Capítulo dois - The Bieber

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Eu vejo minha visão queimando, eu sinto minhas memórias desaparecendo no tempo. Mas estou tão jovem para me preocupar – Seize The Day.

Por Justin Bieber

Hampstead – Londres – Inglaterra.

— Vocês são uns imbecis! – gritei com a voz meio embargada, os efeitos do álcool estavam em meu organismo e eu ficava um pouco lento com isso. Mas não lento o suficiente para despejar minha raiva sobre os seguranças que acabaram de me expulsar da boate. – Não fazem a mínima ideia de quem eu sou filho? Essa droga vai ser fechada amanhã mesmo! – exasperei me aproximando de um dos seguranças, o qual permaneceu sério e imóvel. Como me irritavam esses idiotas!

Dei as costas para as duas estatuas paradas em frente à entrada da boate e segui meu caminho pelas ruas frias de Londres. Precisava de algo para descontar minha frustação, agora! Tinha sido expulso da inauguração de uma boate por um motivo totalmente imbecil, o qual não foi minha culpa. Em um segundo eu estava flertando com uma garota – uma bela garota por sinal – e no outro o punho do namorado dela estava vindo em direção ao meu rosto. Devido a alguns anos de Box, mesmo com um tanto aceitável de álcool no organismo, consegui desviar, mas o namorado não teve tanta sorte. Acertei dois socos contra seu rosto antes dos gritos de sua namorada chamar muita atenção e eu acabar sendo arrastado para fora da boate. Ainda acredito que foram muito precipitados, ele provavelmente devolveria os socos e depois seguíramos caminhos diferentes e eu poderia estar com outra garota a esse momento. Sem estresse.

Mas isso me deixou estressado e por esse motivo que eu estou a caminho de um pub, para encher a cara e brigar com algum idiota. Brigas de bar são divertidas, sempre ocorre uma quebra de garrafa, me lembra de filmes de bang bang e eu gosto. Me aproximei de um pub chamado The Crown, me parecia aconchegante e mesmo que não fosse o que eu estava procurando aquela noite, empurrei a porta de madeira preta. O lugar se encontrava um pouco cheio, alguma dupla cantava uma musica animada em um pequeno palco ao fundo, aquele deveria ser o motivo das várias pessoas no ambiente. Como eu imaginava o lugar era de certa forma aconchegante. Todos seus moveis assim como o bar, eram de uma madeira pintada de marrom escuro, nove mesas com quatro lugares ocupava todo o ambiente, todas ocupadas, assim como as cadeiras próximas ao balcão em frente à janela. Felizmente alguns bancos em frente ao bar estavam ocupados e foi para lá que segui. O barman, um senhor de aproximadamente quarenta anos, pele negra e um sorriso no rosto, se aproximou de mim.

— O que deseja? – perguntou ainda com o sorriso em seus lábios. Nos muitos anos de vida na alta sociedade, fui ensinado a forçar sorrisos para todos que eu conhecia, sempre muito falsos e com piadas sem graça, nenhum deles conseguia me arrancar um sorriso verdadeiro e por isso sabia fingir muito bem. Mas aquele senhor parecia muito simpático e em poucos segundos conseguiu um riso verdadeiro meu, não sei se era por seu sorriso ou pelo nível de álcool em meu sangue, mas eu ri muito.

Em meia hora nesse pub, eu tinha conseguido ficar bem bêbado. Já não tenho certeza do que eu bebi, só sei que a cada palavra dita por Robson, o barman, eu ria como se estivesse ouvindo a melhor piada. Gosto de seu sorriso e do jeito que fala. Isso é motivo suficiente para rir de cada palavra? Com certeza, sim.

Ainda não tinha certeza, mas a banda que tocava aparentava ser brasileira e depois de mais alguns copos talvez eu subisse no palco e cantasse Garota de Ipanema, que era a única musica da língua brasileira que eu conhecia. Parece uma boa ideia, preciso de outro copo.

— Robson, meu amigo – minha voz soava lenta e embolada, mas o barman ria, então deve ser um bom sinal. – Me dê mais um copo, preciso tomar coragem para subir no palco.

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