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No caminho de volta para a mansão, eu pensei que o Jared ia ficar mudo o tempo todo. Ela olhava para o fluxo do trânsito e segurava firmemente no volante com apenas uma mão e a outra ora na nuca, ora na barba. Era como se eu não estivesse ali. Até que resolvi quebrar aquele silêncio demasiado esquisito.

— Você não está feliz pelo Shannon? — perguntei e encarei seu perfil.

Ele suspirou antes de responder.

— Estou, mas não parece, não é? — me olhou rapidamente para ver meu aceno de resposta. — Isso é muito precoce. Apressado.

— Mas ele se amam e nem vão se casar realmente. — falei.

— Faz um bom tempo que nós dois estamos morando juntos... e se agora ele resolver morar com a Bárbara?

Não havia cogitado isso até então!

— Ah entendi. Você está com ciúmes.

— Um pouco. — sorriu.

— Se eles resolverem morar juntos, você ao menos tem uma casa, eu vou ficar jogada na sarjeta. — brinquei.

— Ou simplesmente, você e a sua irmã poderiam continuar na nossa casa.

— Talvez. — me limitei a isso.

Não gosto dessa hipótese.

Agora eu trouxe o silêncio de volta e fiquei séria olhando para frente. Não quero continuar naquela casa. Sou agradecida por tudo que os meninos têm feito, mas não quero ser um fardo e quero ser mais livre, ter mais privacidade. Coisa que morando lá eu acho que me falta.

Aos poucos as luzes se tornaram borroes amarelo. Minha cabeça se inclinou levemente para o lado e eu deixei meus olhos se fecharem, mesmo que relutantemente.

Estava sentada no sofá e Jared veio para cima de mim me doando um beijo que não foi surpreendente. Já queríamos aquilo. Ele foi me conduzindo a deitar minhas costas no sofá e tomou a posição entre minhas pernas, fazendo as mesmas entrelaçarem em sua cintura, sem nunca partir o beijo quente.

×××

— Abi. — tocou em meu ombro. — Chegamos. — me chacoalhou com delicadeza.

Passei o dorso da mão em meus olhos e aos poucos me acostumei com a luz do farol do carro iluminando a garagem sem luz.

— Jared... — olhei para ele que me fitava.

Claro! Aquilo foi um sonho.

— Já chegamos em casa. — ele disse me ajudando a assimilar as coisas e me ofereceu um sorriso iluminado.

— Nossa, como eu consegui dormir? — perguntei tirando o meu cinto de segurança.

Ele sorriu e também fez o mesmo. Saltamos do carro e ele pegou o violão no banco de trás. Depois que saímos da garagem, o portão fechou automaticamente. Subimos os degraus da entrada em silêncio, só escutávamos o barulho do molho de chaves que estava nas mãos de Jared.

— Eu vou ir para o meu quarto. — falei depois que entramos na casa apagada.

— Você precisa descansar. — Jared disse e acendeu uma iluminaria.

— Muito. Vou tomar um banho e dormir eternamente. — brinquei. — Boa noite.

— Boa noite.

Noites Na VarandaOnde histórias criam vida. Descubra agora