DUX: A Restauração do Império

Capítulo 1 - Procurando Pistas

 Lívia estava sentada em uma das mesas do AKKA. Ela havia tirado o jaleco e soltado o cabelo. Lá não era um restaurante chique. Ele era somente organizado e limpo, isso que o diferenciava das outras lanchonetes no campus. A mesa que Lívia estava sentada se localizava do lado de fora, e tinha uma vista perfeita da praça central da universidade. Luan sentou-se e trouxe consigo dois cafés.

-Teve muita fila pra comprar? Eu disse que não precisava ir buscar pra mim. –Lívia disse olhando pra Luan. Os dois eram amigos fazia um ano. Apesar de serem da mesma classe, eles só começaram a se aproximar depois de quatro anos e meio de curso.
-Relaxa Liv. Eu devia ter pagado pra você. –Luan entregou um dos cafés para ela. –E o Peter? Conseguiu falar com ele?
-Olha sinceramente, eu nem tentei. –Lívia virou o copo de café e quase bebeu ele todo de uma só vez. –Ele precisa pensar um pouco, entende? Ele ta estranho ultimamente e eu estou começando a me preocupar.
-Ele encarou o meu pai, nem eu teria coragem. –Luan mostrou admiração.
-Olha Luan sem querer chatear você, seu pai é um idiota. E eu não to falando isso pelo o que aconteceu hoje. Uma vez ele me obrigou a refazer todo o meu trabalho só porque eu imprimi em papel reciclado. Ele disse que não gostava da "textura" do papel. –Lívia disse num tom de brincadeira. Luan deu uma risada e chamou a atenção de alguns senhores que estavam limpando a calçada.
-Eu não fico chateado com isso. É apenas a verdade. –Os dois riram durante alguns segundos. –Qual foi a última vez que nós saímos assim? Como você está?A Diana? –Diana era a irmã mais nova de Lívia. Ela era estudante de história.
-Eu estou louca pra sair desse lugar. Só penso em pegar meu diploma e tchau. Não tenho falado muito com a Diana. Ela está bem focada em história, ela ama estudar o passado.

O celular de Luan tocou, ele atendeu.

-Alô Pai. Eu estou aqui no AKKA... Com a Lívia... Não! –Luan desligou o telefone de forma violenta. Os dois ficaram em silencio durante alguns instantes.
-O que ele queria? –Ela perguntou olhando nos olhos dele.
-Me controlar. Ele sempre quer ter controle sobre mim. –Luan estava com raiva. –Às vezes sinto que ele faz isso apenas para me provocar.
-E deve ser mesmo. Porém, é só mais um semestre aqui, depois é só você pegar seu carro e atravessar o país. –Lívia tentou aliviar Luan.

A Televisão do AKKA começou a piscar sem explicação nenhuma. Em seguida, todos os objetos eletrônicos estavam saindo do ar. O grande telão da praça central se apagou. Lívia tentou desbloquear seu celular, mas estava desligado.

-Que merda é essa? Meu celular travou. –Lívia começou a pressionar freneticamente o botão de ligar.
-O meu também. Deve ter sido alguma queda de rede ou sei lá. –Luan não se preocupou com o apagão.
-É deve ter sido. Não entendo dessas coisas, sou de biológicas. Acho que vou lá ao Xerox. A Energia já deve estar voltando. –Lívia se levantou da cadeira e entregou o dinheiro do café para Luan.
-Vou lá pagar a conta. Espere-me aqui. –Luan entrou.

As pessoas estavam indignadas pela queda de energia. Os alunos estavam saindo de suas salas de aulas e se reunindo na praça central. Lívia estava na porta do AKKA esperando quando avistou flores ao lado de uma árvore da praça. Ao se aproximar ela percebeu do que se tratava. Uma senhora muito simples é quem estava vendendo aquelas flores.

-São lindas as flores senhora. –Tinha vários caixotes de flores diferentes. As que mais chamaram atenção de Lívia foram os girassóis. –Eu gosto muito de flores.
-Obrigado Moça. Vejo que gosta de girassóis.
-Ah sim! São minhas preferidas. Quando criança eu morei em uma fazenda que tinha muitas. Você que plantou todas essas? –Lívia disse sorrindo.
-Sim! Eu moro bem no fundo do campus. Planto muitas flores. –A velhinha pegou um girassol e a entregou. –Pode ficar com esta.
-Esse campus é muito grande, nunca fui até o fim dele. -Lívia pegou a flor.
-É Realmente muito extenso aqui. Esse lugar esconde muita coisa.