Falling

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"Tudo que fiz hoje foi errar
Tudo que eu quero ser é o branco nas ondas
Tudo que fiz hoje foi errar"
- Oh Wonder

Sheffield- junho de 2004.
Alex pov.

Meu coração parou por um momento.

Eu não acreditava no que via.

Ou não queria acreditar.

Lizzy estava estirada ao chão, sem coinciência.

No momento da adrenalina, me joguei ao seu lado e sacudi os seus ombros, chorando.

Eu não poderia, não aguentaria perde-lá.

Um grito escapou involuntariamente do fundo de minha garganta, a chamando.

-Lizzy, por favor. Não me deixa!

Acho que meus gritos podiam ser ouvidos do lado de fora do banheiro, pois o cara do balcão veio ao meu encontro, segurando meu ombro esquerdo.

-Ela não pode me deixar, ela não pode!- supliquei, em prantos.

- Cara, eu vou chamar uma ambulância.

Ele ia tirar o celular do bolso quando eu o interrompi.

- Eu estou de carro, eu a levo.

- Mas você não está em condições para dirigir.

- EU A LEVO, EU JÁ DISSE!

Peguei Lizzy nos braços. Ainda chorando, eu não parava de sussurrar coisas à ela.

- Lizzy, por favor, não me deixa- sussurava- fica comigo. Já estamos à caminho do hospital.

No bar, curiosos nos olhavam. Alguns discretamente, outros olhavam sem mais rodeios.

Eu não me importava, só queria tirar Lizzy daquele lugar o mais rápido possível.

Fomos até o carro e eu a deitei no banco de trás e tomei meu lugar, arrancando pelas ruas de Sheffield.
                           
                          *

Estava a exatamente duas horas na sala de espera do hospital.

Eu já não aguentava mais. Eu precisava de notícias de Lizzy.

Estavamos eu e a mãe de Lizzy, ansiando por notícias da menina.

Uma médica veio em nossa direção.

- Você que é a mãe da Elizabeth Grant?- dirigiu delicadamente a palavra à  mãe de Lizzy.

-Sim- a mãe de Lizzy sussurrou, soando cansada e triste.

- Venha comigo, vamos conversar.

-Ei!- disse cansado, tentando me impor- eu também preciso de respostas!

- A senhora autoriza?- a médica perguntou.

E quando obteve uma resposta positiva, nos dirigimos a uma sala.

                           *

-Sentem.

Ela disse assim que entramos na sala.

Sentamos- eu e a mãe de Lizzy, em duas cadeiras que ficavam de frente para a poltrona da médica.

- Bom, senhora Grant- a médica disse solenemente- eu sou a Doutora Alice Clarck.

- Doutora Clarck, como minha filha está?

- Bom senhora Grant - a médica fez uma pausa- sua filha está em estado de coma alcoólico. Ela ficará aqui até acordar, depois poderá ir para casa.

E meu coração entristeceu.

Mas aquela não seria a última e nem de longe a pior vez que Elizabeth ameaçou deixar sua vida, família, amigos e eu.

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