Broken Trust

22- Time

Depois desse momento de troca de olhares intensos vimos a tocar algumas músicas e eles a gravarem, foi um bocado bem passado.

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Sem nos darmos conta do tempo a passar, já é Outubro e as nossas aulas começam em menos de uma semana, estou tão entusiasmada.

Vamos hoje conhecer a universidade e coisa e tal e eu para além de entusiasmada estou nervosa, depois daquele dia, saiu uns artigos em revistas e na internet sobre a nossa convivência com os talentosos e bem afamados One Direction. Desde então tivemos mais publicidade e quase que não podemos sair de casa sem ser fotografadas ou interrogadas por alguém, nem mesmo sair só para ir passear o Zeus.

Também temos estado com os rapazes, menos o Harry, esse tenta evitar-nos como se nós fossemos a peste. Nunca falamos do incidente ou quase incidente que se passou entre mim e o Louis mas também não se repetiu por isso é como se nada tivesse acontecido, também ele tem outras preocupações na sua mente, muito mais importantes como o facto de ser pai.

- Então preparadas para a próxima etapa da vossa vida? - pergunta o meu pai tao animado e entusiasmado quanto eu

- Não... sim... não sei, talvez? - responde a perguntar a Andreia.

- Ahahah, acho que estás. - risse o meu pai.

Há medida que o tempo foi passando, eu e o meu pai aproximamo-nos mais e descobrimos que temos muito em comum. A nossa relação melhorou bastante. Mas há um grande senão, a vaca da atual mulher dele, que nos tenta fazer a vida negra mas falha miseravelmente e eu sinceramente tenho pena dela, pois ela não tem confiança nenhuma na sua relação porque tem medo que uma simples miúda como eu lhe destrua a sua relação mas se ela continuar assim é ela que vai destruí-la. Para além disso também tenho pena que para ela se sentir bem tem de rebaixar os outros, aquela mulher tem sérios problemas de auto estima e afins.

- E tu Márcia, estás preparada, vejo que andas a engordar uns quilinhos, será os nervos de começar a faculdade? - pergunta ela com um sorriso cínico. Se ela soubesse a verdade sobre a razão porque ela está "a engordar uns quilinhos" dava-lhe uma coisinha má.

Tanto eu, como a Márcia e a Andreia ficamos em silêncio e pânico era notável nos nossos olhos.

- Eu também tenho reparado nisso. - diz subitamente, o meu meio irmão que decidiu aparecer neste preciso momento. Que pontaria maninho.

O pânico intensifica-se nos olhos da Márcia.

- Sim... deve ser dos nervos. .. - diz ela engasgando-se em cada palavra. A resposta deixa a Evelyn satisfeita mas nao a Theo se ele somar um mais um vai perceber, acho que ele não é burro o suficiente para não perceber o óbvio. Vejo que a resposta da Márcia o intrigou, ele vai perceber o que se realmente passa e também já era altura disso. Pode ser que ser pai o mude, para melhor espero.

- Bem nós vamos preparar-nos para irmos à faculdade ver as coisas e assim. - digo para pirar-nos daqui para fora.

- Eu podia dar-vos boleia já que também vou. - diz o meu irmão muito simpaticamente. Ele está a tramar alguma.

- Eu acho que é uma boa ideia. - afirma Thomas.

- Então nós vamos só buscar as nossas coisas. - digo e vamos para lá para cima buscar as nossas malas.

Quando saímos dos nossos respetivos quartos, somos interrompidas pelo o Theo.

- Sabem o que eu acho mesmo muito estranho? - diz com um sorriso perverso e nós todas em silêncio absoluto. - É que os nervos fazem geralmente as pessoas emagrecer, não engordar a não ser que comas imenso por causa dos nervos, mas eu não tenho visto a comer muito, pelo contrário tu mal comes. - diz dirigindo-se à Márcia, olhando diretamente nos olhos e ela sem saber onde se meter. - E eu lembro-me perfeitamente, que há uns meses atrás tu, Inês, disseste que as minhas ações tinham consequências e aquilo que a Andreia ia dizer no jogo de verdade e consequência agora bate tudo certo. - e ele cala-se assim de repente. Ele já percebeu e agora queres um prémio para melhor detetive do ano??

- Sim é verdade a tua dedução está correta e agora... - começa a Andreia a dizer.

- Não não é, eu só...- interrompe a Márcia.

- Márcia ele tem o direito de saber e tu sabias que mais cedo que isto ia acontecer. Tu estás grávida, achas que ias esse fator que está a crescer dentro de ti não se vai notar? E além disso ele tinha e tem o direito de saber o que andou a fazer e que não é só diversão, também há responsabilidades. - digo duranente, tanto para a Márcia como para o Theo.

- Esta criança não vai viver nem mais um dia. - diz ele um pouco alto de mais.

- Ó filho isto é assim. Nós não te dissemos nada por esta mesma razão, porque nós tínhamos esta pequena suspeita que tu ias ser um cabrão covarde e não ias assumir os teus erros mas nem isso te pedimos, nós só queremos que tu faças o que tu quiseres com a tua vida mas não interfiras com a do teu futuro filho porque sim ele vai nascer, até porque é uma decisão da Márcia, não tua. Desculpa se a vida não te corre como tu querias, mas isto não vai acontecer como tu queres. Por isso faz-te homenzinho pela primeira vez na tua vida e vê se cresces e paras de ser um otário de merda. Agora podemos ir? -pergunto como se não tivesse acabado de dar um sermão para ver se ele acorda para a vida.

Ele fica em pequeno transe e murmura algo que eu não consigo ouvir. Mas como se tivesse acordado, anda como se nada tivesse acontecido e com a mesma arrogância de sempre. Enfim...

Seguimos o otário até ao carro e iniciamos uma viagem muito silenciosa para o meu gosto.