Sem Fronteiras para o Tempo

um velho amigo

Ela abriu os olhos,  mas não quis se levantar, eram quase 20h da noite, mas a imagem de Gustavo não saia de sua cabeça . Quem era aquela mulher com ele? Seria sua esposa, sua amante?. Como pode se apaixonar perdidamente por um homem sem caráter! Por que alguém que já não via a tanto tempo mexia tanto com sua vida? Como esquecer quem aprendemos a gostar?
Eram tantas perguntas que não saíam de sua cabeça. Um grito sufocava em sua garganta. Deveria avançar em cima dele, bater, xingar. Mas tudo o que fez foi sair, fugindo dos seus próprios sentimentos. Agora, estava deitada em sua cama, em um quarto escuro, um filme passava em sua cabeça: a escola, os amigos, sua mãe, Gustavo, as juntas de amor, seu filho.
Natasha olhava o teto, enquanto imaginava aquela figura tão estranha que reencontrará, depois de 20 anos.
Pinhhhh...Vibrou o celular, na cabeceira da cama.
Mais uma mensagem chegará. Quem poderia ser a essa altura!
_ E aí, vai ficar isolada? Vem pra cá?
A mensagem era do Pedro, um rapaz que ela havia conhecido há algum tempo e que se tornou um grande amigo
_ Oi Pp, respondeu carinhosamente a mensagem em áudio.
_ O q vc tem?  Tá tristinha? Digitou  Pedro
Escrever em redes sociais era inovador, você poderia abreviar palavras sem que ninguém ligasse para correções ortográficas.
_ Pp, não tô muito legal, aconteceram tantas coisas. Aí, como preciso de um abraço seu, meu amigo! Disse Natasha, pouco animada.
_ Oh, minha lobinha manhosa. Você sabe que eu adoro desafios, né?! Seu pedido é uma ordem! Quero te ver, rapidinho faço você se animar. Te espero dentro de 1h na portaria do seu prédio, só o tempo de você tomar um banho gostoso e  vestir uma bela roupa. Tenho uma surpresinha para você!
_ Você? Aqui? Como assim? Não está em New York, numa turnê?
_Não amor, estou no Rio. Acabei de chegar. Escutei seu pedido de socorro de longe( risos). Agora se arruma gata! Tô chegando! Disse Pedro, por mensagem de voz.
_ Ah Pedro! Você sempre salvando meu dia!  Disse Nath com uma risada faceira, enquanto caminhava até o chuveiro, já despida.