Capítulo 7

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Capítulo 7

- Nós não podemos continuar a namorar. - Harry sussurrou ao meu ouvido e eu saí dos braços dele. - Tens que compreender que a minha vida agora é diferente! - Ele exclamou e uma lágrima escorreu pela minha face. 

- Então isto é o fim? - Perguntei entre os soluços e o choro. Ele acenou com a cabeça e virou as costas, seguindo em frente.  

- Não! - Gritei mas ele não me ouviu. - Harry! - Gritei novamente mas ele continuou em frente como um robô. - Harry! - Tentei correr atrás dele mas os meus pés estavam presos ao chão.  

- JANE! - Alguém gritou e abanou o meu corpo.  

Abri os olhos e percebi que era tudo um pesadelo. O meu pai estava sentado na ponta da minha cama, tão assustado quanto eu. Ele deu-me um lenço e eu limpei a cara.  

- Está tudo bem, podes voltar a dormir. - Disse-lhe e ele levantou-se e deu-me um beijo na testa.  

- Sabes que podes falar comigo, não sabes? - Acenei com a cabeça e ele voltou para o quarto dele. 

Um pesadelo. No entanto, parecia tudo tão real! Eu conseguia ouvir o batimento cardíaco do Harry enquanto estava nos braços dele. Foi tudo tão real...  

Olhei para o relógio e eram seis da manhã. Decidi levantar-me e vestir a minha roupa de desporto. Uma corrida vai fazer-me bem. Já passaram dois dias desde que o Harry passou na audição e tudo o que eu consigo pensar é no momento em que ele irá acabar comigo. Eu confio nele mas há algo neste concurso que me faz sentir distante dele.  

Pus o capuz do casaco para esconder a minha cara e desci as escadas. Abri a porta e senti o ar quente de verão. Tirei as bolachas do bolso e sentei-me no jardim para as comer. Poucas pessoas passeiam na rua a esta hora, apenas os idosos que vão ao mercado. Acabei de comer e comecei a andar em direção ao parque da cidade. Quanto mais longe de casa, mais rápido eu corria. Parece que afasta as memórias do pesadelo.  

Cheguei ao parque e abrandei um pouco e aproveitei para me sentar num banco. Tirei o capuz e refresquei a cara com água.  

- Jane! - Ouvi alguém a chamar-me mas não vi ninguém. - Jane! - Ouvi novamente, mas desta vez reconheci a voz. Levantei-me e comecei a correr o mais rápido possível. Ele não me pode apanhar.

* * *

- Mary, tenho que desligar. Alguém está a tocar à campainha. - Despedi-me e desliguei a chamada.  

Desci as escadas e espreitei na janela quem era. Abri a porta e o meu namorado estava à minhe espera. 

- Olá. - Harry disse com a cara séria, o que me assustou um pouco. 

- Harry. - Disse e, quando estava prestes a beijá-lo, ele virou a cara. 

- Então agora já me conheces? - Ele perguntou furioso. 

- Harry, eu... - Comecei mas os nervos atrapalharam-me. - Eu...não queria que tu me visses.  

- Porquê?  

- Porque...estava a chorar e eu não gosto de parecer fraca. - Confessei e ele colocou um dedo no meu queixo e obrigou-me a olhar para ele. 

- Tu andas a evitar-me desde a minha audição. - Ele disse. 

- Não. 

- Sim. 

- Nop. 

- Yep, eu sei que andas. 

- Não, eu sei que não ando. 

- Então porque é que não respondes às minhas mensagens? 

- OK, talvez te tenha ignorado. Mas é por uma boa razão...pelo menos acho que é. - Respondi e ele entrelaçou os dedos dele com os meus. - Eu tenho medo, Harry. Tenho medo que tu acabes comigo por causa do concurso. 

- Isso nunca vai acontecer, prometo. - Ele sussurrou e deu-me um beijo na testa. Sorri pela promessa que ele me fez e puxei-o para dentro de casa.  

- Vamos ver um filme? - Perguntei e ele viu os DVDs que eu tenho.  

- Harry Potter, Titanic ou Mean Girls?  

- Umm...é uma decisão difícil! 

- Vamos fazer um jogo. Eu escondo os DVDs debaixo das almofadas e o que tu escolheres primeiro é o que nós vamos ver. - Ele disse e eu acenei com a cabeça. Fechei os olhos e esperei pelo sinal dele para os abrir. - Já podes. - Almofada azul, branca ou vermelha? Tirei a almofada azul e por baixo estava o DVD do Harry Potter e a Pedra Filosofal. 

- Yes, o meu preferido! - Exclamei e saltei contente.

* * *

Passado duas horas e muito pouco filme, os meus pais chegaram a casa e decidiram convidar o Harry para jantar connosco. Hoje eles não estão a discutir, o que significa que talvez algo bom aconteceu. 

- Então, Harry, onde é que vocês se conheceram? - A minha mãe perguntou. 

- Na padaria onde eu trabalho. - Harry respondeu com o seu sorriso charmoso. - Amor à primeira vista. - Ele acrescentou e olhou para mim. Eu pisei-lhe o pé como um sinal de evitar esses comentários e ele sorriu. 

- Ouvi dizer que estás a concorrer num programa de cantores. - O meu pai disse e mostrou-se interessado no assunto. - Quando tinha a tua idade também participei num concurso de bandas. Fiquei em primeiro! - Exclamou o meu pai contente. 

- Pai, nunca me tinhas contado isso! - Disse surpreendida e ele sorriu.  

O jantar continuou por mais uma hora e o meu pai adorou o Harry, já a minha mãe parece que quanto mais longe ele estiver de mim melhor.  

Depois do jantar, eu e o Harry fomos passear, mas ele veio trazer-me a casa cedo. 

- Segunda-feira vou para Londres. Só faltam dois dias. - Ele disse e beijou-me. - Vou sentir imensas saudades tuas. 

- Eu também. - Sussurrei e ele deu-me um abraço.

The boy I used to knowOnde histórias criam vida. Descubra agora