PROLÓGO

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THÉO ALEXANDRE MANZITTI

Estava mal-humorado, sentado em uma cadeira em volta de uma mesa com mais três pessoas, me perguntando a cada minuto o que eu estava fazendo aqui, e ainda suportando uma mulher chata só para quebrar um galho ao meu primo.

Em falar nele, olho de cara amarrada em sua direção. Vou explicar direito o que está acontecendo por aqui.

A garota que estou sendo obrigado a suportar, até que é bem gostosinha, já a tinha pegado a uns três dias atrás, mas uma única vez bastou. O que está pegando para o meu lado é o João Vítor. O primo. Ele está louco pela amiga da garota do meu lado, uma mulher que nunca vi na vida.

E por isso estou aqui, nenhum pouco feliz com isso.

Vou contar que a agradável senhorita que está nesse momento pendurada em meu braço, exigiu a minha presença nesse lugar. Só assim ajudaria o João com a sua amiga que aliás nem chegou ainda, estava atrasada, então deve ser tão desagradável quanto.

Não acredito que estou me prestando a isso, estar ao lado de uma mulher por pura obrigação. Sou um homem de vinte três anos, dono de mim e das minhas vontades. João Vítor percebendo que estou o encarando demais com instinto assassino, sorri da minha cara.

― Melhore essa cara, Théo.

― Vai se foder!

Peguei o copo com a bebida e levo aos lábios, a sem noção da mulher faz cócegas em meu abdômen. Isso mesmo... cócegas. Fechei as minhas mãos para não manda-la se foder também e depois sair daqui, se não fosse o caso de estar devendo uma para o João, teria feito isso, ou melhor, nem estaria nessa situação de merda.

― O que você tem amor?

Amor? Quem essa maluca pensa que é?

― Não sou o teu amor, Natalie ― declarei secamente.

― Nicole! O meu nome é Nicole, Théo!

Dou de ombros.

― Que seja ― resmunguei, enfim tomando a minha bebida, nesse instante percebo a expressão de contrariada de uma outra moça que estava na mesa, mais umas das amigas da Natalie ou Nicole... na verdade não importava para mim a porra do nome dela.

Encarei a garota ruiva, percebendo que não gostou do meu tratamento para com sua amiga, mas aposto que deve estar louca para perder duas horas comigo a fazendo gemer em cima de uma cama. Sorrio meio torto oque a deixou corada... É, parece que tenho toda razão.

Sei que não fui um cavalheiro, mas meu humor que não estava bom quando entrei aqui piorou consideravelmente neste estabelecimento, está sendo difícil ser educado com qualquer pessoa.

― Ju, vamos ao banheiro comigo amiga?

Natalie ou seria Nicole...?Chamou a ruiva, me pareceu que ela estava com a voz chorosa, nem me preocupei ou me certifiquei, não dava a mínima mesmo.

João, que estava sentado no lado oposto da mesa agora me fuzila com o olhar

― Porra Théo! Precisa tratar a garota desse jeito? ― diz assim que as duas saíram.

― Vai a merda, João. Estou aqui, não é? Mas não espere que eu seja carinhoso, atencioso ou qualquer outra coisa com ela, não queria estar aqui e você sabe, só vim porque te devia um favor.

― Mas precisa desse comportamento? Assim não vou conseguir nada com a Mariana, ela vai ver essa sua grosseria com Nicole, pensará que sou igual por sermos primos, então sairá correndo para longe de mim.

Caralho. João estava desesperado.

― Olha, estou fazendo um esforço que nunca faria por mais ninguém, então fique você feliz por eu estar aqui agora.

Vejo as horas no relógio em meu pulso, e por incrível que pareça estou exatamente a vinte minutos neste lugar. Porra! Jurava que faziam duas horas. Encarei o João ainda mais irritado.

― A sua garota vai demorar muito?... Ou nem vem mais, se é o caso vamos embora agora e deixar essas doidas aí.

― Paciência Théo, eu sei que não tem quase  nenhuma, mas só hoje, valeu! Nicole garantiu que a Mariana viria, deve estar chegando.

Ergo as sobrancelhas, e penso que a garota deve ser muito linda para deixar meu primo assim... feito idiota.

― A princesa deve ser boa mesmo não é? Para que esteja tão fissurado para encontrá-la.

Ele desviou o olhar para longe dos meus, me encosto completamente na cadeira e sorrio do modo que ficou desconfortável.

― Você nunca ficou ela? ― Perguntei.

― Fica quieto, e vê se não vai ficar jogando olhares sedutores para ela também, Mariana é meiga e ingênua demais, não merece ser mais uma em sua cama.

Levanto as mãos para cima me rendendo.

― Claro, não se preocupe, eu quero mesmo é ficar longe dessas suas amigas ― declarei olhando para frente e completo ― A sem noção, está voltando.

João então sorri.

― Pega mais leve com ela, seja mais bonzinho, Théo. A mulher está implorando por você, então de mais uma noite de sexo alucinante para a menina, quem sabe, depois ela largue o seu pé ― sussurrou.

― Não vale a pena o esforço.

― O que não vale a pena? ― Natalie... ou Nicole, foi perguntando ao sentar-se em seu lugar.

― Você não iria querer saber. Garanto!

― Ah... tá....

Ela dirige o olhar para frente encarando o João.

― A Mariana já chegou, João. Eles estão no estacionamento procurando uma vaga ― Então balançou o celular na frente dele e completa ― Ela, acabou de mandar-me uma mensagem.

― Eles? ― João perguntou desconfiado.

― Rafael está com ela, um amigo nosso, ele é gente boa você vai ver, mas não se preocupe pois é gay. Veio passar as férias...

Passei as mãos nos cabelos frustrado e cheio disso.
Droga!!!! Como essa mulher é chata!

Olhei em volta do ambiente com puro tédio, foi quando eu a vi na entrada da pizzaria, uma garota lindíssima de cabelos compridos, pretos e lisos, notei sua pele clara de um jeito encantador, seus olhos eram muito escuros e brilhantes que reforçavam uma aparência ingênua. Por outro lado, seu corpo não tinha nada de infantil, era uma mistura provocante de ingenuidade e sensualidade.

Não era muito alta, 1,60m, 1,62m no máximo. Desço meus olhos por suas pernas, lindas, perfeitas, torneadas, sua cintura era fina e os seios dos tamanhos que eu gosto, nem grandes e nem pequenos.

Estava na cara que fazia exercícios físicos para ter aquele corpo, não que ficasse cheias de músculos, longe disso, mas era bem definida e tudo isso estava dentro de um vestido branco e simples. Aquela mulher era a imagem da perfeição feminina.

Não conseguia parar de olha-la enquanto que ela passeava os olhos pelas mesas procurando por algo ou alguém. Até que seu olhar encontrou os meus. Juro que meu coração falhou uma batida só para começar a bater novamente disparado no peito.

Senti que era só eu e ela nesse lugar, fiquei fora de mim, sem chão e sem eixo. Apaixonado.

OBSESSÃO  DO  AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora