Chapter Three

430 33 0
                                    

Me espreguicei na cama sentindo os fracos raios de sol entrarem pelas frestas da janela, eu estava tentando todo dia e já fazia quase uma semana que eu estava em casa.


- Gajeel, sinto tantas saudades... - Suspirei, como se ele pudesse me escutar.


Depois daquele dia que ele mal falou comigo e desligou como se tivesse algo melhor para fazer, eu não me importei com o que ele faria, porém eu estava quebrada.


Hoje eu ficaria com Juvia, já que Gray iria trabalhar, ele estava confiando em mim. Tomei um bom banho, cantarolei uma música que há dias não saia de minha cabeça, minha mente estava nublada. Eu estava insegura.


- Bom dia! - Falei animada quando cheguei no apartamento de minha prima.


- Oi, bom dia. - Juvia mastigava algo, sua fala saiu abafada, porém eu entendi.


- Como estão meus primos favoritos? - Alisei a barriga dela.


- Com muita fome! - Riu depois de engolir a comida. - E você? Como tem sido esses dias longe do Gajeel-kun... - Soltou irônica.


- Nem me fale... - Bufei. - Acredita que ele me ligou e desligou na minha cara??? E nem esperou que eu me despedisse! - Falei exasperada.


- Nossa! Que mal educado. - Juvia ficou irritada junto comigo, eu ri da sua cara de brava. - Como está indo tudo para a volta a Roma? - Logo ela mudou sua expressão para animada. Hunf, grávidas.


- Estou tentando... Por um lado eu quero ir, por outro eu gostaria de ficar... - Confessei.


- Apenas siga o seu coração. - A azulada sorriu para mim. - Juvia acha que se o coração da Levy diz para ela ficar, ela deve ficar. - Segurou firme minhas mãos. - Quem sabe o tal Gajeel não venha atrás de você. - De novo ela mudou seu estado para eufórica.


- Não viaja. - Eu ria incrédula.


- Hoje nós vamos no shopping comprar mais algumas roupinhas pro bebê. - Juvia se levantou e foi até a pia para lavar a louça, lógico que eu fiz o trabalho por ela.


Depois de uma pequena pilha de pratos e muita conversa jogada fora fomos no carro dela até o shopping center mais famoso da cidade, nos perdemos entre o mar de lojas, andamos bastante e agora estávamos fazendo uma pausa para o almoço.


- Está pronta para o segundo round? - Disse animada.


- Não sei como você com esse barrigão aguenta isso tudo! - Falei surpresa.


- É fácil! - Ela riu, mas de repente seu sorriso havia sumido. Sua respiração estava ofegante. - Vamos para o hospital. - Disse.


Eu rapidamente paguei a conta, pegamos as sacolas e ela se apoiava em mim, nossa sorte é que o elevador foi rápido e logo estávamos no carro a caminho do hospital geral.


- G-gray-sama... - Juvia pegou o telefone e discou o número de Gray. - E-eu estou a caminho do hospital, você pode passar em casa e pegar a bolsa do bebê? - Ela inspirava e expirava forte, depois de resmungar alguma coisa desligou e ficou acariciando a barriga.


Em um momento as contrações devem ter ficado mais fortes, pois Juvia gritou de dor, sua bolsa havia estourado! Eu estava apavorada, nunca enfrentei esse tipo de situação antes.


Finalmente chegamos ao hospital e minha prima foi logo encaminhada para a sala de parto, logo depois Gray chegou e nenhum de nós pode vê-la até que o parto acabasse.


- Senhor Fullbuster certo? - Um senhor baixinho e meio calvo apareceu frente a nós.


- Sou eu. - Gray rapidamente se levantou.


- Eu sou Makarov Dreyar, fui responsável pelo parto da sua mulher, a senhorita Juvia Lockser. - Eles apertaram as mãos, eu estava ficando aflita. - Formalidades a parte, eu só queria lhe informar que tudo ocorreu bem. A senhorita passa bem e seus filhos nasceram saudáveis e fortes, meus parabéns. - O senhor sorriu, Gray deu meio sorriso, parecia nervoso.


- Filhos? - Ele parecia visivelmente surpreso, eu também estava.


- Sim, são gêmeos. Um casal. - O homem disse. - Você pode vê-la agora. - Avisou e nos guiou por um extenso corredor até um pequeno quarto.


Eu fiquei do lado de fora, espiando a cena pela pequena janelinha na porta, eles estavam felizes, eu estava feliz por eles.


- Você pode entrar agora. - Gray passou por mim.


- Parabéns mamãe! - Abracei-a.


- Juvia está tão feliz... - Dizia em meio a solucos. - Gray-sama pediu a Juvia em casamento... - Ela mostrou a aliança dourada em seu dedo.


- Oh! - Abri a boca surpresa. - Estou tão feliz por você. - Beijei sua testa.


- Obrigada Levy-chan. - Limpou os resquícios de lágrimas. - Agora você pode ir pra casa. - Disse depois de suspirar profundamente.


- Tem certeza? - Perguntei temerosa.


- Sim! O Gray-sama vai cuidar de mim. - Sua expressão era sonhadora.


- Até mais então, venho ver vocês mais tarde. - Abracei-a uma última vez e depois de me retirar do quarto, Gray entrou.


Tudo isso me fazia lembrar dele, cada coisa ao longo do caminho até em casa fazia com que eu me recordasse dele.


Os cabelos negros, os olhos vermelhos, as costas largas, sua risada.


- Ah Gajeel, o que você fez comigo? - Murmurei, saindo de meus devaneios quando o elevador se abriu chegando no andar onde eu morava.


Estava tão absorta nos meus pensamentos que esbarrei em alguém na porta do meu apartamento... Eu esbarrei em alguém?


- Gajeel... - Olhei abismada aquele idiota na minha frente, com aquele sorriso de canto.


- Você demorou, eu estava te esperando. Gihihi. - Passou a mão pelos cabelos.


- C-como você me achou? - Perguntei ainda surpresa.


- Nada que uma ficha de inscrição não resolvesse. - Disse convencido. - Não vai me convidar para entrar? - Arqueou as sobrancelhas.


- C-claro... - Tomei sua frente e girei a chave pela fechadura. - Senta. - Apontei para o sofá. - Você quer alguma coisa? Água? Suco? Café? - Eu ia de um lado para outro nervosa.


- Calma, tsc. - Fez um barulho com a boca. - Eu quero algo sim... - Ele se aproximou, estava perigosamente perto. - Eu quero você baixinha. - Me puxou bruscamente pela cintura, tomando meus lábios num beijo avassalador! Cheio de saudades e desejo, suas mãos na minha cintura se apertaram mais, minhas mãos foram para seus cabelos acariciando-os. O fôlego nos faltou e de repente me peguei sorrindo, como nunca havia sorrido antes.


- O que você fez comigo baixinha? - Sussurrou, o abracei forte. Não pude conter minhas lágrimas, era real, ele estava lá e me abraçou na mesma intensidade. - Eu estou aqui agora. - Ergueu meu rosto, limpando as lágrimas que teimavam em cair e beijou minha testa. Agarrei forte sua camisa, puxando-o contra, mim dei-lhe um longo selinho.


Naquele momento eu não queria saber de mais nada, eu estava feliz. Sentia que um pedaço de mim, que havia sido tirado, finalmente tinha retornado. Acho que é assim que nos sentimos quando estamos amando.

Little GirlOnde histórias criam vida. Descubra agora