Hoje era o último dia de trabalho na loja de Jiraya. Meu expediente começava depois do almoço, então pude acordar mais tarde, o que me deixou muito feliz. Fui com o meu carro até o mesmo shopping de ontem com uma missão definida: comprar um presente maravilhoso, inesquecível para Sasuke Uchiha.
No entanto, depois de passar por quase todas as lojas, ainda não tinha encontrado nada à altura da minha gratidão por ele. De repente, fui parada por uma moça da loja de perfumes. Ela me deu um pequeno papelzinho onde ela havia espirrado o pouco de uma fragrância. Quando cheirei o perfume, lembrei-me instantaneamente do dia em que eu dormi no quarto de Sasuke. Sem pensar, entrei na loja e pedi para uma das atendentes me mostrar o perfume. O nome era Faith. Pedi para que ela embrulhasse, pois era para presente. Depois de pagar, saí da loja e fui em um restaurante para almoçar.
Eu não tinha encontrado algo surpreendente. Em menos de um mês, poucas vezes conversei com Sasuke sobre o que ele gostava e também poucas vezes falei do que eu gostava. No entanto, ao reconhecer o perfume que ele usava,senti-me íntima dele. E é isso que eu espero que aconteça daqui para frente; quero me ligar a Sasuke cada vez mais. Espero que ano que vem eu não tenha tanta dificuldade em achar o presente ideal.
A loja de Jiraya estava simplesmente lotada. Quando cheguei, Sasuke estava no balcão e uma fila enorme se estendia na frente dele, todos querendo pagar por seus pinheiros. Peguei o meu uniforme e me juntei a ele. Depois de mais ou menos trinta minutos, a fila estava bem menor.
- Você chegou na hora certa, hein? - Ele disse, rindo.
- Heroínas tem essa característica. - Falei, piscando para ele.
- Hoje nós vamos fechar uma hora mais cedo para continuar a arrumação.
- Finalmente vamos enfeitar o grande Pinheiro? - Perguntei, curiosa.
- Sim. - Sasuke respondeu e depois deu um suspiro. - Jiraya já o colocou no jardim.
Depois do expediente, Sasuke e eu fomos para a casa de Jiraya, mas em carros diferentes. Fui seguindo o dele até chegarmos. Eu conseguia ver o pinheiro de longe. Estacionei meu carro na frente da casa. Peguei o presente de Sasuke e o escondi atrás de mim.
- Ainda está cedo. - Sasuke falou, virando o rosto trás para me ver. - O Granny's fecha daqui a trinta minutos e Tsunade não deixa ninguém mexer no Pinheiro sem autorização.
- Está certa. - Concordei, rindo.
- Vamos para a minha casa. - Ele me deu a mão para que eu andasse ao lado dele. - Vou acender a lareira para nos esquentarmos.
- É, hoje está bem frio. - Baguncei o cabelo de Sasuke para tirar os flocos de neve. Depois, ele fez o mesmo em mim. Esse era o momento ideal para dar o presente a ele. Estendi a sacola na minha frente, respirei fundo e criei coragem para falar. - Sasuke, este é o seu presente. Espero que você goste.
Antes de ele pegar a sacola, deu um abraço bem forte em mim. Ficamos assim por alguns segundos e senti novamente a fragrância do Faith e um cheirinho de pinheiro misturado. Sorri e falei para mim mesma: " Esse é o cheiro da minha casa". Sasuke é a minha casa.
Entramos, ele acendeu a lareira e preparou um chocolate quente. Abriu o presente e o rosto dele se encheu de felicidade.
- Obrigado, Sakura. - Ele me abraçou de novo. - Você acertou em cheio.
Naruto e Hinata chegaram com várias caixas de pisca-piscas. Sasuke foi guardar o presente no quarto dele e eu fui ajudar a arrumar as caixas.
- A funcionária da loja deve ter me achado um maluco. - Naruto comentou, enquanto empilhava as caixas. - Tem três mil lâmpadas nisso tudo.
- Três mil? - Sasuke perguntou, juntando-se a nós na arrumação. - Mas ela comprou um montão ontem.
- Só seguimos ordens. - Hinata falou. - Tsunade me ligou e pediu para Naruto e eu comprar os essas lâmpadas, e vocês sabem que não é bom contráriá-la.
Tsunade e Jiraya chegaram e ela reuniu todos em volta do Pinheiro. Mostrou um desenho de como seria a decoração da árvore.
- Nossa, eu não sabia que ela era assim tão perfeccionista. - Sussurrei e Sasuke concordou com a cabeça.
- Quando ela quer fazer alguma coisa, tem que ser bem feito.
-Sakura, Sasuke! - Tsunade gritou. - Atenção! Bom, a minha ideia, como vocês podem ver, é iluminar a árvore com pisca-piscas prata e os enfeites na cor vermelho e dourado. Prestem atenção na sequência dos enfeites. Eu quero tudo perfeito.
- E os pisca-piscas que você comprou ontem? - Sasuke perguntou.
- Isso é problema do Jiraya. - Tsunade falou, irritada. - Ele quer enfeitar o telhado.
- Você vai deixar? - Naruto perguntou, indignado. - Tsunade, o telhado está cheio de neve, ele pode escorregar!
- Naruto! - Jiraya o repreendeu. - Eu posso me cuidar.
- Eu concordo com o Naruto, vô. - Sasuke cruzou os braços e franziu o cenho. - Se você quer enfeitar o telhado, pelo menos nos espere.
- Meu Deus, mas que drama! - Jiraya arregalou os olhos. - Como se eu fosse cair de lá de cima por causa de uma neve. Bem, vou ver televisão enquanto vocês arrumam o pinheiro.
Virou as costas e foi até a porta dos fundos da casa dele. Nesse momento, Jiraya cambaleou para trás e caiu sentado no chão. Todo mundo foi correr para ajudá-lo, mas ele se levantou sozinho.
- Isso foi só para descontrair. - Ele disse, tentando tirar a razão de Naruto e Sasuke. - Já que vocês caíram na minha brincadeirinha, podem continuar a arrumar o pinheiro. - Ele sacudiu as mãos para que nós voltássemos ao trabalho. - Tsunade, querida, onde está aquela bolsa de gel que alivia a dor?
- Só um minuto. - Tsunade gritou para o namorado. - Meninos, comecem pelo pisca-pisca enquanto eu cuido dele.
Terminamos quase nove horas da noite. Todos estavam cansados, ou melhor, exaustos. Entretanto, quando vimos o resultado, tivemos a sensação de que valeu cada segundo. Aquela era a árvore de Natal mais bonita que já havia montado. Tiramos algumas fotos e depois Tsunade fez panquecas para todo mundo, inclusive Jiraya, que toda vez que tinha que se levantar, gemia de dor.
- A ceia amanhã fica por minha conta. - Tsunade comentou com um ar orgulhoso. - Então nem pensem em se meter na minha cozinha. Também não aceito palpites.
- Nossa. - Naruto disse, colocando um pedaço de panqueca na boca. - Até agora você não nos agradeceu por termos ajudado a montar o grande pinheiro.
- Se vocês não consideram a panqueca um agradecimento, podem pagar por elas. - Tsunade cruzou os braços.
- Tudo bem, tudo bem! - Naruto exclamou, tentando acalmar Tsunade.
- Não se atrasem amanhã. - Jiraya pediu para Hinata e eu. - Vocês são convidadas especiais!
Tsunade bateu no braço de Jiraya e ele gritou de dor. Depois de mais uma rodada de panquecas, nos despedimos de Jiraya e Tsunade e fomos para a casa de Naruto e Sasuke. Passamos de novo pelo grande pinheiro e ele continuava espetacular. A neve caía levemente sobre nós e a temperatura parecia cair a cada dia. Estava com dois casacos e uma blusa por baixo, além de um cachecol e um par de luvas.
- Vamos, Hina. - Falei, bocejando. - Já está tarde.
- Ah, Saky, vamos ficar só mais um pouquinho. - Hinata implorou.
- Eu também queria, mas não dá. - Falei. - Você sabe que daqui até o nosso caixote demora muito.
- Já disse para não chamar o nosso apartamento assim! - Revirei os olhos e fui me despedir de Sasuke, que me deu um beijo na testa.
Durante o caminho, Hinata veio tagarelando sobre os seus encontros com Naruto, quando de repente, ela parou e me perguntou onde eu tinha comprado a pulseira com o pingente da flor de cerejeira.
- Ah, foi Sasuke quem me deu. - Falei, mantendo os olhos na pista. - Presente de Natal.
- Own, que fofo. - Hinata bateu palmas. - Eu sabia que estava rolando alguma coisa entre vocês dois.
- E você, Hinata, já comprou o meu presente? - Perguntei, tentando mudar de assunto. Não gostava de conversar essas coisas com ela, não sei porquê.
- Já! - A minha prima exclamou, animada. - Mas você vai ter que esperar para ver, nem adianta que eu não vou falar o que é!
- Tudo bem, tudo bem. - Falei. - Ultimamente tenho gostado de ser surpreendida.
- Ah, você vai ficar realmente muito surpresa!
- Tá bom, já pode parar de falar. - Repreendi-a. - Não quero ficar curiosa.
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Hinata me acordou cedo e eu tive vontade de matá-la. Ela estava super animada com um papel na mão. Coloquei os meus óculos para ver o que era. Ultimamente, não tenho dado muita importância as minhas lentes de contato.
- Receita de biscoito de Natal. - Li em voz alta. - Hinata, você sabe que as minhas habilidades culinárias não são louváveis.
- Mas é só seguir os passos! - Ela colocou o celular no meu rosto. - Veja, tem até um vídeo. Nós não podemos chegar na casa deles sem levar nada!
- Eu estou levando alguma coisa! - Exclamei, sonolenta. - Eu comprei presentes.
- Ah, Sakura! - Hinata me sacudiu. - Por favor, vamos tentar.
- Se eu disser que sim você me dá cinco minutos para dormir?
- Sim!
Depois de cinco minutos incompletos, resolvi colocar a mão na massa. Não foi tão difícil quanto eu pensava. Com Hinata me ajudando, em pouco tempo fizemos trinta biscoitos e depois confeitamos.
Quando chegou à noite, Hinata e eu começamos a nos arrumar. Ela estava histérica porque não encontrava uma roupa decente.
- Hinata, calma! Você vai encontrar alguma coisa.
Deixei ela sozinha e fui vestir a minha roupa. Coloquei uma minissaia preta por cima da meia calça também preta; por cima de duas blusas, um suéter vermelho e azul com estampa de renas. É claro que não poderia faltar a bota.
- Hinata! - Bati na porta. - Não podemos chegar atrasadas.
Ela saiu desfilando para mostrar a roupa que estava usando.
- Naruto vai ter um treco quando ver você assim. - Falei, rindo. - Você está deslumbrante, Hinata.
- Obrigada, Saky! - Ela me abraçou.
- Não está esquecendo nada?
- Os presentes. - Ela levantou uma bolsa enorme. - Já estão todos aqui. E os seus?
- Já estão na mala do carro. - Falei, abrindo a porta. - Vamos logo, não quero ver Tsunade enfurecida.
Tivemos um pouco de dificuldade para chegar à casa de Jiraya por causa da neve, mas conseguirmos ser pontuais. Ao entrar na sala, um cheirinho de chocolate tomou conta e abriu o meu apetite. Naruto nos cumprimentou e beijou Hinata na testa.
- Sasuke está se arrumando. - Ele disse, olhando para mim. - Jiraya está infernizando Tsunade na cozinha.
- Trouxemos biscoitos. - Hinata falou, passando a mão pela camisa de seu namorado.
- Ótimo! - Os olhos de Naruto brilharam. - Vamos comer.
Cumprimentei Jiraya, que me deu um abraço de estalar os ossos. Tsunade estava mexendo na panela, então apenas dei um "Oi" e ela sorriu.
- Onde deixo os presentes? - Perguntei a Jiraya.
- Ali. - Ele apontou para um cantinho da sala. - Depois do jantar nós vamos abrir todos.
Coloquei os presentes e depois fui ver o grande pinheiro. Ele estava divino, no meio do quintal. A neve caía densamente e as luzes mudavam de enfeito periodicamente. Agora, elas acendiam e apagavam lentamente. Fiquei parada, olhando para cima, observando a grande estrela dourada que estava no topo da árvore. De repente, ouço a porta abrir. Era Sasuke, todo encolhido dentro de um suéter azul marinho. Ele estava segurando uma sacola, também cheia de presentes.
- Sasuke! - Exclamei.
- Chegou cedo, hein? - Ele beijou a minha testa. - Entendo, medo de ver a Tsunade surtar.
- Isso mesmo. - Concordei. Ele me abraçou e eu pude sentir o cheiro do Faith no suéter de Sasuke. Fechei os olhos. Cheiro de casa.
- Olhe só! - Sasuke apontou para cima. Havia uma folha de visco sobre nós. - Sabe o que diz a tradição, não é?
Fiz que sim com a cabeça. Sasuke me beijou e desta vez, eu estava mais confiante, com menos timidez. O frio que eu estava sentindo deu lugar a um calor reconfortante e a uma sensação de preenchimento.
- Feliz Natal, Sasuke. - Falei, passando a mão pelo pescoço do Uchiha.
- Feliz Natal para você também, Sakura. - Ele beijou a minha bochecha e colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. - Esse será o primeiro Natal de muitos que passaremos juntos.
- Sim, será. - Dizendo isso, aconcheguei-me de novo nos braços de Sasuke.
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December
Fanfiction(Prévia) Sakura Haruno teve um ano totalmente desinteressante. Suas expectativas foram frustradas e não possuía mais esperanças de que pudesse viver alguma coisa que marcasse a sua vida. Até que um dia, sua prima Hinata a levou para uma loja de Pinh...