CAPÍTULO 42

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MARIANA CASTRO MANZITTI

Meu pai estava na direção enquanto me levava ao hospital, sentia um baque violento em meu peito a cada minuto que passava me deixando de boca seca, o medo que sentia era tanta que até faltava o ar. Sentia-me em pânico e meus soluços faziam que meu corpo todo tremesse.

- Mais rápido, pai!

- Calma filha, tudo vai dar certo...

Não tive condição de responder, me encolhi no assento e levei as mãos em minha cabeça.

Comecei a rezar pedindo a Deus, que não fizesse isso comigo, que não me tirasse Théo de mim e nem do nosso filho.

Chegamos em menos de dez minutos, meu pai estacionou e saio em disparada para a frente do hospital, não sabendo ao certo para onde ir. Cheguei próxima a recepção, olhei em volta, aterrorizada como nunca fiquei na vida, me sentindo perdida o pavor a dor me deixando anestesiada... senti meu pai ao meu lado e com a ajuda dele cheguei imediatamente em frente a moça da recepção que me olhou preocupada.

- Moça, por favor! Eu preciso...

- Você é a esposa do senhor Théo? Me acompanhe por aqui por favor - Disse um homem, parecia enfermeiro ou algo assim, não sei.

- Por favor! Onde está o meu marido? - Falei desesperada segurando em seu jaleco.

Me angustiei ainda mais, ele não respondia até que chegamos em uma sala e vi Regina sendo amparada pelo senhor Theodoro ela estava transtornada.

- ONDE ESTÁ ELE? - Gritei para ninguém especifico, só queria que me respondessem, tremendo levantei as minhas mãos, implorando - Onde está ele? - Murmurei chorando o senhor Theodoro e Regina levantam a cabeça me fitando pela primeira vez.

- Onde está ele? - Movia meus lábios sem deixar que o som saísse, não tinha mais forças.

Sinto os braços de meu pai em volta de mim, quando o homem com jaleco começou a dizer.

- O acidente foi muito grave, seu marido perdeu muito sangue por conta de uma perfuração na coxa erquerda, e ainda chegou aqui com início de uma hemorragia interna, os médicos estão com ele tentando reanimá-lo, eles vão fazer o possível para que ele saia dessa.

Regina se entrepôs em minha frente desesperada.

- Ele está morrendo! - sussurrava.

- NÃO! - Gritei para ela - Ele não vai... ele não pode! - Murmurei e balancei a cabeça negando aquela mentira.

Virei as costas e sai correndo às cegas.

- Mariana? - Gritou meu pai querendo me segurar.

Não respondi, eu queria vê-lo, empurrei a primeira porta que vi em minha frente, e assim fiz com cada outra que encontrava, alguma pessoa assustava-se, outras me olhavam confusas. E não sei com quantas fiz isso mesmo com as minhas lágrimas segando a minha visão, encontrei uma ala com portas vermelhas, entrei correndo por ela.

- Hei, não pode entrar aí! - Alguém gritou não sei de onde, não olhei, só segui em frente por um corredor, cheguei em frente a mais uma porta, havia algo escrito nela ou não, eu nada sabia naquele momento, a não ser que senti sua presença, meu coração se comprimiu sofrendo angustiado. Abro a porta. Me senti gelada, desesperada fora de mim.

Solucei alto pessoas se voltaram para mim, não sei se falavam comigo ou com eles mesmo... tentaram me segurar falavam de novo, gesticulavam parecia que o mundo para mim estava na opção mudo. Não ouvia nada do que diziam meus olhos só jaziam focados no homem da minha vida que estava prestes a me deixar. Deitado naquele lugar cheios de tubos, e no ar havia só aquele cheiro de antisséptico, médicos em sua volta furando em várias partes do seu corpo com agulhas. O bip da esperança parou, e só ficou um som agudo, agourento e contínuo.

OBSESSÃO  DO  AMOROnde histórias criam vida. Descubra agora