O atraso

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Droga! Vou chegar atrasada para a bendita prova.
Enquanto escovava os cabelos e calçava ao mesmo tempo suas sapatilhas lilás, presente da sua tia Claudia, moradora de São Paulo. Retrucou Natasha, com olhos quase fechando de sono.
_Nath, não vai sair sem tomar o seu café! Gritava sua mãe, do portão da garagem.
_ Como eu posso pensar em café, se a trigonometria me tortura . Será que ela não entende que essa prova é caso de vida ou morte?!
Enquanto colocava as folhas do fichário soltas na bolsa, pensava se era melhor ir a pé ou de ônibus. Escolheu a segunda opção. Caminhar as 7:15, em dezembro, no Rio de Janeiro seria um inferno.
Mas antes, nada como passar na casa da dona Elsa para ver os filhotinhos  de bace  que tinham nascidos há uma semana.
_ Dona Elsa! Disse Nati.
_ Sim, minha filha. Está indo para a escola?Falou a velha senhora, de avental rosa estampado por girassóis.
A dona Elsa era uma senhora que gostava de plantas, girassóis eram as suas preferidas. Em sua casa os tons girassóis eram percebidos nas almofadas, tapetes e cortinas.
_ Tô sim. Só vim.ver como estão os pequerruchos. Disse Nath, já entrando pelo portão de madeira velha.
_ Ah menina, já disse para não se apegar tanto aos filhotes. Na hora que eu doa-los será a maior choradeira.

_ Eles estão enormes! Já abriram os olhinhos. Era possível ver a emoção de Natasha contemplando os filhotinhos de labrador.
_ Beta, você é uma boa parideira.
Falou  Natasha enquanto colocava a ração em um dos potes.

A cachorra lambia suas mãos em sinal de agradecimento.

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