Eu e meu irmão [EM REVISÃO]

Capítulo 7

Louis: Laura? Acorda! Seu irmão já ligou umas 10 vezes. -disse me sacudindo desesperado.

Laura: Que? Que horas são?

Sentei no sofá sem ao menos ter me preocupado em abrir os olhos.

Louis: 10 chamadas não atendidas do seu irmão, seu celular já despertou mil vezes e já são 15h da tarde.

Laura: Três da tarde? Por que não me acordou antes, seu idiota?

Levantei e fui catando meus saltos. A sala estava uma bagunça. Luke e Megan estavam esparramados no chão. Lua e Harry também estavam dormindo, só que na cozinha. Sim, na cozinha. Eles tinham estendido um cobertor grosso no chão e dormiram em cima. Pareciam um casal. Se é que já não são.

Louis: Idiota é você. Mal agradecida.

Laura: Ai, ta. -falei sem paciência.

Lavei meu rosto. Eu estava horrível.

Louis: Ignorante.

Laura: Será que você consegue me fazer um favorzinho?

Louis: Depende...

Laura: Quando a Megan acordar, diz pra ela que amei tudo e avisa a Lua que tive que ir antes dela.

Louis: Aviso sim, mas com uma condição.

Laura: Qual?

Louis: Um beijo...

Laura: Olha só, vou te contar como conseguir um beijo meu... Primeiro você dorme e depois você sonha. Mas sonha bem profundamente. Quem sabe assim você consiga.

Saí sem esperar resposta e chamei um táxi. Não demorou muito e ele já havia chegado.

Henrique: Aquela Megan não é uma boa companhia para você.

Eu já estava no meu dormitório, e Henrique, como sempre, estava me dando lição de moral.

Laura: Henrique, quem precisa gostar ou não das minhas amizades sou eu, não você. Vê se larga um pouco do meu pé e olha para o seu nariz. Tenho certeza que se algum dia você ficar doente, seus amigos maconheiros não vão ficar com você no hospital. -disse exaltada e Henrique apenas me lançou um olhar e saiu.

Droga. Eu odiava brigar com o Henrique porque sabia que se eu precisasse dele, ele iria ser orgulhoso demais para me ajudar. (Não que eu precise).

Lembro perfeitamente de quando a gente ainda morava com nossos pais. Ele sempre com seu jeito de irmão superprotetor. Meus pais até que gostavam de saber que eu nunca estaria sozinha. Pena que hoje não nos vemos tanto.

Tomei um banho e deixei a água fazer massagem nas minhas costas. Era tão bom ter um tempo para pensar.

Saí do banho e passei um hidratante no corpo. Coloquei uma roupa qualquer e estava secando meus cabelos com a toalha quando ouvi alguém bater repetidas vezes na porta. Achei estranho, até porque Lua e Kat não bateriam na porta antes de entrar, afinal o dormitório também é delas. Deixei a toalha em cima da cama e segui pé por pé até a porta. Tentei olhar pelo olho mágico, para ver quem estava ali, mas não consegui ver nada e nem ninguém.

Abri a porta e Henrique estava escorado na parede, ao lado da porta. O encarei com cara de poucos amigos, ele parecia estar arrependido.

Laura: O que você quer?

Henrique: Nossos pais me ligaram.

Laura: E?

Henrique: Eles já sabem que não vai ter aula essa semana e querem que a gente vá junto para uma fazenda.

Laura: Fazenda? Olha para a minha cara e diz se pareço interessada nisso.

Henrique: Pois é. Eles disseram que não é uma fazenda com uma casa só pra gente. É tipo um vilarejo, mas chamam de Fazenda dos Sonhos.

Laura: Não estou interessada.

Henrique: Laura, não é você que escolhe. Eles querem que a gente vá e vão vir nos buscar amanhã.

Laura: Por que eles não vão sozinhos?

Henrique: Parece que uns amigos deles vão estar lá também, eles tem um filho. De certo querem que a gente simpatize. -sorri ao ouvir suas palavras.

Laura: Ai céus. Ok. Até amanhã, Henrique.

Fui fazer o movimento para fechar a porta mas Henrique segurou meu braço e me encarou com carinha de cão sem dono.

Henrique: Me desculpa. -ele estava com uma expressão triste.

Laura: Está tudo bem.

Henrique: Não, não está. Eu sou sempre o estraga prazeres, o irmão chato e implicante.

Tentei falar algo mas eu realmente não conseguia. Henrique compreendeu e voltou a falar.

Henrique: Olha, eu prometo que vou tentar mudar. Só... me perdoa.

Laura: Perdoado. -sorri.

Henrique me abraçou forte e deitei minha cabeça sob seu peito. Ficamos assim por alguns segundos e nos despedimos. Entrei e terminei de secar meus cabelos.

Caso alguém ainda estiver se perguntando porque não vai ter aula durante uma semana, eu respondo. Os professores decidiram nos deixar livres durante esta semana, devido à quantia de aulas extras que tivemos o ano todo. Aulas que na verdade eram palestras sobre drogas e preservativos. Eu tenho certeza que nenhuma palavra daquelas palestrantes foi útil para alguém.

Deitei e logo dormi, mesmo sendo cedo demais. Eu sabia que o dia seguinte me aguardava.