Universe

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Falando sério, vamos lá... Podem me xingar, eu deixo. Eu sei que demorei, tenho pleno conhecimento disso e peço desculpas. Estou com metade do próximo capítulo escrito, mas não quero prometer nada dessa vez, então esqueçam que eu revelei isso, ok? O capítulo de hoje está tranquilo, sem grandes emoções, mas as coisas vão começar a dar uma agitada no próximo. PS: Nem preciso dizer que quero saber o que estão achando, né? Porém, além disso, tenho uma pergunta: o quanto vocês querem um capítulo com Camila POV?

Música do capítulo: Bridges - Broods


"É preciso que suporte duas ou três lagartas, se quiser conhecer as borboletas."

Treze de março de 2015. Era uma manhã de sexta-feira e eu estava no quarto de Camila. O cheiro suave dela se espalhava por todo o ambiente e, caso não mantivesse os olhos abertos, poderia até jurar que ela estava ali também. Eu pouco havia conseguido dormir naquela noite. Não que a cama fosse desconfortável ou que sentisse rotineiras dificuldades para pegar no sono, eu apenas não conseguia parar de pensar nos acontecimentos ocorridos algumas horas antes.

O quadro na parede do quarto não me deixava esquecer que Camila tinha deixado claro que queria me beijar. Ao recordar do desejo da outra jovem, as batidas descompassadas do meu coração me lembravam o quanto eu queria que ela tivesse tomado alguma iniciativa.

Naquela manhã, foram necessários mais de 45 minutos para que eu tivesse alguma disposição para sair da cama. Podia não haver sono algum, mas a sensação de cansaço ainda estava lá. E como se não bastasse, os arranhões sobre minha pele e a área roxa no meu tornozelo só deixavam meu corpo ainda mais lento e dolorido.

Entrei no banheiro, tirei a roupa e me enfiei dentro da banheira com água quente. Os arranhões ardiam fervorosamente, mas eu fingia não ligar para a dor que estava sentindo. Assim que terminei o banho, me vi desesperada para escovar os dentes. Por sorte, o armário no banheiro de Camila era tão cheio que parecia uma espécie de dispensa. Eram sabonetes, escovas de dentes não utilizadas, enxaguantes bucais, remédios variados, óleos e diversas toalhas enroladas em um padrão único.

Depois de terminar minha higiene matinal, me enrolei na toalha que havia utilizado durante a noite e, antes de deixar o banheiro, aproveitei o espelho embaçado para escrever "mitos não são reais". Naquele momento, não era como se tivesse esquecido daquela afirmativa, mas precisava colocar tais palavras sobre uma superfície qualquer para que eu fosse preenchida da certeza de que ainda acreditava substancialmente nelas.

Ao retornar para o quarto, antes mesmo de reparar nas roupas devidamente dobradas e colocadas sobre a cama, tive a certeza de que Camila havia passado por ali. O seu cheiro, que antes era sentido apenas de forma suave, agora se fazia presente de maneira mais acentuada.

Me aproximei da cama a lentos passos e tomei em minhas mãos as roupas lá deixadas. Curiosamente, eram as mesmas que eu usava na noite passada. Eu não lembrava de ter entregado qualquer peça de roupa para Camila, mas, ainda assim, lá estavam elas limpas e cheirosas, como se não tivessem sido utilizadas algumas horas antes.

Sem pensar muito, corri para o banheiro com as roupas em mão. Me troquei tão rápido que precisei conferir no espelho se realmente tinha vestido tudo do lado correto. Estava desesperada para ficar pronta e sair daquele casarão sem chamar muita atenção. Meu celular havia descarregado e eu não tinha noção de que horas seriam, mas torcia internamente para que fosse cedo o suficiente para encontrar Ally antes dela sair para o seu serviço.

Antes de deixar o quarto de Camila, arrumei a cama e garanti que tudo estivesse bem organizado. Além disso, me permiti olhar para o quadro fixado em sua parede por uma última vez, apenas para garantir que todos os eventos prévios haviam sido reais.

If Tomorrow ComesOnde histórias criam vida. Descubra agora