Fugindo part.2

16 1 2
                                    

- Mãe! - gritei quando cheguei em casa. Eu havia entrado pelos fundos, através da janela da cozinha.
Senti-me estremecer quando vi a porta de casa aberta. Subi as escadas rapidamente e não puder conter o grito de susto quando vi Honre, meu padrasto, caído no chão com a camisa ensanguentada na parte esquerda de seu peito.

Honre...

Ouvi choros e soluços vindos de dentro do meu quarto. Entrei ainda com a mão na boca para tentar conter a vontade de gritar enfurecida. Eu tremia. Mas mas minha raiva era maior que qualquer medo que eu estivesse sentindo naquele momento. Segui os ruídos e avistei Terry e Thina encolhidos atrás da cama de Thina. Ambos estavam tremendo e chorando. Eles se abraçavam na tentativa de proteger um ao outro apenas com aquele gesto. Terry balbuciava algo que eu não entendia. Quando me viram pularam em mim e me agarraram com força, como se agora, comigo ali, eles estariam seguros.

- Te, cadê a mamãe? - eu tentei acalmá-los acariciando suas cabeças.

- E-ela... Ela pediu pro... Pro p-pai colocar a gente aqui. - chorou. Não conseguiu mais dizer uma palavra de tanto que chorava.

- Quando o papai foi atrás dela... Ele... Caiu e não levantou mais! - Thina disse e se afogou em prantos.

Se Honre foi atingido... Céus! Onde minha mãe está? Não. Não.

- Fiquem debaixo da cama e não saiam daí por nada! Eu volto pra buscar vocês. Não saíam daí! - corri para fora do quarto e comecei a descer as escadas. Parei a tempo de perceber que dois guardas estavam na cozinha. Escondi-me atrás da porta do banheiro que ficava num canto escuro da cozinha. Pude ouvir o que diziam.

- Tem certeza que a casa dela é aqui?

- Tenho sim.

- Tá. Vamos olhar lá em cima de novo.

Ah, não. Lá em cima não. Merda!

Thina e Terry estavam lá. Droga! Tinha que evitar que eles subissem até lá.

Pensa, Alyce! Pensa!

Droga! Eu podia morrer. Mas tinha que fazer isso. Chutei a porta do banheiro e fechei-a rapidamente, me escondendo dentro dele.

- O que foi isso? - um soldado disse.

- Veio dali.

Quando vi que ele estava na frente da porta, esperei que ele a abrisse. Assim que o fez, ataquei-o com uma barra de ferro que encontrei atrás da pia. O cara que eu ataquei - agora desmaiado - caiu por cima do outro, que se levantou rapidamente e apontou a arma pra mim. Ouvi um tiro, fechei os olhos automaticamente, mas não senti nada. Abri os olhos e vi o soldado caído no chão agonizando com a cabeça ferida. Atrás dele minha mãe estava segurando uma arma pequena.

Mãe?

- Mãe! - gritei e corri para abraçá-la. Foi muito rápido e ela logo disse.

- Filha. Você precisa sair daqui, agora!

- O que? Não. Eu não vou deixar vocês aqui.

- Você não tem muito tempo, querida.

- Como assim? - eu disse. Mas ela começou a me puxar. Eu podia ouvir a gritaria do lado de fora, mas estava presa no meu próprio pensamento.

- Alyce! Fuja! Pela floresta. E não olhe pra trás.

Algo me dizia que minha mãe sabia exatamente o que estava acontecendo. Ela parecia até conformada, como se já esperasse que isso acontecesse.

Eu não me movi, tentando entender o que realmente estava acontecendo.

- Alyce! Mova-se. Ele estão atrás de você. - ela agarrou meu braço e começou a me puxar rumo a janela da cozinha.

Estavam atrás de mim? Por quê?

- Vai!

Ela me empurra e eu caio para fora. Vi dois soldados correrem. Eles não me viram e eu comecei a correr em direção a floresta.


CONTINUA
GENTE, A ENERGIA AQUI NA MINHA RUA ACABOU JUSTO NO MOMENTO EM QUE EU ESTAVA TERMINANDO ESTE CAPITULO. ENTÃO O PRÓXIMO SERÁ A CONTINUAÇÃO DESTE CAPÍTULO MAIS O CAPITULO SEIS. OBRIGADA PELA ATENÇÃO.

Coração De FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora