Ten

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👁‍🗨Michael's POV👁‍🗨

- Então, como foi? - a psicóloga me encara fixamente nos olhos.

- Meio ruim. - respondo, seco.

- Meio? O que vocês fizeram? - parecia que ela não estava satisfeita com a resposta, pelo que pude ver nas suas sobrancelhas franzidas.

Demoro um tempo pra achar paciência pra responder àquela mulher.

- Ãhn... nós... fomos ao shopping, comemos picolés e tal... - ela ouvia concentrada, como se cada palavra pudesse mudar toda a situação, e assentia com a cabeça seguidamente.

- Vocês se divertiram? - ela pergunta, enfim.

Isso me pegou de surpresa. Eu me diverti? Claro que sim. O DanceSimulator e o LaserWar foram muito empolgantes. Eu realmente me diverti.

E Luke? Ele até que é legal, por mais que seja gay.

Mas eu não podia me entregar, não tão fácil assim.

- Não - respondo.

Ela fecha a boca imediatamente, arregalando os olhos.

- Gostaria de saber o porquê?

- O que você espera de um homossexual? Que ele te traga a melhor noite de todas?

Percebo o olhar irritado dela, após a minha pergunta. Dou um pequeno sorriso, satisfeito que tenha conseguido incomodar ela.

- Eu acho que ele pode ser tão legal quanto qualquer hétero por aí - ela fala em resposta.

Filha da mãe...?

- Bom, então eu não acho isso - falo grossamente e me levanto, saindo da sala, não me importando com as inúmeras vezes que ela me chamou pra voltar.

                             👁‍🗨

Assim que bati a porta de casa, pude ouvir os gritos dos meus pais ecoando pela casa, invadindo meu ouvido e se tornando o único som que poderia escutar no momento.

- Foi culpa sua! Você nunca deu limites a ele! Foi tudo culpa sua ele ter se tornado isso que ele é agora! - minha mãe gritava com meu pai, e havia lágrimas em seus grandes olhos verdes.

Eles não perceberam a minha chegada, pois continuaram discutindo como se não houvesse ninguém ali.

Minha mãe começara a soltar gemidos entre lágrimas, enquanto meu pai berrava palavras grosseiras em resposta ao que minha mãe dizia.

- Você só faz merda, Karen! Você não consegue admitir os erros que faz e só fica me culpando pra se sentir melhor! O Michael é culpa de nós dois, NÓS DOIS que não percebemos o caminho que ele estava indo, NÓS que deixamos ele virar isso, Karen.

Meu pai ficou pensativo, olhando para o chão.

- Daryl - minha mãe chamou - Daryl! - mas ele não falou nada. Karen deu uma longa inspirada, secou suas lágrimas e, vendo que meu pai não responderia, disse - Eu não te suporto mais.

- Karen, não diga isso - meu pai retrucou.

- Eu não aguento mais a gente ficar brigando por esse menino, Daryl. Eu não sei mais o que fazer. A psicóloga não funcionou, ele voltou de casa ontem dizendo que foi uma merda o tal do passeio. Nada funciona pra ele, ele não tem solução - ela começou a soluçar - Daryl, a gente criou um homofóbico.

Minha mãe virou a cara, assustada com o barulho da porta que acabara de se fechar. A única coisa que ela pôde ver eram os meus cabelos vermelhos passando pela janela da frente.

                             👁‍🗨

Decidi que não iria ficar vagando pela cidade novamente até esbarrar com Nicolas, o traficante. Peguei meu celular e comecei a procurar contatos que eu poderia ligar pra buscar ajuda.

Foi aí que eu percebi que eu não tinha amigos.

A maioria dos contatos eram números de garotas aleatórias que eu nem sabia o nome, garotas que apenas usei pra transar.

Havia também meus familiares, mas não era disso que eu precisava. Eles iriam me recordar dos meus pais, e eu não queria que isso acontecesse.

Continuei rolando o dedo pelos contatos, até que parei em Luke.

Luke não era meu amigo, de jeito nenhum. Mas também não era uma garota ou um familiar. Isso já era suficiente.

Dei mais uma olhada pela lista pra me certificar de que não havia mais ninguém além dele para eu me refugiar e, quando percebi que não havia saída, pressionei o botão de "ligar".

Aguardei por vários segundos para que Luke desse um sinal de vida, mas a ligação caiu na caixa postal.

- Merda - murmurei, enquanto a mulher com voz robótica dizia as palavras de sempre, pedindo que eu desse a mensagem após o sinal.

Assim que escutei o "bip", respirei fundo, e então falei, com toda a coragem do mundo:

- Luke, posso passar na sua casa?


Oi gente!! Eu quero me desculpar por eu não ter atualizado ontem, eu fiz tanta coisa que acabei esquecendo kkkkj
Então, se vcs estão gostando da história, mt obg, serio :)) Se vcs tiverem alguma sugestão ou alguma crítica é só me falar q eu farei o possível pra melhorar.
Eu sei que isso é meio idiota mas eu vi uma mensagem numa barraca de crepe q eu achei mt legal lkkjk ai mds
"Se vc gostou, conte aos outros, se não, conte pra mim" Eu achei isso mt coisa pra fanfic kkkhk dsclp
Mas enfim obg por tds os votos e comentarios, amo vcs demais:))) até a próxima!!
bjs - nea

change your mind (c.y.m.) // mukeOnde histórias criam vida. Descubra agora