Sheffield- janeiro de 2002
Elizabeth PovQuem era aquele garoto?
Nossa, eu achava que estava sozinha, não pude nem fumar em paz!
O nó em minha garganta e a vontade de chorar ainda não haviam passado. Tudo ainda era muito doloroso!
Como o destino podia se tão cruel? Como isso foi acontecer logo comigo? Como?
Estava em meus devaneios, penteando os meus cabelos quando ouvi a voz de minha mãe me chamando da escada.
- Elizabeth? Filha? O café da manhã já está pronto!
-Já vou mãe - respondi.
Ultimamente parecia que a vida não tinha mais graça, não tinha cor.
Desci a escada e vi minha mãe me esperando no final dela.
Ela me puxou para um abraço apertado e depois se afastou. Olhou nos meus olhos.
-Filha, e essas olheiras? E esse rostinho triste? Promete para mim que eu vou ter aquela Elizabeth de volta? Aquela minha filha sorridente e feliz?
- Mãe, como vou prometer uma coisa dessas para a senhora? A senhora sabe o que aconteceu! -eu desabei. Chorei feito uma criancinha.
- Mas foi por isso que nós vimos de Nova Iorque, para você recomeçar sua vida!- minha mãe disse enquanto me puxava para outro abraço, tentando me consolar.
- Mãe...- meu soluços estavam ficando cada vez mais altos.
- shiu... Pare de chorar meu amor, seu pai nos espera à mesa.
- Ok mãe - meu choro foi silenciando aos poucos -vou tentar melhorar.
- É assim que eu gosto de ver- ela soltou um risinho- ou ouvir.
-Ah mãe- a abracei fortemente - eu te amo - sussurrei.
- Eu também te amo filha- ela também sussurrou.
Nos juntamos à mesa, e por incrível que pareça, meu pai me perguntou como eu estava.
- Estou bem pai - falei entre uma colherada e outra, tentando disfarçar qualquer coisa errada que havia dentro de mim.
*
Já estava saindo de casa, a escola não ficava longe de onde eu atualmente residia.
Estava andando tranquilamente quando alguém gritou.
- Ei, você, ESPERA AI!
- O que foi, hein?- falei rispidamente, e ao me virar, dei de cara com o garoto que tinha visto esta madrugada.
- É que você deixou cair isso - ele falou e estendeu a mão direita, e nela estava minha pulseira de pedrinha.
Passei a mão desesperadamente no meu pulso esquerdo, tentando acreditar que a pulseira estava lá, mas realmente a minha pulseira era aquela que aquele garoto tinha em mãos.
- Obrigada - quase puxei a pulseira dele.
Ia me virando para ir embora quando ele me dirigiu a palavra novamente.
- Qual o seu nome? - Me virei e o olhei - Qual o seu nome? Eu me chamo Alexander Turner - ele estendeu a mão - e você, como se chama?
- Elizabeth- apertei a mão do tal Alexander - Elizabeth Grant.
*
De tarde, eu estava deitada em minha cama, ouvindo algumas músicas, e a que estava tocando no momento era "Love me tender", quando minha mãe abriu a porta do quarto.
- Hey amor
- Oi mãe
- Visita para você.
Para mim? Visita? Pensei.
- Pode entrar querido- minha mãe disse e de repente aquele garoto apareceu na porta do meu quarto.
Olhei para aquela cena incrédula. O que ele veio fazer aqui?
Ele deu pequenos passos timidos até entrar no meu quarto.
- Vou deixar vocês à sós - minha mãe disse e fechou a porta do meu quarto, me deixando sozinha com aquele garoto.
- Alexander, o que você veio fazer aqui? Hein?
- Por favor- ele sacudiu a mão no ar - me chame de Alex ou apenas de Al, certo? - concordei com a cabeça - só vim ver como você está - ele disse timidamente, colocando as mãos nos bolsos de sua calça jeans.
- Ok, se você veio - bati na cama, ao meu lado - senta aqui.
Ele se aproximou e se sentou, me olhou e sorriu.
- Elvis Presley?
- Sim, você gosta?
- Música boa me agrada.
- Se você considera isso música boa - sorri para ele - vejo que seremos grandes amigos.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nervous
Fanfiction"Na vida há idas e vindas, altos e baixos. Nós caimos e levantamos todos os dias. É um simples massacre passar por isso todos os dias. Mas há momentos, pequenos momentos que nos fazem continuar. E há pessoas que nos marcam para eternidade". Obs: É u...