23 - Freaking out

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# Theo POV #

Desde o momento que a vi eu sabia que trazia sarilhos consigo, conseguia ver nos lindos olhos dela, mas eu gosto de problemas, talvez foi isso que me atraiu, em primeiro lugar, ou entao foi aquele sorriso perfeito, ou do jeito que ela me olha. E eu feito parvo so pensava em faze-la gemer debaixo de mim.

Nos primeiros dias eu fui me aproximando dela, não foi fácil, ela é um osso duro de roer e não se deixa convencer com duas de letra, ela não é como as outras e aí não me apercebi que estava-me a apaixonar, nesses momentos ainda só pensava nas minhas necessidades básicas, ignorava completamente os meus sentimentos.

Quando tive finalmente o que queria é que que percebi que estava conpletamente, irremediavelmente apaixonado por ela e isso simplesmente NÃO PODIA ACONTECER. Por isso tentava esquecer, aquilo que ela me fazia sentir só de pensar nela, com qualquer uma, evitava a ver, pois isso fazia-me sentir miserável comigo mesmo, pensava no hipócrita que era, o triste egoísta que era e sou, faz-me pensar que ela é demasiada areia para a minha camioneta, ela é o contrário de mim, nunca iria-me aceitar como sou, por isso, poupei me de um desgosto amoroso.

E agora estou nesta triste condição, se bem que não e triste, embora não pareça eu sempre gostei de crianças, nem sempre fui a besta que sou, houve uma altura em que era feliz, com o meu irmão ainda bebé, eu adorava tomar conta dele, quando pensava que a relação dos meus pais era perfeita, quando não sabia o quem era verdadeiramente a minha mãe ou do que ela é capaz, antes de descobrir aquela carta a dizer que a minha vida era uma mentira e me magoar, jurei que não ia sentir assim mais nenhuma vez e virei neste indivíduo. Já nem me reconheço.
E agora?? O que é que eu faço?? Isto não pode estar, simplesmente, a acontecer. Não pode. Como é que fui tão burro?? Porquê senhor?? Pergunto mentalmente enquanto eu e a outra pessoa que diz ser minha meia irmã fica para trás no grupo que esta fazer a visita a faculdade.

- Queres que te explique?? - pergunta a vaca que nem sequer devia estar aqui, à minha pergunta mental. E eu fico com cara de WTF eu supostamente tava a pensar, não disse aquilo, acho eu. - Sim tu disseste isso muito baixinho, mas disseste. Enfim mas a Inês explica como tudo isto aconteceu. Era uma vez, numa noite um certo menino, que claramente não sabia o que é um preservativo, não consegui mante-lo dentro das calças e deu uma noite muito prazerosa à rapariga do quarto ao lado, como uma maneira de aliviar a sua irritação talvez com a situação toda e talvez como vingança também? E sendo a rapariga ingénua e insegura foi na tua cantiga, mas para além de a magoares tu e ela fizeram algo de belo que esta a gerar na sua barriga e tu sendo hipócrita, egoísta, egocêntrico, não consegues ver mais para além das tuas necessidades, queres acabar com uma vida que ainda mal começou. Enfim... o que mais se podia esperar de um ser como tu, que não tem sentido de responsabilidade? - diz ela e vai-se embora, para tentar acompanhar com o resto do grupo, deixando-me sozinho com os meus pensamentos.

Não, ela não tem razão, eu não sou o que ela pensa, mas isto não é o que eu tinha planeado, eu gosto de ter tudo a correr como eu quero, como eu prevejo que as coisas vão acontecer. Mas desde daquele dia e a vinda dela e das outras para cá, nada acontece como quero, eu não queria ter uma irmã, eu não queria ter este sentimento estranho que ainda recuso admitir, eu não queria que aquela noite corresse como correu, eu não queria ter engravidado a Márcia, não nestas circunstâncias, não desta maneira, não agora. Eu não queria. Eu simplesmente não queria.

Mas também não quero ser responsável por uma pessoa, uma vida que ainda não nasceu e já é minha, mas também não quero ser responsável pela sua morte.

Não sei o que fazer.

Eu sou muito novo para ser pai, eu não tenho jeitinho nenhum para ser pai, eu nem sequer sei o que é isso.

Se eu estou assim, nem consigo sequer imaginar como esta a Márcia.

Alguém agarra-me no pulso e arrasta-me por um corredor deserto, onde acabamos de passar.

- Olha eu não sei o que pretendes fazer... - nem eu sei, penso mentalmente quando sou literalmente atacado por Andreia. - Mas se tens amor à vida, ou amor a alguma coisa que seja, deixas a Márcia em paz ou sofrerás consequências muito piores a que a tua imaginação seja capaz de prever. Nem é preciso deixa-la em paz, ou estás lá para ela e para o teu filho ou apenas deixas andar porque ele ou ela vai nascer. Quer tu queiras quer não. - diz ela e vira-me as costas. Segunda pessoa que me dá lições de moral em menos de dez minutos. Quem será a próxima??

Não é aquela que eu queria de certeza, pois ela, nem sequer deverá querer ver-me nem pintado as bolinhas cor de rosa, que é a sua cor preferida.

Eu tenho de falar com ela, só e apenas com ela.

A apresentação e a tour pela universidade já acabou e eu não estive atento a nada.

Estou à espera da oportunidade perfeita para ter uma conversa privada com a Márcia.

Mas esta nunca mais aparece, também as outras duas não vão deixa-la sozinha tão cedo a não ser para dormir e mesmo assim e difícil.

É isso, depois do jantar, quando ela tiver a preparar-se para dormir eu vou ter com ela. É a minha única hipótese de apanha-la sozinha.

E é isso que faço. Depois do jantar, à hora que ela costuma ir-se deitar, eu entro de mansinho no quarto dela.

- O que estás aqui a fazer?? - pergunta ela mal entro no seu quarto.

Não lhe respondo, antes disso beijo-a como se não houvesse amanha, beijo-a como se ela fosse a primeira e ultima mulher que eu beijei na minha vida, beijo-a na esperança de poder transmitir tudo  que quero dizer-lhe mas que não tenho coragem, beijo-a porque quero, beijo-a sem pressas, beijo-a como se não houvesse outro lugar onde queria estar, porque não há mesmo, beijo-a não porque estou à espera que algo mais aconteça, beijo-a só pelo simples prazer de beija-la, beijo-a até que ela diga o meu nome entre lentos e tortuosos suspiros, beijo-a até que sinto-a sorrir entre o beijo. Beijo-a simplesmente.

Até que ela se lembra que supostamente não me devia beijar, ou retribuir o beijo porque eu sou um otário que lhe partiu o coração e deixou-a grávida, insegura, sem saber o que fazer. Eu sou mesmo um cabrão covarde, ela não merecia.

- Eu sei que não devia mas isto não é treta, eu senti-o e sei que tu também sentes. Desculpa não corresponder às tuas expectativas, desculpa ter sido um cabrão de merda que queria magoar os outros e para isso usou alguém que não devia, alguém que é demasiado pura, inocente e ingénua, que não merecia ser tratada como foi. Por isso tudo e por alguma coisa mais eu peço verdadeiramente desculpa. Eu acho... que se tu quiseres...é claro... eu vou estar aqui... para ti... e para o nosso bebé. - digo libertando tudo o que vai no meu coração e mente. Simplesmente ela.

E antes que alguém possa dizer alguma coisa, vejo a desfalecer.

Broken TrustOnde histórias criam vida. Descubra agora