Capítulo 43

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S P A R K S





Minha consciência voltou aos poucos, e tudo ao meu redor parecia passar como vultos; haviam vozes distintas e meramente conhecidas, que se misturavam aos gritos mais distantes e aos barulhos inevitáveis dos tiros, formando uma grande confusão do real e do imaginário em minha mente. Imagens de várias pessoas e momentos passavam pelos meus pensamentos sobrecarregados, como as expressões assustadas de minha mãe que desapareciam da minha mente junto ao barulho de um tiro; a imagem de Harry a dizer que me ama enquanto seus olhos perdiam o brilho e se fechavam para nunca mais serem abertos; o corpo sem vida de Lindsay encharcado de sangue e a minha imagem a ajoelhar ao seu lado, no mesmo instante que um tiro me acerta em cheio e me obriga a juntar-me com a garota para sentir a agonia de se estar morrendo.


Por um momento, eu pude descobrir algo que poderia ser considerado muito pior do que deixar de viver de forma tão trágica, e o sentimento de querer voltar para o início de tudo para mudar o que complicou as coisas veio à tona assim que abri os meus olhos e me deparei com nada além do escuro. Meu corpo doía e eu tinha que fazer um grande esforço para conseguir respirar, visto que o ar do lugar que eu estava, seja lá onde fosse, estava pesado e carregado de poeira. As tentativas de tentar me mover foram em vão visto que meus pés e minhas mãos estavam amarrados em algo que deveria ser uma cadeira, suspeitando que eu estivesse sentada na mesma. Não tinha ideia de onde estava ou do que poderia estar a acontecer ao meu redor, os gritos e os tiros eram ouvidos pela minha pessoa sem saber ao certo de onde estavam vindo, ou se eu corria algum risco de ser atingida por alguma bala sem que percebesse.



Eu só conseguia pensar o pior e desejava à todo segundo que Harry pudesse me encontrar e me tirar de onde estou, me recusava a acreditar que ele poderia estar morto àquela altura ou que poderia ainda estar trocando tiros com aqueles homens misteriosos que estavam, ou até mesmo trocando tiros com Zayn. Zayn. Onde ele poderia estar? Não tinha dúvidas de que teria sido ele a me colocar nesse lugar escuro e me amarrar dessa forma, e certamente ele era o maior culpado pelos tiros que não se encerravam e pela morte de muitas pessoas, incluindo a de Lindsay. Ele tinha as respostas para tudo o que estava a acontecer no momento e para todas as perguntas que ocupavam a minha mente e me deixavam ainda mais preocupada, sem saber como tudo isso poderia acabar e se eu poderia voltar a ver Harry novamente.


De repente, um luz meramente forte invadiu meu campo de visão, impedindo que eu observasse o que estava a minha frente por alguns segundos, até que restabelecesse minha visão. Uma porta estava sendo aberta e com a luz eu pude finalmente perceber onde estava; um tipo de quarto onde coisas aleatórias para a manutenção e limpeza da boate eram guardadas, o que explica o pó em excesso que dificulta minha respiração. Demorei alguns segundos para encarar quem era a pessoa que abrira a porta, desejando que fosse Harry e com medo que fosse Zayn, e antes que eu pudesse observar corretamente a pessoa já estava a me desamarrar, liberando meus braços e minhas pernas e colocando-me de pé, visto que eu não não tinha forças para realizar tal ato. Assim que tive controle das minhas próprias pernas, olhei para frente e respirei aliviada ao me deparar com brilhantes olhos azuis a me observar e me resgatar, para a minha grande surpresa.


"Louis?" Disse perplexa, vendo o chefe fechar a porta atrás de si e iluminar o local com a luz de seu celular. " O que está acontecendo? Por que e para que tudo isso?" Questionei de imediato, enquanto observava o rapaz revirar seus bolsos à procura de algo, discando alguns números com rapidez e ligando para alguém.


"Você terá todas as respostas que precisa assim que eu te levar até o Harry." Falou rapidamente e em um tom baixo, por fim encontrando o que procurava em seus bolsos e colocando o objeto desconhecido nas minhas mãos. "Fique com isso como precaução, ordens do seu noivo, ele também-" Louis tentou continuar a falar, mas aquela voz que eu tanto conhecia soou pelo outro lado da linha, interrompendo o de olhos azuis.


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