Capítulo 11

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Narração: Stefan Gray

Minha mãe me acordou era 21h00 da noite. Sim, 21h00 da noite. Fui em uma festa ontem à noite, cheguei de manhã em casa e dormi até agora. Ela veio com um papo de que a gente ia jantar fora hoje, eu não estava nem um pouco interessado, ainda mais porque ela disse que a casa era em uma espécie de vilarejo. Não deve ser nada legal. Vontade de sair correndo só de pensar.

Levantei da cama e quase caí ao tropeçar no fio da bateria que ficava no canto do quarto. Eu toco bateria desde quando começaram os boatos de que eu era um assassino. Mas eu não sou. Aquilo tudo foi um mal entendido enorme que nunca pôde ser resolvido e devidamente explicado. Enfim, depois de tudo isso, comecei a tocar bateria pra me distrair. Todo o barulho que o instrumento fazia, era música boa pros meus ouvidos. Eu até explicaria tudo, mas estou meio atrasado agora.

Levantei e tomei um banho rápido. Eu já sabia que se demorasse ao menos 10 minutos, o bosta do Otávio ia começar a brigar. Otávio é meu padrasto e pai da minha irmã emprestada, que se chama Rebeca.  Ele até tenta se aproximar de mim, mas toda a afinidade que ele acha que tem comigo, eu corto. Não gosto muito dele.

Enquanto saíamos, eu só conseguia pensar em que lugar minha mãe estava nos enfiando. Aposto que vai demorar pra chegar. Coloco meus fones de ouvido e não da tempo nem de tocar quatro músicas porque já chegamos. Perto né? Caralho.

Tocamos a campainha e PORRA ERA A LAURA NA PORTA!!!

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Narração: Laura

Fui atender e levei um susto quando abri a porta e vi quem estava ali, bem na minha frente.

ERA O STEFAN.

Esse é o momento em que você se pergunta como o mundo consegue ser tão pequeno. Stefan estava lindo, como sempre. Um homem, uma mulher e uma garota mais ou menos da minha idade o acompanhavam, de certo eram os pais e irmã dele. Sorri fraco e ele olhou pros lados, tentando disfarçar. Todos entraram e se cumprimentaram, eu e ele estávamos com cara de paisagem. Dois idiotas. Quando ele olhava pra mim, eu estava olhando pra ele e tinha que desviar o olhar ligeiro. Estávamos em um loop.

Nossos pais estavam na mesa conversando enquanto o jantar não ficava pronto.

Eu, Henrique, Stefan e a irmã dele estávamos na sala. Na visão de nossos pais, éramos todos amiguinhos, mas na verdade, ninguém dizia uma palavra.

Henrique me encarava como se falasse: O que ele está fazendo aqui?

Se passaram alguns minutos e fomos jantar. Apenas nossos pais conversavam, sorte que eles não sentiram o climão que estava rolando entre nós ali. Depois da janta, a sobremesa foi servida. Comemos e voltamos pro sofá. Liguei a televisão sem nem pensar duas vezes, aquele silêncio já estava me deixando louca.

23h48

Nossos pais entraram na sala e nos olharam com uma expressão tipo: Surpresinha crianças.

Pai do Stefan: E aí Stefan. Gostou?

Stefan: De que?

Pai do Stefan: De ficar aqui.

Stefan: Sei lá, tranquilo, normal.

Pai do Stefan: E você, Becca?

Becca: É, foi legal.

Não foi nada legal.

Kamilla: Que bom que gostaram. Podem passar a noite aqui hoje.

Muka: Boa ideia amor. Lugar é o que não falta.

Becca: Podemos, pai? -ela parecia mesmo ter gostado da ideia.

Pai do Stefan: Claro que podem. Vai ser ótimo vocês saírem um pouco de casa.

Percebi Stefan revirar os olhos.

Mãe do Stefan: Então ok. Já vamos indo, está tarde.

Stefan: Mãe... -disse baixinho.

Mãe do Stefan: Comportem-se, amanhã à noite viemos busca-los.

Eles saíram e meus pais nos encararam.

Muka: Assistam televisão até dar sono e depois subam.

Henrique: Onde eles vão dormir?

Muka: Stefan pode dormir com você no seu quarto e a Becca dorme com a Laura no quarto dela.

Laura: Pra mim está ótimo. -sorri.

Becca: Pra mim também.

Eu e a Becca fomos para o quarto enquanto nos conhecíamos melhor. Ela era simpática e engraçada. Tinha os cabelos ruivos e usava a roupa que achava mais confortável sem se importar com opiniões alheias, ela parecia a Lua.

Arrumei uma cama no chão pra ela, que disse que estava ótimo. Ficamos conversando até altas horas, até que ela dormiu e eu desci pra tomar água. Liguei a luz da cozinha e levei um susto ao ver Stefan escorado na pia.

Laura: Que susto, garoto!

Revirei os olhos e parei em frente à ele.

Laura: Licença? Quero um copo. Atrás de você.

Stefan: E daí?

Laura: Que ignorante. Da licença, por favor?

Stefan: Não.

Laura: Quer saber? Posso dormir sem beber água. Boa noite.

Desliguei a luz e subi alguns degraus da escada mas Stefan puxou meu braço me fazendo ficar colada a ele.

Laura: Me solta, ta louco?

Stefan: E se eu não quiser?

Laura: Eu grito.

Stefan: Boa sorte.

Laura: A.....

Ele me interrompeu com um beijo apressado e cheio de desejo. Sentei no sofá que estava atrás de mim e ele continuou o beijo. Sua mão desceu para as minhas costas por baixo da blusa, deixando o beijo mais quente. Passei a mão em sua barriga que era bem contornada  e musculosa. Eu sabia no que aquilo ia dar e sabia que algum dia ia dar. Se é que me entendem. Mas era cedo demais. Interrompi o beijo com selinhos.

Laura: Desculpa. Não posso.

Stefan: Tudo bem. Fui rápido demais.

Laura: É... eu já vou indo. Antes que alguém desça e nos pegue aqui.

Stefan: Boa noite, linda.

Laura: Boa noite.

Ele roubou um último beijo e subi de pressa. Deitei e minha mente disparou. Não sabia no que pensar primeiro.

Stefan estava dormindo na minha casa.

A gente ficou de novo e quase passou disso.

Se o Henrique souber, vai dar ruim.

Dormi em meio a meus devaneios.

Eu e meu irmão [EM REVISÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora