse pra mim ou me mandassem ir pro meu quarto.
    Era horrível estar no meio dessa situação.

    Eles estão separados agora.

    Minha mãe fica ''migrando'' daqui e ali, e meu pai do outro lado do mundo.

    O Samuel...

    Nosso namoro não era nem um pouco sutil.
    A gente se amava bastante mas, nunca parecia ser o suficiente.
    No começo ele era tão simpático e sua gentileza me encantava, mas depois, ele começou a se irritar demais, era ciumento, desaparecia do nada e isso só ia me deixando mais triste. E sem falar das traições.
      Ele foi um idiota, mas pior do que isso. Sempre fui muito trouxa acreditando nas suas mentiras e o perdoando.

   A escola...

    Essa é a melhor parte de todas. - ironia level máximo.

     Incrivelmente eu sofria bulling a alguns anos, durante muito tempo.
    Eu era apenas uma garota estranha no meio daquele monte de gente.

    Todas as garotas de la tinham um grupinho. Só não eu.
    Todas as garotas tinham uma companhia no almoço. Só não eu.
    Todas tinham alguém pra levar na reunião dos pais, pro dia dos pais, pro dia das mães.  Alguém pra presentear no dia do amigo. Todas tinham alguém com que contar. Só não...eu.

    De vez em quando algumas  garotas até tinham a "solidariedade" de falar comigo. Mas elas não passavam de vadias aproveitadores querendo uma "ajudinha" para embarcar no sucesso da agencia meu pai.



Gabs: Lice? Ta aí?- disse, me
interrompendo.

   Acredito que devo ter ficado muito tempo ali em silêncio.

Eu: Desculpe... -sorri envergonhada tentando esconder as lágrimas involuntárias que, continuavam escorrendo pela minha face enquanto pensava.

    Ela deu um sorriso de lado e então calorosamente me ofereceu um abraço.

    Sabia que se eu ficasse ali, por mais um segundo, nos duas iríamos chorar. Então tudo o que eu precisava era ficar um tempo sozinha.

     Quando me despedi da Gabs, ela disse que eu poderia contar sempre com ela e com os outros. Sempre achei que ouvir isso era fútil e cliché. Mas agora, eu sei que além de ser reconfortante, poderia ser algo sincero.

      Depois disso, eu me senti muito melhor.
     Mas não mudou muito a necessidade que eu sentia de se isolar por enquanto.

Dear Love | CellbitOnde histórias criam vida. Descubra agora