68 ✖ Decisions

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Lego House - Ed Sheeran

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|Dias depois|

Abro os meus olhos lentamente e pego no meu telemóvel, vendo que ainda são 9:28 numa manhã de Sábado. Pouso o aparelho eletrónico e viro-me, vendo Louis a dormir.

Os seus cabelos castanhos caem pela sua testa e tem as bochechas rosadas. Os seus deliciosos lábios cor-de-rosa estão entreabertos, fazendo Louis parecer um anjo caído do céu.

Levanto-me devagar para não o acordar e, depois de fazer a minha higiene, desço até á cozinha. Quando estou prestes a começar a preparar o pequeno-almoço oiço algo deslizar pela porta de entrada.

Vou ver o que é e noto que é o correio, pegando em todo o papel. Publicidade, publicidade, publicidade. Então um envelope branco aparece no meu campo de visão e quando grito quando vejo o endereço “Medical University, Los Angeles, California”.

Nunca fui boa a fazer decisões. O meu pai costumava brincar com isso dizendo que era parecida com a minha mãe nesse aspeto, visto que ela tomou uma decisão horrível ao deixá-lo.

Mesmo quando era pequena eu era bastante indecisa. Apenas para fazer a simples escolha entre gelado de chocolate ou de baunilha eu demorava uma eternidade.

Quando o meu pai me inscreveu numas aulas de música, passei meses a pensar qual o instrumento que devia escolher: guitarra ou piano?

Todos nós temos de fazer escolhas na vida, e por vezes tomamos decisões que nos arrependemos.

Não tem de haver obrigatoriamente uma “resposta certa” e uma errada, ás vezes ambas as escolhas são boas para nós. Nesses casos o nosso coração vai acabar partido independentemente da escolha que façamos.

E, no momento em que peguei naquela carta que acabaria por decidir o meu destino, foi exatamente isso que senti. Quase conseguia ouvir o meu coração a rasgar-se a meio.

Pego, ainda a tremer, no meu telemóvel e telefono ao moreno de cabelos encaracolados.

- Harry?

- Diana?

- Ajuda-me.

- O que se passa?

- Ela chegou.

- A carta? -pergunta surpreendido do outro lado da linha.

- Sim.

- O Louis está aí?

- Está a dormir. O que faço Harry?

- Conta-lhe. Não escondas nada.

- Mas e se for uma má notícia?

- Diana, tu sabias que podia acontecer e que, um dia, terias de fazer essa escolha. Fala com ele, decidam.

- Ok. Obrigada Harry, por tudo.

- Sempre ás ordens Di! -diz e manda um beijo, desligando.

Volto a guardar o telemóvel no bolso das calças do pijama e respiro fundo, com a carta nas minhas mãos. Pouso-a na bancada da cozinha e começo a caminhar nervosamente.

Oiço passos a aproximar-se e um belo e ensonado Louis apareçe á minha frente. Ele sorri quando me vê e coro, porque ele está apenas de boxers e o Louis é incrivelmente lindo.

- Bom dia amor! -diz e aperta-me contra o seu peito.

Na minha cabeça milhões de pensamentos e perguntas passam a alta velocidade. Lembro-me das palavras de Harry e respiro fundo, pronta para lhe contar.

- Di? Amor, estás bem? -pergunta e olha-me nos olhos, dificultando a minha tarefa.

E se a carta disser que entrei? Como conseguirei não ver as suas belas e brilhantes pérolas azuis? Viver sem os seus beijos? Sem os seus abraços? Acordar sem ouvir a sua voz rouca matinal? Não quero abdicar disso.

- Di, o que se passa? Fala comigo Diana… -pede já preocupado.

- A carta já chegou -respondo.

O rosto de Louis entristeçe e os seus olhos transmitem medo, e sinto como se me tivessem dado um tiro no coração.

- Já a abriste? -pergunta.

- Não. Não fui capaz.

- Onde está ela? -pergunta e vou buscá-la.

Entrego-lhe a carta com as mãos trémulas enquanto o meu coração bate acelaradamente, ameaçando saltar do meu peito.

- Eu amo-te -digo antes de ele a abrir e ele beija-me apaixonadamente.

- Eu também te amo Di.

Louis respira fundo e rasga o envelope, retirando o seu conteúdo do interior. Ele entrelaça a sua mão com a minha e abre o papel, lendo-o calmamente.

Sinto, pela força com que ele aperta a minha mão, que não são boas notícias.

O seu rosto toma uma expressão confusa e o meu nervosismo aumenta a cada segundo.

- E então? -pergunto preocupada- O que diz?

- Parabéns -responde e entrega-me o papel, puxando-me para um abraço- Entraste.

Sinto o oxigénio fugir dos meus pulmões e todo o meu corpo treme. Leio e releio o papel vezes sem conta, ainda sem acreditar no que está a acontecer.

A sua inscrição na Universidade Médica foi aceite.


Os braços de Louis apertam-me contra ele, impedindo-me de me mover. Sei que ele tem medo de me perder, tal como eu tenho medo.

Como eu disse, por vezes não há decisões erradas. Ás vezes ambas as escolhas são benéficas para nós, mas essas são as piores escolhas, afinal porque temos de abdicar de um sonho para realizarmos outro?


Mary

DIANA♪lwtOnde histórias criam vida. Descubra agora