Capítulo 31

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- O quê?

- É isso mesmo.

- O que exatamente eu perdi, alguém pode me explicar?

Starbucks, eu, Kurt, Blaine e uma verdade bombástica depois da aula de segunda-feira. Eu sabia que esse momento chegaria.

- É... Digamos que você esteve ausente durante algumas reviravoltas. – respondi a Blaine, coçando a nuca meio sem jeito. – Pensei que o Kurt já tinha te contado.

- Não, eu não estou sabendo de nada. – ele negou, boquiaberto, e ambos olhamos para Kurt, cujo queixo sumia de vista sob a mesa e olhos me fitavam com infinito choque. – Amor?

- Caralho, Rachel. – ele xingou, após alguns segundos paralisada, e Blaine soltou um suspiro de alívio diante do sinal de vida dele. – Puta que pariu!

- É, eu sei. – respirei fundo, tomando um gole de meu cappuccino. Eu precisaria de muita cafeína para aguentar o tranco.

- Alguém pode me inteirar do assunto, por favor? – Blaine reclamou, totalmente confuso, e vendo que Kurt voltara a ficar imóvel, me manifestei.

- Como você já deve saber, eu e Santana estamos namorando. – comecei, vendo-o assentir. – Acontece que há algum tempo, Quinn e eu acabamos nos envolvendo também, e as coisas aconteceram tão rápido entre nós que acabamos nos apaixonando. Eu sei que isso soa ridículo, mas não é, acredite. Pelo contrário, é a mais pura verdade. E... É tão verdadeiro que eu estou cogitando a possibilidade de terminar tudo com Santana pra ficar com ela.

- O quê? – Kurt repetiu, um pouco mais alto que antes, e eu fiz uma careta medrosa, enquanto Blaine segurava sua mão e a olhava com preocupação.

- Meu Deus do céu. – Blaine disse, olhando-me com extremo espanto. – Você deixa essas coisas acontecerem na sua vida justo quando eu não estou? Vou levar isso como uma ofensa!

- Não fale como se as coisas não acontecessem na minha vida quando você estava por perto também. – resmunguei, vendo-o erguer as sobrancelhas, concordando. – Não se esqueça que meu primeiro beijo foi no armário do quarto da sua avó com um garoto que eu mal conhecia, e você estava do outro lado da porta ouvindo tudo.

- Eu nunca vou me esquecer da cara dele dizendo Não precisa usar os dentes, Rachel, sua língua já é o suficiente naquele tom tão assustado. – ele suspirou, como se aquela fosse uma belíssima lembrança. – Até hoje eu te imagino querendo morder o pobre garoto feito uma barracuda. Coitadinho, ele era um bom rapaz.

- Cala a boca, garoto que peidou e espirrou no meio da encenação de Hamlet. – mostrei a língua, prendendo o riso e vendo-o retribuir meu gesto de carinho. – Ser ou não ser, eis a questão foi seu trauma durante anos, e você nunca sabia se explicava a versão verdadeira ou se simplesmente deixava as pessoas pensarem que você tinha dúvidas quanto a sua orientação sexual quando te perguntavam por que você odiava tanto Shakespeare. As duas hipóteses lhe pareciam igualmente constrangedoras.

- Caralho, Rachl. – Kurt voltou a dizer, da mesma maneira de antes, e eu simplesmente o ignorei, assim como Blaine; éramos melhores amigos há eras, sabíamos muito bem que ela ainda repetiria as mesmas palavras por um tempo, até finalmente absorver a notícia. – Puta que pariu!

- Você confia nela? – Blaine perguntou, voltando ao assunto e dando uma mordida em seu muffin de chocolate; eu assenti sem hesitar. – Tem certeza de que ela te ama?

- Acho que nunca tive tanta certeza de alguma coisa quanto eu tenho disso. – respondi, disfarçando um sorriso idiota. – É tão nítido que chega a me assustar.

My Biology - FaberryOnde histórias criam vida. Descubra agora