65 ✖ Nightmare

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A enfermeira empurra a minha cadeira de rodas até ao meu quarto e encosta-a á cama.

- Fica bem menina?

Acinto e ela sái. Tenho de andar de cadeira de rodas porque tenho o braço engessado e assim não posso segurar umas muletas.

Vejo que ele já está na cama ao lado e desloco-me, com alguma dificuldade, até ao seu lado.

A sua pele pálida brilha com a luz do sol a tocar nela e os seus cabelos castanhos estão caídos sobre a sua testa.

O único som que se ouve é o das máquinas que controlam o batimento do seu coração. Noto o seu telemóvel e os seus fones na mesa de cabeceira e pego neles.

Coloco um dos fones no ouvido e ponho a música Thinking Out Loud do meu grande ídolo, Ed Sheeran.

- Adoro esta música. Lembra-me o carinho, a paixão, o verdadeiro significado da palavra «amor». Esta canção mostra perfeitamente o que é o amor, aquele real que dura para sempre, enfrenta tudo. Lembra-me de nós. -desabafo e limpo algumas lágrimas fugitivas ás costas da mão- Enquanto estávamos lá, presos, tudo o que eu conseguia pensar era no dia em que nos conhecemos. E é estranho, eu sei, mas era a melhor memória que me vinha á cabeça. Lembro-me como se fosse ontem, eu estava escondida no meu canto e tu apareçeste de repente. A primeira coisa que me perguntaste foi se estava a compôr. E eu estava. E tu tentaste ver que música era, mas não deixei. -digo e sorrio- Home. A canção que eu estava a compôr chama-se Home.

Só peço que ele acorde. Já passámos por isto uma vez e não quero que se repita, não correu bem para nenhum dos dois.

Pego na sua mão e arrepio-me ao sentir a sua mão fria contra a minha pele quente.

- I was stumbling, looking in the dark
With an empty heart
But you say you feel the same
Could we ever be enough?
Baby we could be enough

And it's alright
Calling out for somebody to hold tonight
When you're lost, I'll find the way
I'll be your light
You'll never feel like you're alone

I'll make this feel like home...

Baixo a minha cabeça já com lágrimas a escorrerem dos meus olhos e peço que ele acorde. Eu dou a minha vida por ele.

- Louis... -chamo, mas não obtenho resposta.

Retiro o fone do meu ouvido e coloco-o, juntamente com o telemóvel, na mesinha junto á sua cama.

- Diana...

Olho em volta assim que oiço o meu nome mas não vejo ninguém. Provavelmente os medicamentos que me deram estão a causar-me alucinações.

- Diana...

Todo o meu corpo se arrepia quando a sua mão agarra com bastante força a minha e olho para ele e vejo as suas pérolas azuis.

E respiro fundo. Ele está bem, está vivo. Não peço mais que isso.

- Di...Diana?! Diana! -diz e olha para mim.

- Louis, calma, eu estou aqui!

- Tu estavas... Foi tudo um sonho...

- Louis o que se passa? Tem calma! Explica-me tudo!

- Eu pensei que... não tinhas resistido á operação! O Harry, ele... ele disse isso! E o Zayn estava aqui...

- Louis, foi só um pesadelo. O Harry ainda não veio aqui ver-te! Foi só um pesadelo, eu estou aqui...

- Não me deixes. -diz quase a suplicar .

- Nunca. -respondo e aperto a sua mão.

Ele sorri e suspira, olhando em redor.

- Onde estamos? Porque estás numa cadeira de rodas?

- Qual a última coisa que te lembras?

- Lembro-me de estarmos presos e do Edward estar a tentar acordar-me e... não sei, depois apaguei...

- Bem, depois de desmaiares o Edward começou a falar comigo e a acusar-me de coisas que não fiz, a acusar-me de ser a pessoa que disse aos pais dele que saíssem de Doncaster, na altura da morte de um amigo nosso e namorado da Summer. Então disse-lhe para perguntar aos pais dele. Entretanto a Eleanor voltou com uma arma e estava prestes a matar-te... Mas o Edward descobriu que não fui eu que disse aquilo e voltou e matou a Eleanor...

- A Eleanor está morta? -pergunta chocado.

- Sim... Quando o Edward disparou acertou-lhe e ela disparou também, mas a bala raspou no meu braço, por isso é que tenho gesso, e como não consigo andar, e ainda tenho o pé magoado, tenho de andar de cadeira de rodas.

- O Edward trouxe-nos aqui?

- Sim. -respondo.

- Onde está agora?

- Na prisão, foi preso por violação, rapto e homicídio.

- Denunciaste-o?

- Não. Ele próprio confessou tudo.

No fundo o Edward é uma boa pessoa, eu conheço-o e sei como ele é. Fiquei impressionada por ele assumir os seus erros e saber que mereçe pagar por eles.

- Afinal porque é que eles nos fizeram tudo isto?

- Não te lembras do que a Eleanor explicou?

- Não...

- Provavelmente já estavas desmaiado. Lembraste dum rapaz de quem eu ás vezes falo, um amigo meu que já morreu, o Nate? -pergunto

- Sim, tu falas dele algumas vezes -responde Louis.

- Isto tem tudo a ver com ele. A Eleanor era irmã dele -digo e Louis mostra-se surpreendido- O verdadeiro nome dela não é Eleanor, é Ellie...

- Por isso é que ela não deixava chamar-lhe isso!

- Talvez -respondo- O Nate morreu numa floresta, alguém lhe atirou uma pedra á cabeça. O que ninguém sabia é que alguém estava a assistir á morte dele. A Eleanor estava lá, escondida nos arbustos. Ela contou que perseguiu o homem, mas que não conseguiu apanhá-lo. Só que o homem deixou cair algo, que a Eleanor guardou. Ela jurou vingança a esse homem. No dia do funeral ela conheceu a Summer e o Edward e contou-lhes tudo, ela não tinha contado a ninguém sobre aquilo que ele tinha deixado cair, e eles uniram-se a ela. Procuraram o homem e quando o encontraram começaram a investigá-lo. Mas meses depois o homem apareceu morto. Mas ela jurou que iria vingar o irmão.

- Mas quem era esse homem? E o que é que isso tem a ver connosco?

- Louis... -digo e olho nos seus olhos- Aquilo que a Eleanor apanhou do assassino era um cartão de identificação... E tinha o nome do teu pai.

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NÃO ME MATEM!

Não, a Diana não morreu! (não aguentava ficar sem ela e acho que o Lou também não!)

¯\_(ツ)_/¯

Obrigada pelas quase 5k visualizações, espero que estejam a gostar da história tanto quanto eu gosto de a escrever.
   OBRIGADA ❤

(twitter: @its_my_styles)

Mary

DIANA♪lwtOnde histórias criam vida. Descubra agora