Epílogo

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Dorothy se olhava no espelho, se admirando, ela estava muito bonita. Usava um vestido tomara que caia, com vários detalhes dourados. Seus cabelos estavam presos em um coque e uma maquiagem leve, pois ainda era dia.

— Mamãe, a senhora está muito linda! — Isabel exclamou, parando de pular na cama para observar sua mãe.

— Isabel, você quer ficar linda igual a sua mãe? — Margareth perguntou, com as mãos na cintura.

— Quero sim, vovó. — respondeu, voltando a pular e sorrindo travessa.

— Então pare de pular na cama, meu amor. Põe o seu vestido. — Margareth amostrou o vestido novamente a ela, já estava tentando pôr o vestido nela desde que Ruth começara a arrumar o cabelo de Dorothy.

— Não, vovó. Eu não quero. O vestido me deixa com muito calor.

Dorothy se virou e a olhou, sorrindo. — Ah, poxa. Acho que vou ter que arrumar outra dama de honra.

— O quê? — Isabel perguntou, gritando. — Como assim?

—Sabe o que é, Isabel? Minha dama de honra não quer pôr o vestido. Não posso ter uma dama de honra sem vestido.

— Não, mamãe. Eu sou sua daminha. Vovó, me ajuda a pôr o vestido. — falou, descendo da cama. Todas riram.

Desde o dia em que Dorothy se recuperou de sua depressão. Muitas coisas mudaram.

Quando sentiu o medo de perder sua filha, Dorothy entendeu que não poderia viver sem ela. O casal foi compreensível quanto à decisão de Dorothy, eles perceberam o desconforto de Dorothy quando Tobias os apresentou para ela. Mesmo querendo muito adotar uma criança, eles disseram que Dorothy fez uma ótima escolha em ficar com a filha. E o Charles e a Charlotte tinham razão. Isabel era a pessoa mais importante para Dorothy.

Três dias depois do aniversário de Isabel, enquanto Margareth estava de plantão, um homem foi deixado na porta do hospital, ele estava bêbado e todo machucado, não estava consciente. Margareth foi quem o atendeu, de acordo com a pessoa que o deixou no hospital, ele entrou em uma briga de bar, e no caminho para o hospital, antes de ficar inconsciente, ele não parava de xingar uma tal de Dorothy. Depois de olhar a documentação em seu bolso, descobriu que era Filip, ele morreu quatro dias depois de internação.

Quando Dorothy soube disso, ela voltou para a casa, onde ela foi infeliz por cinco anos. Ela conseguiu recuperar seus documentos, e algo bem mais importante para ela, uma fotografia, onde estava ela, sua mãe e seu pai.

Dorothy pagou pelo enterro de Filip e também foi, junto de Tobias. Margareth havia ficado com Isabel. Se Dorothy dissesse que estava triste, ela estaria mentindo. Não ficou nem um pouco triste. Talvez, um pouco, por saber que pessoas como ele poderia ir. Sabia, ele não se arrependeria de nada caso o perguntasse. Tudo aquilo, era libertador. Era como se o fantasma de sua infância e adolescência a deixassem em paz.

◦◦◦

Tobias aguardava impaciente Dorothy no altar. Por que tinha que demorar tanto?

— Calma, meu filho. Não tenha um ataque, ela já deve estar a caminho. — Adrian falou.

— Minha mãe também demorou assim? — perguntou, ainda impaciente.

— Sua mãe demorou bem mais, já estava achando que ela tivesse desistido. — falou e eles riram.

Tobias não podia estar mais feliz, não apenas pelo seu casamento, mas sim, por ter feito as pazes com seu pai. Há dois meses, depois de quatro anos sem se falarem, Adrian reconheceu seu erro e percebeu que estava perdendo uma das partes mais importantes da vida de seu filho. O relacionamento com sua esposa ficara balançado. Mas nunca é tarde para reconhecer seus erros.

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