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POV — SHANNON

FLASHBACK

— Olha, eu vou tomar café com a mamãe e chego aqui as 16 horas em ponto. — Jared disse.

— Faz um favor pra mim? — fiz cara de pidão.

— Depende. — Jared me olhou com a sobrancelha arqueada.

— Chega uns quinze minutos mais tarde.

— Pra que, Shannon? — perguntou desconfiado — Ah não! Por causa da fisioterapeuta?

— Você sabe que sim. — sorri e abri a porta do carro — Até as 16 e quinze. — saltei do carro com certa dificuldade e o enfermeiro veio me ajudar.

Olhei para trás e vi Jared balançar negativamente a cabeça.

O enfermeiro me conduziu até a sala de Bárbara. Minha fisioterapeuta. O que dizer? Essa mulher me faz muito bem, claro, fisicamente falando, já que é o serviço dela, mas mentalmente falando também.

Quando entrei no corredor ainda com um enfermeiro forte agarrado a mim, avistei ela de longe, estava se despedindo de um paciente. Ah meu chapa, estou de olho em você. Quando ela me viu, sorriu e coçou a cabeça. Gata.

— Mais um paciente, Bárbara. Nem chegou na clínica direito e já esta fazendo horas extras. — o enfermeiro disse.

— Ainda bem. — ela disse e estendeu o braço para mim. — Como você está, Shannon?

— Melhor agora, minha salvadora. — sorri entrando em sua sala.

Ela se despediu do enfermeiro e entrou depois de fechar a porta.

— Sentiu alguma dor essa semana? — ela perguntou me conduzindo até o banco.

— Só uma dorzinha no coração quando vi você com aquele paciente loiro. — me sentei.

— Ele não é meu paciente. — ela me olhou nos olhos se abaixando em minha frente.

— Ah não?

— Está doendo? — perguntou e apertou de propósito minha perna.

— CLARO QUE ESTÁ! DROGA!

Ela se levantou e foi colocar luvas.

— Então, o que ele é seu? — insisti em ter uma resposta.

— Amigo. — disse e voltou a me olhar.

Droga. Não é amigo coisa nenhuma!

Fiquei em silêncio e ela tornou a se agachar em minha frente. Tentador. Começou com os lances que me provocam dor e eu tenho uma puta vontade de gritar e dizer palavrões horrendos, mas queria parecer forte.

— Semana passada não tivemos consulta. Foi horrível. — falei olhando-a de cima.

— Você não ficou lembrando do acidente, né? — me olhou nos olhos — Shan, faz mais de dois meses.

— Eu sei. Só que eu fico pensando como será que a família da menina está.

— Se quiser eu posso visita-los com você...

— Sério? — ela fez sinal positivo. — Acho melhor não, eu... não quero fazer isso.

— Tudo bem. Mas olha, como eu sempre digo, você não pode se culpar eternamente, eu sei que foi algo muito grave, mas Shannon, a culpa não foi toda sua... — ela se levantou e me abraçou. — Pode sempre falar comigo, Ok?

Noites Na VarandaOnde histórias criam vida. Descubra agora