Two

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👁‍🗨Michael's POV👁‍🗨
Estava tudo girando, eu não enxergava nada além de borrões e imagens embaçadas, a música alta doía nos meus ouvidos e eu já estava perdendo o equilíbrio quando uma mão segurou bruscamente meu braço, me arrastando com força para algum lugar.

- Vamos - disse a voz. Era masculina, creio que esse era o motivo de ter me machucado tanto quando me segurou.

- A-a-aonde v-vamos? - eu tinha dificuldades para pronunciar as palavras corretamente, não conseguia encontrar as sílabas para formar as falas, o que estava acontecendo?

Depois de um longo tempo me arrastando pelo lugar cheio de pessoas loucas dançando, o homem abre a porta e respiro um ar totalmente novo. Ele me levou para fora da festa.

- EI! POR QUE VOCÊ FEZ ISSO? - eu estava gritando de raiva. Por que ele faria isso comigo? O que eu fiz?

Antes de ele responder, vejo uma imagem horrível, aperto os olhos para focar na coisa.

   Levei um susto quando vi que era um cara, de uns 21 anos provavelmente, com o rosto machucado, com cortes e hematomas por toda a face.

- PUTA MERDA - gritei. - O QUE ACONTECEU COM ELE? VOCÊS TÃO LOUCOS?

Eu fiz isso com ele? Não pode ser, eu nunca agridiria alguém assim desse jeito.

  - Procure a carteira dele, pegue a sua identidade e celular - escutei o homem que me arrastou falando com outros que usavam a mesma roupa que ele, acho que eram todos policiais. Mas por que eles estavam aqui?

Senti uma mão tocando meu bolso, e retirando minha carteira e meu celular.

  - ESPERA AÍ - falei gritando, e depois comecei a rir desesperadamente, eu via tanta graça naquilo, não conseguia parar.

Assim que avistei minhas coisas com o policial, não consegui me conter, o que ele estava fazendo com as MINHAS coisas?

Tentei pegá-las, mas ele desviou a mão. Filho da...

Desferi um forte soco na mandíbula do homem, retornei a rir, o que não durou cinco segundos, pois logo senti uma pancada na minha cabeça e de repente tudo ficou escuro.

👁‍🗨

Percebi uma claridade e lentamente abri meus olhos. A forte luz do teto fez com que minha visão ficasse um pouco embaçada, mas logo recuperei-a.

  - Michael? - essa voz me soava familiar. Parecia a voz da minha...

- Mãe? Mãe!

  - Parece que ele não está mais sob os efeitos do álcool. - escuto o policial dizer - Agora poderemos falar com ele normalmente. Michael?

- Sim?

  - Primeiramente eu quero te dizer que dessa vez eu te dou uma chance, você fracassou e eu estou te liberando disso. Mas eu juro por Deus que na próxima vez que eu ver você batendo em um homem daquela maneira, irei tomar providências muito sérias. Está entendendo?

Bater em um homem? Eu não me lembrava disso, mas a medida em que o policial ia falando, breves momentos da cena voltavam à minha cabeça e eu podia recordar imagens do homem machucado, implorando para que eu parasse. Tudo estava fazendo mais sentido, e eu estava batendo no homem pois...

- Michael? Michael olhe pra mim. MICHAEL - o policial percebeu que eu estava começando a entrar em pânico - Você se lembra do motivo? Michael?

Demoro um tempo para voltar aos meus pensamentos.

- S-sim e-eu me lembro - meus lábios tremiam. Se eu dissesse o motivo, minha mãe iria se desapontar ainda mais do que ela já estava, acredito eu que ela sabia o motivo muito antes de eu descobri-lo, pela sua cara furiosa desde o momento em que abri os olhos - o h-homem queria... - continuei - pegar a garota que eu estava trovando - menti.

- Só isso? Apenas uma briguinha de adolescente por uma garota? - perguntou o policial. Parece que ele acreditou perfeitamente na minha explicação, porém, ao olhar para minha mãe, percebo seu olhar de desaprovação. Ela não sabia que não era isso. Ela tinha certeza.

- Sim! Agora você vai me deixar ir ou esperar até que eu bata em outro homem que nem aquele?

- Michael, o que eu quero te dizer é que como eu conheço a sua família, vou te dar apenas esta chance que eu não daria pra mais ninguém, aproveite-a bem, e sim, vou te deixar ir, mas entenda que é só dessa vez? Ok?

- Ok, ok, entendi. Agora posso ir?

O policial faz um aceno com a cabeça, e minha mãe logo me pega pelo braço e me arrasta pra fora da delegacia.

Ela não diz uma palavra desde o momento em que entramos no carro até quando chegamos na garagem.

Assim que entra em casa e bate a porta com toda a força do mundo, ela coloca uma mão na cintura e outra na testa, e fica um momento assim, encarando o chão, até que olha pra minha cara fixamente e berra comigo:

- QUE MERDA VOCÊ TAVA PENSANDO? MICHAEL CLIFFORD QUE PORRA VOCÊ TEM CONTRA HOMOSSEXUAIS?

change your mind (c.y.m.) // mukeOnde histórias criam vida. Descubra agora