Eu e meu irmão [EM REVISÃO]

Capítulo 8

08:00

Fortes batidas na porta me fizeram acordar assustada. Que horas eram? Quem estava batendo?

Lavantei entre os resmungos e abri a porta. Era o Henrique.

Puts... a fazenda.

Henrique: Laura? Ou devo chamar de bela adormecida?

Laura: Aham... -disse ainda meio grogue.

Henrique: O pai e a mãe já estão vindo. Melhor se arrumar logo.

Laura: Ta.

Henrique: Se apressa.

Ele saiu batendo os pés e eu fechei a porta. Me joguei de novo na cama, queria voltar a dormir. Levantei e arrumei minha mochila com algumas roupas que iria usar. Tomei um banho rápido e parei em frente ao roupeiro. O tempo estava fechado, tinha certeza que iria chover.

Vesti uma calça jeans clara, uma camisa e uma jaqueta jeans por cima. Nos pés um all star preto. No cabelo fiz um rabo de cavalo. Passei apenas um rímel para disfarçar a enorme cara de sono.

Escrevi um bilhete para Kat e Lua, que ainda dormiam igual bebês.

Amores da minha vida. Eu fui para a Fazenda dos Sonhos com meu irmão e meus pais. Sim, eu queria muito passar a semana com vocês mas não posso. Amo as duas e se lá pegar algum tipo de sinal, a gente conversa. Desculpa não ter avisado antes, não tive tempo. Beijinhos.
Ass:Laura.

Deixei o bilhete em cima da minha cama e saí. Passei no refeitório e peguei um capuccino. Fui para o lado de fora enquanto bebia. Henrique estava sentando em um banco provavelmente me esperando. Andei até ele que logo se levantou. Ele também estava com uma mochila.

Henrique: Está lindona.

Laura: Ah, obrigada.

Henrique: Ta, vamos logo. O carro já está esperando.

Laura: Eles vieram até aqui buscar a gente? Não acredito.

Henrique: Não. Mandaram um motorista.

Laura: Ui, que chique.

Henrique me deu um tapa no braço e me abraçou. Fomos abraçados até o carro. E chegando lá...

Henrique: Eu vou na frente.

Laura: EU VOU NA FRENTE!

Henrique: Eu sou mais velho. Vou na frente.

Laura: Somos gemêos seu imbecil. Eu vou na frente.

Motorista: CHEGA OS DOIS. Vão vocês dois atrás e pronto.

Ops, acho que alguém se irritou.

Entramos no carro e eu sentei em um lado da janela e Henrique no outro. Ele colocou os fones de ouvido e começou a cantar como se não houvesse amanhã. E pior ainda? Ele cantava alto. Dei um beliscão nele.

Henrique: Você é demente?

Laura: Quer parar de cantar?

Henrique: O quê? -disse tirando os fones e me encarando.

Laura: Vai para o The Voice, porque eu não estou vendo palco nenhum aqui. -dei de ombros e encarei a paisagem que mudava de segundo em segundo, do outro lado do vidro.

Henrique: Agora não posso nem cantar? Garota chata.

Laura: Canta para você mesmo, ué. Eu não lembro de ter contratado cantor particular.

Henrique: Laura, cala a boca e me deixa em paz.

Laura: Cala a boca você. Foi você quem disse que iria mudar e não ser o irmão insuportável. -cruzei os braços.

Henrique: Foi mal. -suspirou e ficou quieto.

Sorri de lado e continuei encarando a paisagem. Alguns minutos tinham se passado e Henrique havia pegado no sono. Eu logo iria dormir também, mas antes, queria comer. Tirei um pacote de salgadinho da mochila e abri, tentando não acordar Henrique.

Henrique: Espertinha. Quero um pouco.

Cara, ele estava dormindo. Como assim?

Laura: Ah, nem vem. Você estava dormindo há exatos 2 segundos.

Henrique, sem dizer nada, puxou o pacote da minha mão e adivinhem o que aconteceu? Sim, o pacote rasgou e voou salgadinho por todo o carro. O motorista apenas nos olhou querendo nos matar. Confesso que foi engraçado, mas fiquei sem salgadinho.

Quando chegamos no Vilarejo eu gostei logo de cara. Não era nada como eu pensava.

Expectativa: Uma fazenda com vacas e galinhas e muitos mosquitos. Sem ninguém interessante e sem gente para conversar.

Realidade: Um lugar lindo, com várias crianças. Muitas casas grandes e lindas. Quase uma cidade. QUASE.

Desci do carro e ouvi o motorista resmungar.

Motorista: Vocês são os piores passageiros da minha vida.

Eu e Henrique não nos aguentamos e caímos na risada. Paramos de rir quando o carro arrancou, jogando toda a água que tinha em uma poça na gente. Aquele não era o meu dia. Não mesmo.