A volta

21 1 0
                                    

Relembrando

     Quando me despedi da Gabs, ela disse que eu poderia sempre contar com ela e com os outros. Sempre achei que ouvir isso era fútil e cliché. Mas agora, eu sei que além de ser reconfortante, poderia ser algo sincero.

     Depois disso eu me senti muito melhor. Mas não mudou muito a necessidade que eu sentia de se isolar por enquanto.

*********************

     Cheguei em casa, fechei a porta, encostei minhas costas nela, sentei-me no chão com a cabeça sobre meus joelhos e deixei algumas lágrimas escaparem.

     A casa estava silenciosa, silenciosa e escura. Um feixe de luz que vinha da janela era a única iluminação.

****: O que você esta fazendo?

     Fiquei olhando para os lados procurando o dono daquela voz. Até que uma das luzes da sala foi acessa e me deparei com minha mãe.

Eu: N-Nada. - falei e tentei me recompor.

Mãe: Não parece. Estava chorando?

     Fiquei em silêncio. E ela também.

Eu: O que você esta fazendo, aqui?

Mãe: "N-Nada".- imitou minha voz - Eu só fiquei fora por um tempo Alice, essa casa ainda é minha. E eu ainda moro aqui.

Eu: Desculpe.

     Ela estava olhando para cada parte da casa e passando os dedos nos objetos da sala fazendo cara de reprovação.

     Haviam latas de refrigerante nos cantos, embalagens de doces, restos de pipoca e além disso, lençóis e travesseiros "perdidos" ainda da noite que a Gabs dormiu aqui.

Mãe: Acho que fiz falta.

Eu: Normal.

     Ela começou a murmurar algo e parou rapidamente. Talvez porque percebeu que qualquer coisa que falasse seria constrangedor ou porque eu já tinha me direcionado para as escadas evitando qualquer tipo de conversa.

     Quando cheguei no quarto, adivinha o que eu fui fazer?
     Chorar. E muito.
    

Dear Love | CellbitOnde histórias criam vida. Descubra agora