Fundamental escolar.

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Já faziam algumas semanas desde que a Chyo anunciou nosso filho...
Era estranho mas ao mesmo tempo, queria aquela criança.
Eu estava despreparado para ter uma família, Chyo parecia bem com isso e na verdade só queria a minha aceitação.

Ari brincava com a sua barriga, ainda pequena... Ela realmente amava bebês. Todos estavam surpresos, essa notícia foi parar até a mãe de Chyo que de início não aceitou mas acabou concordando e vem aqui de vez em quando só para conversar disso... Embora eu não goste dela.

No trabalho tudo vai indo bem, recebo o suficiente para sustentar essa família por um tempo, Chyo anda se alimentando mais e de vez em sempre ela vomita no banheiro. Ari, cuida da casa como sempre. Ela não pretende voltar para o colégio por enquanto, mas está bem feliz em cuidar da casa.

Mas colocando tudo isso de lado, precisava descobrir o que era aquele número que surgiu no Guarda-roupa.
Será algum envolvimento com a família de Oruo? Será algo com a Haru?
Procurei algumas escolas primárias antigas e havia justamente aquela que foi abandonada naquela cidade, de trem eram só 50 minutos.

Peguei um casaco e segui para a estação que a pé eram só 10 minutos. Chegando lá o tem embarcaria apenas de 14:00 e ainda eram 13:20. Sentei em um banco e fiquei esperando na plataforma de embarque.

Ouço uma voz me chamar, era conhecida...

ー Ei, o que faz aqui?

Era Ame, ela parecia bem calma e sorridente. Vestia uma camisa branca e uma saia turquesa.

Ah, eu tenho problemas para resolver...
ー Entendo entendo, preciso embarcar de 14:30... Voltarei para minha cidade Natal.

ー Oh, mesmo? e as aulas?

ー Desculpa, continuarei lá... Hahaha

ー Vai largar mesmo a sala 0206? Hahaha bobona!

ー Desculpe, preciso ver minha família e... Ela se aproximou do meu ouvido.
Beber alguns litros de... Sangue. Haha

ー Certo, certinho!

Ficamos um tempo conversando até que avisaram que o meu trem embarcaria, me despedi de Ame e entrei no trem.

O cenário em volta era muito único, grandes árvores, pássaros e o dia nublado como sempre.

Ao chegar lá, sai da estação e segui pela cidade. Era pouco movimentada, pedi informação da tal escola abandonada para alguns garotos que andavam na rua... Era perto.

A escola era grande! Não tinha um pingo de movimentação e foi fácil de entrar. Estava tudo pouco iluminado, senti como se alguém estivesse me olhando sempre... Segui pelas salas da primeira série... ainda tinha os nomes nas carteiras... Nada!
Segunda série também não tinha nada, mas algo fedia lá na última sala e me empedia de entrar lá.
Terceira série, na quinta cadeira da primeira fila tinha um pote com grampos... Talvez desse para a abrir a porta, parecia recente, foi deixado propositalmente?

Peguei os grampos e corri para a sala da segunda série, dificilmente consegui abrir a porta, abri apenas uma pequena passagem onde me espreitei para passar. O Fedor estava maior, logo ao levantar a cabeça percebi as bancas todas jogadas menos uma, a do Centro da sala... Olhando para cima, havia uma criança enforcada ali, era um corpo recente... A imagem era perturbadora porém o odor não vinha dali, vinha de um armário daquela sala.
Me aproximei do armário e o arrombei rapidamente.

Havia um corpo de uma mulher., esse já estava em decomposição porém havia um recado melado com sangue:

Documentos, corredor 4, sala 0101.

Guardei aquele bilhete e me virei, ao se aproximar da porta a corda daquele corpo enforcado se parte. Aquele ser se levantou e me olhava diretamente nos olhos... Ele veio em minha direção e então corri para a saída...
Quase conseguindo sair ele segurou com força meu braço e começou a sussurrar:

Não me deixe...
Não me deixe...

Várias e várias vezes, consegui me soltar e sair, tranquei com força a porta e suspirei profundo.

Aquela criança era uma menina... Aquilo era estranho... O que havia acabado de acontecer?

Subi algumas escadas e lá estávamos...

Corredor 4, haviam várias salas, 0101, 0102, 0103...
então ignorei e fui direto para a 0101.

Haviam vários e vários arquivos no chão, e alguns na prateleira, algo me chamava atenção na prateleira da sétima série, fui até lá e procurei pelo número 2356.

Era de uma aluna ruiva, ela me lembrava demais alguém... Logo consigo sentir algumas lágrimas escorrerem do meu rosto e as enxuguei. Virei a página e lá estava seu nome, seu nome de família estava borrado mas terminava com i,

Anari.
Anari era seu nome então...

Pude sentir algo me abraçar por trás e logo me sufocar...
ー te pe-guei!

Aquela voz... Era a mesma daquele corpo...
Me sacudi e logo ela me soltou, cai no chão e acabei desmaiando.

Eu estava em uma casa velha, pude ouvir risadas de crianças,
Havia um menino alto ruivo e uma menina ruiva correndo atrás dele, um bebê de cabelos pretos sentado...
Uma mulher veio em minha direção, ela sorria e me fez carinho.

ー Você é um bom garoto!

Acabei por acordar, estava tudo escuro e saí daquela escola, senti a sensação de estar sendo seguido mas ignorei.

Chegando em casa, Chyo me abraçou dizendo que tinha sentido um mal pressentimento logo quando entrei.
Eu estava realmente cansado, corri para o quarto e acabei dormindo.

Eu estava em baixo d'água completamente sem roupa, uma garota sem roupa vinha em minha direção, não conseguia me mover.

Ela me abraçou forte e sussurrou: Procure pelos Ameyagi nas montanhas... Eles te dirão a verdade...

津 - tell me.Onde histórias criam vida. Descubra agora