Capítulo 1

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3 de julho de 2016

Estávamos na estrada eu, papai e mamãe, Mcfly tocava em meus fones no volume máximo.

"Mia" minha mãe gritou me fazendo tirar os fones

"O que?" eu disse rígida

"Você vai amar a casa, é linda" minha mãe tinha um brilho idiota nos olhos

"Duvido muito" revirei os olhos "É uma casa velha"

"Não é velha, ela é rústica" meu pai disse com os olhos na estrada

"Ou seja, velha" eu ia colocar meus fones outra vez ate que minha mãe se virou pra mim no banco de trás

"Vamos lá, Mia, anime-se" ela deu um sorriso

"Não, mãe, eu nem queria me mudar" dei de ombros

"Eu sei, minha filha" ela suspirou "Mas a proposta de emprego que seu pai recebeu era irrecusável, você sabe"

"Eu sei, eu sei, emprego antes de mim, eu sei" suspirei colocando os fones outra vez. Pude ver minha mae falando mais alguma coisa, mas não ouvi porque o som estava muito alto, ela desistiu e virou para frente. Acabei adormecendo.

"Mia, acorda" minha mãe balançava meu ombro. Levantei a cabeça e percebi que havíamos chegado. Meu pescoço doía e minha boca estava suja de baba, odeio dormir em carros. Sai do carro e dei graças a deus por poder esticar as pernas. A cidade para qual nos mudamos chamava Midtown, era uma pequena cidade que ficava a 20 minutos de Nova York. Meu pai escolheu morar aqui porque seu trabalho era em NY, mas as casas la eram muito caras e essa custou bem barato.

Eu olhei para casa e levei um  susto, era bem maior que nas fotos. Não era uma casa, era um mansão. Ficava no alto de uma colina e ate que era bonita, mas eu nunca iria admitir isso.

"Não acredito que pagamos tão barato por essa maravilha" meu pai disse com um sorriso e colocou seu braço em volta da minha mãe, ela sorria também.

"Vamos subir, então" meu pai foi ate o grande portão de ferro e o abriu, ele fez um barulho. Entramos dentro do carro e começamos a subir. Eu olhava fixamente pra casa pela janela do carro. Quando chegamos mais perto eu podia jurar que tinha visto uma figura na janela do sótão. Apertei meus olhos e olhei de novo, mas não tinha mais nada la, devia ser só minha imaginação.

Quando o carro parou eu desci e coloquei as mãos nos bolsos, de perto a mansão era maior e um pouco assustadora.

"Vamos entrar" papai caminhou ate a porta e passou a chave nela. A porta fez um rangido e se abriu. Meu pai entrou, e logo depois minha mãe também. Eu fiquei parada na porta encarando, alguma coisa naquela casa não me fazia se sentir bem.

"Filha, entre, vai ver seu quarto" minha mãe gritou la de dentro. Os dois ja haviam vindo aqui antes de mim e ajeitado tudo. Quando entrei, pude sentir um calafrio na minha espinha e uma sensação de mal estar.

"Saia" ouvi alguém sussurrando em meu ouvido enquanto subia a grande escadaria. Me virei rápido, mas não vi nada.

"Mãe, voce disse algo?" gritei ainda olhando pra um lado e pro outro

"Não" ela gritou de volta

Dei de ombros e comecei a subir a escada novamente. Minha mãe havia me falado que meu quarto era a segunda porta a direita. Cheguei no enorme corredor da mansão, as paredes eram de um verde claro.

Entrei no meu quarto e observei tudo. Parecia meu quarto antigo por causa dos meus móveis, mas o espaço era bem maior maior e as janelas eram gigantes. Me joguei na minha cama e fechei os olhos, eu estava com raiva, não queria ter deixado minha cidade, meus amigos e minha casa. Suspirei e abri os olhos. Tomei um susto quando vi um garoto parado do lado da minha cama olhando para janela, só conseguia ver seu lado esquerdo. Ele usava roupas de época, parecia que eram de 200 anos atrás.

"Esse costuma ser meu quarto" ele disse com uma voz rouca. Meu levantei da cama apressada e fui pro outro lado do quarto, eu queria gritar mas não conseguia.

"O-o- que esta fazendo aqui?" eu gaguejava

"Oh, essa é minha casa, querida" ele ainda encarava a janela

"Quem é você?" eu disse pegando em um livro grosso que estava na minha mesinha. Serio, Mia, um livro?

Ele não disse nada, o que estava me deixando nervosa. Ele ficou parado, com as mãos para atrás, encarando a janela.

"Me responde! Quem é voce?" eu gritei, mas logo me arrependi de ter gritado. O garoto apareceu na minha frente e me empurrou contra a parede, minha costas bateram com força, o que doeu muito. Na hora que olhei pra ele levei um susto. Seu lado direito do rosto, era completamente queimado, seus olhos eram vermelhos como sangue. A cicatriz em seu rosto era tão grande que chegava ate seu pescoço. O menino segurou minha garganta forte me fazendo perder o ar. Lágrimas escorriam em meu meus olhos.

"Oh, baby, eu sou seu maior pesadelo" ele sussurrou em meu ouvido e um arrepio tomou conta do meu corpo.

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