Acompanhada pelos cinco rapazes, chegamos ao ponto de partida, onde encontramos Danielle á espera. Reclamou pela demora e pelo facto de perdermos a entrega dos prémios aos três pares vencedores e a hora de jantar estava a decorrer. Alegando falta de apetite, todos nós seguimos para os dormitórios. Liam permaneceu junto de Danielle.
Lado a lado, Harry e eu percorríamos o corredor dos dormitórios. Zayn, Louis e Niall haviam ficado para trás, noutro quarto. O silêncio tornara o ambiente pesado desde que os três se haviam distanciado. Parei frente á porta do meu quarto e levei a mão ao bolso, tirando de lá a chave e colocando-a no trinco, rodando-a.
- Bella – o meu nome saiu dos seus lábios como um sopro do vento.
- Harry – voltei-me para ele, ficando entre o seu corpo alto e a porta meio aberta.
O seu hálito fresco batia na minha cara. Os seus olhos brilhavam intensamente, o seu olhar de pupilas dilatadas demonstrava algo que eu não queria interpretar. O seu rosto belo fazia os meus dedos formigarem, ansiando por toca-lo. O seu cabelo perfeitamente despenteado apelava às minhas mãos, que encaixariam perfeitamente nos seus cachos. Em que estava eu a pensar? Conhecia-o há pouco tempo e ele respirava perigo. Todo ele era tentação.
- Não sou bom para ti – murmurou, aproximando o rosto do meu pescoço.
- Eu sei… - ergui o pescoço, deixando-o á sua mercê.
- Gostava que me tivesses conhecido antes de ser assim - roçou o nariz no meu pescoço – perigoso e assassino. És tão pura… não deveria aproximar-me de ti.
Ri-me interiormente. Eu poderia até andar pacífica e não sair de casa á noite porque isso não fazia o meu tipo - tirando aquela noite em que saíra e fora apanhada – e parecer uma virgem, uma miúda inocente…. Mas estava longe de o ser. Sempre tivera uma veia atrevida e divertida. Virgem não o era mais, portanto se “pura” era um sinonimo disso, Harry enganara-se.
- No entanto estás perto agora – levei uma mão ao seu ombro; pousou os seus lábios no meu pescoço – Harry…
- Não consigo estar longe, o Niall tem razão, ele tem sempre razão – abriu a porta toda do meu quarto e puxou-me para dentro, fechando-a com o pé.
Fomos recuando até á minha cama. Os seus braços percorriam as minhas costas, a minha cintura, os meus ombros… Os seus lábios beijavam e mordiam o meu pescoço, o meu ombro. Ofegante, eu agarrava nos seus cabelos, delirando e murmurando o seu nome. Deitou-me na cama, subindo para cima de mim. Os seus lábios ficaram a centímetros dos meus. Respirávamos pesadamente, o ambiente estava quente… Mas Harry pareceu mudar. Fechou os olhos e quando os abriu o desejo tinha sumido. Voltou a fecha-los, fazendo força com as mãos contra o colchão. Soltei o seu cabelo. Beijou-me a testa e suspirou, afastando-se.
- Não posso, não consigo trazer perigo para a tua vida.
Sentei-me na cama, agarrando a sua mão. Morna e áspera, com algumas feridas e marcas, aqui e ali. Acariciei-a e ele pareceu encolher-se.
- E se eu quiser? – As palavras soaram como música, fugindo dos meus lábios e sendo interpretadas como choques por parte dele.
- Correr perigo de vida? Ser assunto de conversa, ser olhada de lado? Entrar em esquemas? Obedecer a regras?
De tudo o que disse, obedecer a regras fora o que me parecera pior. Teria que ser submissa a ele? Ele seria meu líder e eu teria que obedecer? Para estar com ele, a minha liberdade valeria apena? Nunca o errado parecera tão tentador e tão certo.
- Eu quero.
Riu levemente.
- Na verdade tu queres-me – soprou as palavras como se brincasse com elas – mas não queres o que o facto de me quereres inclui.