Capitulo 10

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Uma forte luz invadiu minha visão fazendo com que eu colocasse as mãos sobre meus olhos. Senti uma enorme dor de cabeça quando tentei me levantar. Reconheci o lugar, era meu quarto. Estava ficando exausta desses desmaios.

Assim que me levantei minha barriga roncou e senti uma forte dor no estômago, coloquei minha mão sobre ele e lembrei que tinha tempo que não comia nada. Decidi, então, descer para comer.

Enquanto descia as escadas rezava para que não encontrasse Justin no caminho até a cozinha. Estava cansada daquilo tudo, meu corpo estava.
Por sorte ele não apareceu e consegui fazer um sanduíche em paz. Enquanto comia pensava que minha morte estava próxima e não tinha maneira de fugir. Uma lágrima desceu e eu a limpei rapidamente, tinha que ser forte, ou pelo menos parecer forte. Ele poderia não estar presente ali mas sabia que estava me observando de algum lugar. Arrepiei com o pensamento.

Subi até meu quarto e tomei um banho, coloquei uma roupa limpa e decidi sair um pouco de casa, tentar pelo menos. Eu não iria fugir, sabia que não havia maneira.

Quando coloquei a mão na maçaneta da porta de saída escutei aquela voz no meu pescoço, aquela terrível voz.

"Onde pensa que vai, querida?" Ele passou a mão por mim e empurrou a porta que já estava uma pouco aberta.

"Eu só quero sair um pouco pela cidade, moro a quase um mês aqui e nunca sai."

"Bom, não está perdendo nada dessa cidade imbecil."

"Eu não vou fugir, Justin, eu sei que não da."  falei olhando para baixo.

"Não tente me enganar, Mia." ele disse colocando a mão em meu queixo fazendo- me olhar para ele.

"Não estou, só quero um pouco de ar, ver pessoas. Tenho certeza que não quer que eu morra agora, quer brincar mais comigo, não é? Então me deixa sair, porque se não vou morrer sem precisar da sua ajuda." praticamente supliquei.

"É verdade, pode ir. Mas vai se decepcionar, essa cidade é medíocre." Ele deu de ombros e desapareceu como fumaça.

Suspirei em alívio e segui meu caminho.

Enquanto andava pelas calçadas de Midtown as pessoas olhavam para mim com um olhar estranho. Aquela gente era muito estranha, parecia que tinham saído de algum filme de terror ou algo assim. Todos tinham um olhar triste e desconfiado, as roupas eram escuras e meio antigas. Na cidade não havia nenhum edifício ou construção moderna, eram apenas casas e construções antigas. A cidade tinha um ar melancólico e sombrio.

Enquanto andava distraída prestando atenção apenas em como tudo era esquisito trombei com uma senhora.

"Desculpe." disse desconcertada.

Ela não disse nada, apenas me olhou com um olhar muito sombrio e saiu rápido, praticamente correndo.

"Porra, que gente é essa?" falei para mim mesma.

Andei um pouco mais mas já estava me arrependendo de ter saído de casa. Avistei um prédio que dizia "Biblioteca Municipal" no letreiro e decidi entrar.

A Biblioteca não era muito grande,  mas era bonita. Assim que entrei todos que estavam lá olharam para mim, pude ouvir alguns cochichos mas ignorei. Andei até uma estante de livros e comecei a ler alguns títulos.

"Posso ajudar?" Uma voz disse do meu lado me chamando a atenção.

"Ah, só estou olhando, mas obrigada." Sorri para o menino de blusa verde do meu lado. Seu cabelo era preto como a noite e tinha grandes olhos azuis.

"Ok" ele sorriu "Meu nome é James, prazer." ele disse estendendo a mão para mim.

"O meu é Mia." Sorri apertando a mão dele.

"Eu sei, quer dizer, prazer."

"Como sabia?"

"Silêncio." uma mulher que estava sentada na recepção disse claramente irritada.

"Como sabia?" eu repeti mas agora como um sussurro.

Ele riu "Bom, é meio ridículo isso, mas todos estão comentando sobre as novos moradores da Mansão da Colina." ele cochichou também.

"Ah, agora tudo faz sentindo." revirei os olhos.

"O que?"

"Nada." Sorri "Você trabalha aqui?"

"Sim. Eu sei, é um trabalho meio bosta, né?"

"Eu não acho, adoro ler, adoraria trabalhar no meio dos livros." Disse passando a mão em algumas obras na estante.

"É, mas eles pagam mal." Ele riu e eu ri junto com ele.

"Silêncio." a moça da recepção praticamente gritou e eu coloquei a mão sobre a boca para conter o riso.

"Bom, eu estou no meu horário de almoço. Quer, sei lá, comer um lanche?" ele disse envergonhado passando a mão pelo pescoço.

Não sei se começar a conhecer alguém quando se estar prestes a morrer seria uma boa ideia, mas James parecia ser legal então porque não?

"Eu adoraria." respondi

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