Find your freedom

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Olá, terráqueos. Sinto muito pela demora, a vida segue uma loucura, mas aqui estou eu. Sei que prometi atualizar ainda em 2015, então o espaço é livre se você quiser me xingar. O capítulo de hoje não vai ter uma frase lida pela Lauren no livro com o qual Klaus a presenteou, então, a frase inicial faz referência para a música Smile - vocês vão entender o motivo disso com o decorrer da leitura. Além disso, gostaria de deixar claro que a parte final do capítulo é uma espécie de homenagem a uma das minhas cenas favoritas de um dos meus livros favoritos. Antes de qualquer coisa, peço que comentem, divulguem e votem, isso é realmente importante e motiva de uma forma sem igual. Obrigada. Enfim, boa leitura!

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"Sorria, de que adianta chorar? / Você descobrirá que a vida ainda continua / Se você apenas sorrir."

Liberdade.

O conceito de liberdade sempre esteve ligado à ideia do livre-arbítrio, ou seja, o poder de decidir sobre as suas próprias ações. Cada um de nós tem a liberdade de escolher o que é melhor para o nosso bem-estar. Em várias situações da nossa vida, essa escolha é feita individualmente. Mas, além disso, existem diversos casos em que não há escolhas, ou seja, a vida, a sociedade e até mesmo nossos governantes acabam impondo condições em que temos a necessidade de agirmos de forma que, se pudéssemos escolher, jamais seria assim.

Você consegue ter noção do quão difícil é para qualquer ser humano sentir-se livre? Bem, eu tinha pleno conhecimento dessa dificuldade, porém não conseguia encontrar uma palavra melhor para descrever como me sentia ao observar aquela versão sorridente e descontraída de Camila. Seus cabelos soltos e brilhosos balançavam ritmicamente de um lado para o outro, conforme ela variava a velocidade com a qual guiava a sua bicicleta. Eu a seguia de perto, me contentando em sorrir todas as vezes que ela virava a cabeça para pôr os olhos em mim.

Já passava das 01AM na última vez em que havia checado o horário no meu celular. Estávamos pedalando por Bristol há pelo menos duas horas. As ruas estavam vazias, o único barulho que emanava por ali era o que soava da bicicleta e o que era emitido através das nossas risadas. Gostava muito da privacidade do momento, mas sentia medo por estar em um lugar que parecia tão assustador na ausência dos indivíduos que o lotavam enquanto o dia se fazia presente. Minha companheira de passeio noturno parecia bem mais disposta do que em qualquer outro dia no qual havíamos nos encontrado. Eu mesma estava tomada de energia naquela noite, e mal me importava com o fato de que odiava realizar qualquer tipo de exercício físico.

— Já estamos chegando! – Ela gritou animada para mim. Eu estava confusa, já que depois de vagar por horas, nós estávamos, aparentemente, voltando para o bairro do Clifton. No entanto, confiava de maneira cega em Camila, então apenas concordei rapidamente e mantive a velocidade constante para que não saísse de seu encalço.

Ela parou de pedalar logo que um dos maiores símbolos de construção e arquitetura da cidade, a Bristol Suspension Bridge, surgiu em nosso campo de visão. Fui com a minha bicicleta até ela. O cabelo escuro brilhava num preto azulado sob a luz do luar e estava meio bagunçado, como se tivesse ido à praia, apesar de que havia a certeza que ela não visitara praia alguma. Graças ao frio da madrugada inglesa, a pele dela estava tão pálida e branca que conseguia ver as veias em seus braços.

Sem dizer uma única palavra, ela voltou a seguir em direção a Suspension Bridge. Porém, antes que pudesse começar a atravessá-la, desviou o caminho para uma área verde próxima a entrada da ponte, de onde poderíamos observar toda a sua extensão. Seguimos por um caminho mais estreito até chegar em uma parte na qual a ponte ficaria mais visível. Ela ia na frente e eu prestava mais atenção no brilho de seu cabelo e no jeito como andava, solta e fluída, do que na paisagem.

If Tomorrow ComesOnde histórias criam vida. Descubra agora